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A doce retórica do menino Jesus. Artigo de Michela Murgia

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06 Janeiro 2023

"O catolicismo é a única entre as confissões cristã a infantilizar o seu Deus", escreve Michela Murgia, escritora italiana, em artigo publicado por La Stampa, 24-12-2022. A tradução é de Luisa Rabolini. 

Eis o artigo. 

Não é raro ver igrejas, hospitais e ordens religiosas com o nome de um menino Jesus do qual no Evangelho não há vestígio, exceto o nascimento. Muito menos os evangelistas escreveram sobre a infância de Jesus, quanto mais os autores apócrifos posteriores - excluídos do cânone por sua mitomania prevalecer sobre o mito - o enfeitaram com lendas para compensar o que os Evangelhos haviam considerado inútil para a transmissão da fé. Nas outras igrejas de derivação evangélica a devoção ao menino Jesus - ou à Maria menina - é praticamente inexistente e as raras exceções, como o Menino Jesus  de Praga, restituem a imagem de um infante místico, em nada terno, uma inquietante miniatura de adulto de olhar fixo, o cetro da soberania numa das mãos e a esfera do mundo na outra, do tamanho de uma laranja ou de uma bola, uma brincadeira de criança para nos lembrar que o universo é pequeno, não quem o segura na palma da mão.

Só os católicos realizaram na pessoa do Cristo encarnado a idealização da infância, construindo em torno de seu nascimento uma retórica de ternura açucarada desprovida de confirmação bíblica.

Nas Escrituras, o relato do nascimento de Jesus se parece mais com o enredo de um filme dramático, embora comece com um gatilho bastante banal, um daqueles com que todos poderíamos nos deparar mais cedo ou mais tarde: começa com uma viagem incômoda empreendida por obrigação burocrática imposta pelo governo. Há um censo, é preciso ir e voltar, não tem como escapar disso, é preciso viajar mesmo estando no nono mês e se o bebê realmente não esperar, paciência, quer dizer que ele vai nascer onde papai nasceu, na pior das hipóteses vai se ficar por lá um tempo, esperando as condições para poder voltar para casa.

No entanto, a viagem forçada toma outro rumo e torna-se de repente, primeiro um impedimento de acesso aos lugares seguros onde se acreditava encontrar guarida, depois um parto em um lugar remediado e, finalmente, uma fuga repentina para outra nação decidida em cima da hora para salvar a vida. Os protagonistas são um pai que tenta lidar com os imprevistos, uma mãe exausta e um filho desavisado que acabará sendo alvo de uma caça ao homem por ser confundido a aspirante ao trono pelo rei conspirador daquela pequena colônia do império, porque quanto menos poder se tem, maior o medo de perdê-lo.

Para passar de cidadãos obedientes a refugiados às vezes basta apenas um instante, embora não tinha começado mal.

A família de Nazaré era modesta, mas não indigente: José procurava alojamento porque podia pagar e se acabou por se refugiar no estábulo foi apenas porque a pequena rede turística de Belém estava lotada, não porque ele não tinha meios. Durante séculos, julgamos severamente os hospedeiros de Belém, mas no final sua única culpa, se assim quisermos considerá-la, foi que estavam lotados. Não há racismo em quem dispensa, não há ódio, não há problemas pessoais ou ideológicos: José e Maria acabam desabrigados por um fato puramente técnico e totalmente razoável.

Naquelas páginas evangélicas, uma mulher dá à luz no chão de um estábulo entre os animais, mas qualquer um poderia dizer com tranquilidade "não é minha culpa". Depois de poucos dias, dezenas de guardas serão espalhados pela região em busca dos nascidos naquela noite, mas mesmo nesse caso não será culpa de ninguém: se algo ameaça a estabilidade de uma nação, é certo que quem a governa se defenda o melhor que puder. São crianças? Mas elas crescerão. São inocentes? Quem é verdadeiramente inocente, Herodes deve ter pensado. Todos nascemos esfomeados e essa fome, igual nas bocas pequenas como nas grandes, não olhará na cara de ninguém na hora de abocanhar, nem mesmo do rei.

José é inteligente o suficiente para perceber que não tem muito tempo. Todos os três se encontrarão exilados em uma viagem que é longa mesmo para ser feita hoje em dia, encontrando asilo naquele mesmo Egito do qual seus ancestrais escravos haviam se emancipado séculos antes; é até irônico que às vezes a pátria que você não queria acabe sendo a única que você pode se permitir. Alguns anos se passarão antes que a família de Jesus possa voltar em segurança, talvez muito poucos para ter acesso ao ius culturae, mas mesmo desses nada sabemos: o que tinha a se dizer já foi dito.

Por que então dessa história, tão cheia de reviravoltas e situações assustadoras, onde a própria vida está em jogo e tudo pode ser perdido em um instante, ficou grudada na nossa imaginação apenas o ícone do estábulo (aliás, bem pequeno) brilhante e mágico, dos anjos (aliás, anjinhos), que cantam a santa paz e dos pastores (aliás, pastorzinhos) que trazem presentes para a criança (aliás, pequenina) que deveria representar a intocável sacralidade de nossas famílias(inhas) em segurança?

Deus se fez como nós para nos fazer como ele, reza o verso de um conhecido cântico do Advento, tão mistificador que quase caberia dizer concordar com o emérito Papa Ratzinger, hostil desde seus tempos cardeais à deriva criativa da música litúrgica pós-conciliar. Embora os analistas frequentemente tratarão pacientes convencidos do contrário, tornar-se semelhante a Deus está além do nosso alcance. Deus se fez como nós porque levou a sério o nosso fato de ser humanos, todos: o pai, a mãe, o filho, o estalajadeiro, o pastor, o rei conspirador, seu guarda e o primeiro egípcio que ofereceu um trabalho ao José refugiado.

Humano é obedecer a um poder que governa pela força. Humano é pedir abrigo quando se viaja e é igualmente humano pedir dinheiro em troca, mas também é humano não ter mais lugar para oferecer apesar do dinheiro. Humano é temer que outro tire o que você tem, a ponto de lhe apontar uma espada, mas também é humano deixar uma pátria para salvar a vida que aquela espada está ameaçando. Humano é tudo aquilo que nos obriga a habitar a contradição, que é sempre um lugar incômodo.

Se a única encarnação que nos comove é a do recém-nascido, é porque é mais fácil tornar a divindade criança do que da humanidade adulta diante de suas contradições.

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