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Jesuíta sul-africano faz memória do arcebispo Desmond Tutu

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03 Janeiro 2022

 

O Deus do arcebispo Tutu é todo-amoroso, acolhedor e inclusivo com as pessoas, independentemente de raça, sexo ou orientação de gênero. Ele acreditava que Deus aceita as pessoas como elas são e, para citar o título de um de seus livros, somos “feitos para a bondade”, feitos para amar e ser amados independentemente da nossa identidade.

 

O comentário é de Anthony Egan, SJ, professor de Teologia no Hekima University College, em Nairóbi, Quênia. O artigo foi publicado em America, 27-12-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

 

Eis o texto.

 

Eu estava na Cidade do Cabo, África do Sul, no fim de agosto de 2002. Eu tinha acabado de presidir a minha primeira missa na paróquia natal em Milnerton e estava desfrutando de um jantar com meus coirmãos jesuítas, a minha família e os dois párocos em um restaurante local. Estávamos conversando, quando de repente todos ficaram em silêncio. Uma mão me deu um tapinha no ombro.

“Acho que é preciso um parabéns”, disse o arcebispo emérito Desmond Tutu, que estava ao meu lado.

Atordoado por um instante, eu então me levantei quando o arcebispo continuou: “Eu vim apenas desejar a você as bênçãos de Deus para um ministério longo e frutífero”.

Eu gaguejei meu obrigado a ele. Conversamos um pouco, antes que ele voltasse para o canto do movimentado restaurante onde ele estava entretendo alguns convidados estadunidenses.

Mais tarde, eu fiquei sabendo da história completa. Peter, um dos párocos, que nos anos 1980 como frei capuchinho havia trabalhado com o arcebispo Tutu na mediação de conflitos nos distritos da Cidade do Cabo, viu o arcebispo quando nós chegamos e foi cumprimentá-lo, dizendo-lhe então que estávamos celebrando a minha ordenação e a minha primeira missa.

Essa foi a única vez que eu me encontrei com o arcebispo Desmond Tutu pessoalmente, embora o tenha ouvido falar em várias ocasiões, lido seus muitos livros e artigos, e até mesmo conhecido sua filha Mpho, que estudava para o sacerdócio na Episcopal Divinity School, enquanto eu estava naquela que era então a Weston Jesuit School of Theology em Cambridge, Massachusetts.

Eu compartilho esse fragmento de autobiografia como um exemplo do tipo de gentileza demonstrada frequentemente por esse grande ativista sul-africano dos direitos humanos e clérigo anglicano conhecido em todo o mundo pelas suas conquistas no âmbito dos direitos humanos. Ele foi o primeiro deão negro de Joanesburgo, bispo de Joanesburgo e mais tarde arcebispo da Cidade do Cabo, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1984 e presidente da Comissão da Verdade e Reconciliação da África do Sul – mas, acima de tudo, ele foi um padre comprometido e uma pessoa de profunda oração.

Nascido em Klerksdorp, no então Transvaal, em 1931, Desmond Mpilo Tutu formou-se como professor, casou-se com Nomalizo Leah Shenxane em 1955 e se envolveu profundamente com a sua paróquia anglicana. Sentindo-se chamado ao sacerdócio, ele estudou no St. Peter’s Theological College em Rosettenville, Joanesburgo, um seminário administrado pelos monges da Comunidade Anglicana da Ressurreição, que ele conhecia desde a infância.

Ele era amigo íntimo em particular do reverendo (e mais tarde arcebispo) Trevor Huddleston, em homenagem ao qual ele deu o nome ao seu primeiro filho. Após dois anos de ministério paroquial, ele ganhou uma bolsa para estudar Teologia no King’s College, na Universidade de Londres. Entre 1962 e 1966, ele completou a graduação e o mestrado em Teologia.

Ele também atuou como pároco em várias paróquias enquanto esteve no Reino Unido. Foi lá, afirmam alguns biógrafos, que ele teve uma intuição particular sobre a luta contra o apartheid. Isso também o convenceu de que o apartheid era uma questão moral cristã à qual ele, como cristão e padre, era obrigado a resistir.

De volta à África do Sul, ele assumiu um cargo de professor no Seminário Teológico Federal Protestante Ecumênico, na província do Cabo Oriental em 1967. Era uma época de efervescência teológica e política – o Movimento da Consciência Negra estava crescendo, e a sua dimensão religiosa, a teologia negra, estava ganhando impulso intelectual nos seminários. O “Fedsem”, como era chamado, também aprofundou o compromisso ecumênico de Tutu.

Em 1970, ele se mudou com a família para Roma, no Lesoto, para lecionar naquela que se tornaria a Universidade Nacional do Lesoto. Ele recebeu a proposta e aceitou um cargo no Fundo de Educação Teológica Internacional. Com sede novamente no Reino Unido, seu trabalho como diretor da seção africana do fundo o levou a viajar por todo o continente.

Essa tarefa (1972-1975) terminou quando ele foi nomeado deão da Catedral Anglicana de Santa Maria em Joanesburgo, onde se tornou o primeiro negro a ocupar um dos cargos mais importantes do anglicanismo da África austral. No início de 1976, foi nomeado bispo do Lesoto; logo depois de aceitar a posição, ele avisou o então primeiro-ministro, B. J. Vorster, que a situação da comunidade negra era difícil, e a violência poderia explodir se o Estado não começasse a desmantelar o apartheid. Ele foi ignorado. Como ele havia previsto, no dia 16 de junho de 1976, teve início o levante estudantil em Soweto.

Mas o seu mandato em Maseru, Lesoto, não duraria muito. Em 1978, ele foi eleito secretário-geral do Conselho de Igrejas da África do Sul (SACC, na sigla em inglês), uma organização de Igrejas protestantes afiliada ao Conselho Mundial de Igrejas. O SACC foi uma das vozes cristãs mais proeminentes em oposição ao apartheid e trabalhou de perto com a Igreja Católica. Ele estava conectado aos movimentos de resistência de base que surgiram a partir da consciência negra e dos renascentes sindicatos negros na África do Sul nos anos 1970.

Desmond Tutu era uma escolha óbvia: já reconhecido como um opositor declarado do regime, mas também como uma voz que clamava pela não violência e pela negociação, que entendia os temores dos brancos em relação à voz da maioria. Nessa posição, ele se tornou uma figura global da oposição, fazendo campanha pela pressão mundial para acabar com o apartheid, defendendo sanções econômicas como um meio para forçar um regime cada vez mais teimoso a vir para a mesa de negociações. Esse trabalho por uma saída daquela que muitos acreditavam que seria uma guerra civil racial caótica o levou a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1984.

O mandato de Tutu no SACC também foi marcado por um forte compromisso com a “luta” e uma determinação de sua parte de que uma dimensão espiritual (alguns poderiam até dizer mística) deveria marcar as vidas de quem trabalha para o SACC. Ele instituiu estudos bíblicos para a equipe, orações diárias (incluindo às vezes a recitação do Ângelus ao meio-dia), retiros e uma Eucaristia mensal.

Ele saiu do SACC quando foi nomeado bispo de Joanesburgo em 1985. Isso duraria um ano. Em 1986, por uma maioria de dois terços dos votos dos leigos e clérigos da Cidade do Cabo, e com o voto unânime dos bispos anglicanos, ele foi nomeado como o primeiro arcebispo negro da Cidade do Cabo.

Essa é a sede-mãe do anglicanismo da África austral, mas a residência do arcebispo estava localizada em uma área somente para brancos. O governo do apartheid solicitou que ele se candidatasse ao status de “branco honorário” para morar lá, mas ele recusou. Ao assumir esse cargo, ele transformou a arquidiocese. Ele encorajou a governança consultiva, criou um Instituto de Espiritualidade e continuou com suas atividades antiapartheid. Todos os dias desde a sua ordenação, ele começava o dia com uma Eucaristia matinal.

Ele ficou aliviado quando, em 1990, a proibição promovida pelo Estado aos grupos e defensores da libertação foi suspensa, Nelson Mandela foi libertado da prisão e as negociações que trariam a democracia à África do Sul começaram. Seu último grande serviço ao país ocorreu entre 1996 e 1998, quando ele presidiu a Comissão da Verdade e Reconciliação do país. O ano de 1996 também marcou a sua aposentadoria como arcebispo; em um movimento sem precedentes na história anglicana, ao se aposentar, ele recebeu um título especial, o de arcebispo emérito.

Apesar dos problemas de saúde – ele foi diagnosticado com câncer de próstata em 1997 – ele não desapareceu da vida pública. Entre os tratamentos médicos, ele dava conferências em universidades dos Estados Unidos, escrevia extensivamente e se tornou um defensor dos direitos LGBTI.

Essa era uma extensão natural para ele da sua antropologia teológica. O Deus do arcebispo Tutu é todo-amoroso, acolhedor e inclusivo com as pessoas, independentemente de raça, sexo ou orientação de gênero. Ele acreditava que Deus aceita as pessoas como elas são e, para citar o título de um de seus livros, somos “feitos para a bondade”, feitos para amar e ser amados independentemente da nossa identidade.

Por essas razões, ele já havia apoiado fortemente a ordenação de mulheres. Embora tenha anunciado oficialmente que se aposentaria da vida pública em 2010, ele continuaria se pronunciando pelas causas dos direitos humanos, incluindo a justiça econômica e de gênero, os direitos palestinos e o cuidado com a terra, entre outros. Nada disso era motivado por um desejo de estar na moda; tudo estava enraizado na sua teologia anglicana cuidadosamente pensada.

A sua teologia pode muito bem ser descrita como uma mistura do “socialismo sacramental” profundamente orientado à justiça do anglo-catolicismo, a insistência anglicana liberal na razão correta e no compromisso com uma cosmovisão científica, misturados com o compromisso de encontrar um campo em comum. Tudo isso impregnado com a sua profunda espiritualidade enraizada na Eucaristia e em outros sacramentos, em um espírito beneditino de hospitalidade e de oração continuada.

Essa abertura a inimigos e amigos, e a crentes e não crentes de todas as matizes, marcou seu ministério. Ele se dava bem com seus colegas católicos em Joanesburgo e na Cidade do Cabo. Ele trabalhou regularmente com comunidades religiosas e ajudou a cimentar a crescente resistência religiosa ao apartheid nos anos 1970 e 1980. Para muitos, incluindo pessoas com poucas convicções religiosas, ele era, como resultado disso, o “nosso arcebispo”. Um de seus biógrafos, Michael Battle, chamou Desmond Tutu abertamente de santo.

E muitos concordariam.

 

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