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Chile. Quarenta e seis anos de orfandade: a ‘vida eterna’ de Víctor Jara

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19 Setembro 2019

“É agora, quando a extrema direita passeia pelos Estados Unidos, pela América Latina, pela Europa..., que Víctor Jara, quarenta e seis anos depois, deve ser eterno. Mais do que nunca”, escreve Dani Domínguez, jornalista, em artigo publicado por La Marea, 16-09-2019. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

“Canto que mal que sales quando tengo que cantar espanto. Espanto como el que vivo, espanto como el que muero”

Estes foram os últimos versos que Víctor Jara conseguiu escrever em um precário caderno, minutos antes de ser executado, no dia 16 de setembro de 1973. Cinco dias antes, havia iniciado o golpe de Estado do general Augusto Pinochet contra o Governo legítimo de Salvador Allende, no Chile. No dia 12 de setembro pela manhã, Víctor Jara estava na Universidade Técnica do Estado, quando foi detido juntamente com parte do professorado e do alunado. Daí foram levados para o Estádio Chile, agora rebatizado como Estádio Víctor Jara.

No lugar, convertido em uma espécie de campo de concentração para prisioneiros afins a Allende, rapidamente, os golpistas reconheceram Jara. O cantor e compositor havia se tornado um símbolo dentro e fora do Chile. Era o compositor do “bajo pueblo”, que cantava, ao vento de Miguel Hernández, a luta da classe operária, essa que sempre rega com seu sangue as guerras.

Víctor Jara escreveu aos camponeses, a quem o sol “la piel pone negra, a los que el sudor hace surcos”, a seus pais. Aos explorados que perdem a vida, aos que “toito se los han quitao”. Em definitivo, Víctor Jara escreveu e cantou àqueles que nunca ninguém escreve e canta, àqueles que não brilham em uma canção. E por isso mesmo era tão perigoso para Pinochet e os seus.

“Me trazem esse filho da puta para cá!”, conta o advogado Boris Navia, também recluso, que gritou um oficial, quando viu Jara na fila dentro do estádio. “Me trazem esse filho da puta para cá!”, repetiu. “A esse estúpido, a esse!”, gritava, enquanto apontava para o cantor e compositor. “Che, sua mãe! Você é o Víctor Jara estúpido. O cantor marxista, o cantor de pura merda!”, conta Navia que foi dito a Jara para, na sequência, começarem a chutar o corpo e o rosto do compositor, que se protegia como podia. Tudo isso, sem perder o sorriso. Porque, segundo contaram as testemunhas, Víctor Jara jamais perdeu o sorriso. Um sorriso de trincheira, que precisava defender da miséria e dos miseráveis, diria Mario Benedetti.

Passou a quarta-feira, 12 de setembro, e a quinta-feira, 13. Quase 5.000 presos se amontoavam no Estádio Chile. Víctor Jara não havia tocado na comida. Tinha várias costelas quebradas e um olho arrebentado. Aproveitando um alvoroço na tarde de quinta-feira, alguns presos deram um pouco de água ao cantor, inclusive, conseguiram para ele um ovo cru, que Jara perfurou com um palito para poder engolir, sempre segundo a versão de Boris Navia. Naquele dia, conseguiu dormir com seus companheiros. Parecia que os algozes tinham esquecido dele. No sábado, dia 15 de setembro, o compositor pegou papel e lápis e escreveu seus últimos versos para ficar gravado o “espanto que estava vivendo”. Espanto que o levaria à morte, pouco depois.

Víctor Jara chegou a ser nomeado embaixador cultural quando Allende conquistou o poder, em 1970. Foi o protagonista de um esplendor cultural sem precedentes na história do Chile. E apesar de se erguer como um mito, Jara jamais rompeu com suas raízes, pelo contrário, decidiu se envolver nelas, em suas misérias, em sua beleza. Queria a revolução, assim como também a queriam o “jovem secundarista, o universitário e o proletário. E para isso sempre pensou que a educação seria o caminho.

“En la Universidad se lucha por la reforma para poner en la horma al beato y al nacional. Somos los reformistas, los revolucionarios, los antiimperialistas, de la Universidad”. [Móvil Oil Special]

Os soldados voltam a torturar o cantor com coronhadas. “Por duas vezes, Víctor consegue se levantar, ferido, ensanguentado. Depois, não volta a se levantar. É a última vez que vemos com vida nosso querido trovador. Seus olhos se voltam pela última vez a seus irmãos, seu povo maculado”, recordou Navia, no ato em homenagem ao cantor e compositor, em 2003. Era o momento de calar para sempre Víctor Jara. Inclusive, de lhe cortar a língua para que nunca mais se escutasse a voz “do povo”.

Quarenta e quatro balas acabam com a vida de um dos compositores mais importantes da história. Terminou com a vida do trovador que estava a ponto de completar 41 anos, e seu corpo foi jogado junto ao Cemitério Metropolitano, onde um trabalhador lhe reconheceu e avisou sua mulher, Joan. Desde esse dia, como Quilapayun – grupo no qual Jara atuou como diretor artístico, entre 1966 e 1969 – disse durante um concerto, seus míticos ponchos ganharam outro sentido, diferente do que lhe deram quando inventaram seus trajes: “Agora, são um luto que levamos e levaremos sempre por Víctor”.

Te recuerdo Amanda

“A vida é eterna em cinco minutos”, escreveu e cantou. A obra de Víctor Jara é eterna e universal, com as vantagens e perigos que isso significa. Tanto é assim que, na edição 2017 de Operación Triunfo - OT, a vencedora Amaia Romero interpretou Te recuerdo Amanda, a canção mais conhecida do trovador, dedicada às precárias condições de trabalho nas fábricas. A luta de classes em apenas dois minutos e meio, posteriormente convertida em um hino contra a ditadura de Pinochet.

Na canção, Amanda visita seu querido Manuel, trabalhador de uma fábrica. Dia após dia, em seus cinco minutos de descanso. “Esses cinco minutos onde a vida é eterna”, onde a vida cinza do proletário desaparece, onde só importam Amanda e Manuel. Contudo, um dia, Manuel falta em seu encontro com Amanda. Morreu. Os trabalhadores continuam morrendo. Em 2018, na Espanha, morreram 652 pessoas, vítimas de acidentes de trabalho.

A canção foi ouvida por milhões de pessoas, em janeiro de 2018, na Televisión Española, no já mencionado programa. Milhões de pessoas entre as quais, talvez, alguma se interessou pela música de Víctor Jara, se é que já não a conhecia. É importante que este tipo de música tenha lugar em um espaço como OT, conscientes de que, como explicava a deputada do partido Em Maré, Ángela Rodríguez Pam, “o capitalismo se apropria das estratégias emocionais e obtém rentabilidade delas”. Sabemos que Te recuerdo Amanda, no programa OT, foi puro marketing e que a venda não vai se dar tão facilmente. Mas, era necessário.

É necessário. É necessário para uma juventude órfã de letras que façam pensar, em um mundo onde tudo soa igual e as canções não dizem nada. Um mundo no qual, como escrevia o recentemente falecido Juan Carlos Aragón, “no vaya a ser que se cante/con el puño que se alza/como un himno de esperanza/de los que ahora no hay”. E é agora, quando a extrema direita passeia pelos Estados Unidos, pela América Latina, pela Europa..., que Víctor Jara, quarenta e seis anos depois, deve ser eterno. Mais do que nunca.

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