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Para filósofa húngara Ágnes Heller mundo passa por uma nova onda de tirania

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04 Junho 2019

Especialista em regimes autoritários, a filósofa húngara Ágnes Heller já vivenciou três deles. Hoje, aos 90 anos, a intelectual de renome e discípula do filósofo marxista György Lukács faz uma avaliação nada otimista para a história da humanidade: estamos diante de uma nova escalada da tirania no mundo.

A reportagem é publicada por Jornal GGN, 03-06-2019. 

Em seu país, o primeiro-ministro Viktor Orbán, no final do ano passado, aumentou o controle sobre o Judiciário da Hungria. Mais um passo para sua autoproclamada “democracia iliberal”, mas que, na verdade, comprova as análises de Heller.

A pensadora nasceu na ditadura de Almirante Horthy. Mais tarde escapou do Holocausto, fugiu de um regime comunista e exilou-se na Austrália em 1977. Em 1986 mudou-se para a New School de Nova York, onde assumiu a cátedra de Hannah Arendt. Hoje vive na sua terra natal onde defende fervorosamente a democracia liberal.

Em entrevista ao Le Nouvel Observateur, em dezembro de 2018, reproduzida pelo jornal O Globo, Ágnes Heller pontuou que as tiranias não se parecem e que Orbán não havia instaurado um regime autoritário na Hungria. O que está em andamento, é “uma nova forma de tirania que se espalha hoje pelo mundo, onde um tirano é eleito, depois reeleito e novamente reeleito. Como Orbán, Putin [Rússia], Erdogan [Turquia]”.

“O próprio Orbán descreve essa nova tirania como uma democracia iliberal. Democracia, pois o regime é fruto de uma votação majoritária. “Iliberal”, porque não há mais direitos humanos, nem pluralismo. É um governo totalmente centralizado: nada mais pode acontecer na Hungria sem que ele assim tenha querido”, completou a pensadora.

Segundo ela, o fenômeno de eleição e reeleição de líderes autoritários está levando a uma “refeudalização” progressiva dos estados. “Falar sobre esses regimes como se falava do nazismo ou do stalinismo é não perceber o que está acontecendo, nem compreender os seus perigos”, pondera.

“O poder transforma em renda o que dependia anteriormente do lucro redistribuído pelo capitalismo, e cria sua própria oligarquia”, explica a filósofa.

“Vejam Matteo Salvini, na Itália. É um pequeno “Duce”, mas não vai marchar sobre Roma, nem tomará o poder pela força. Ele fará exatamente como fez Orbán. Chegar ao poder pelo voto majoritário, e lá permanecer, por meio de reeleição após reeleição”, já analisava Heller em dezembro de 2018. Salvini é hoje Vice Primeiro-Ministro e ministro do Interior na Itália. Seu partido foi o mais bem votado na Itália para ocupar as cadeiras do país no Parlamento Europeu, nas eleições que aconteceram entre 23 e 26 de maio.

Após o resultado das eleições do Parlamento Europeu, Salvini, um dos eleitos, agradeceu aos eleitores em rede social que lhe deram à sua liga o primeiro lugar nas eleições europeias.

“Todos esses novos tiranos se escondem atrás do argumento poderoso do voto majoritário, apresentado como uma garantia da natureza democrática de seu regime. Mas não se trata disso! Esses regimes não se parecem em nada com aquilo que chamamos de democracia. Pois, desde a primeira emenda à Constituição dos Estados Unidos, a democracia moderna é sinônimo de democracia liberal”, reflete Heller.

Ao ser perguntada como tantos países -puderam cair nessa nova forma de tirania, a pensadora explicou que o processo é progressivo, e faz parte da passagem da sociedade de classe para a sociedade de massas.

“Hannah Arendt havia explicado como as classes sociais foram destruídas na União Soviética. Numa sociedade totalitária, isso ocorre de modo mais rápido; na sociedade tradicional, o processo é mais lento. Mas atualmente, entramos em toda parte na era das sociedades de massa”, destaca.

“Esse processo é acompanhado pelo desaparecimento progressivo dos partidos políticos tradicionais, que representavam os interesses das classes”, continua.

As ditaduras tradicionais se apoiavam nas classes. O novo tipo de tirania nas sociedades de massa. “Caso não representassem esses interesses, os tiranos deveriam tomar o poder pela força. Porém, nas sociedades de massa, a maioria é formada pelas ideologias, e não pelos interesses de classe”, esclarece Heller.

“A sociedade de massa não determina que o governo seja tirânico. Mas torna mais fácil a eleição dos tiranos. Na Europa do Leste, isso fica ainda mais fácil, pois não existe uma tradição democrática. Na Hungria, de fato, nunca houve realmente uma democracia liberal propriamente dita”, completa.

O que Heller está dizendo é que o que pensávamos ser uma democracia liberal depois de 1989 – ano que marca a queda do Muro de Berlim – na realidade nunca foi democracia liberal. “Após 1989, é verdade que tivemos enfim aquilo que se pode chamar de democracia liberal no governo e no parlamento. Nós, os intelectuais, podíamos falar o que quiséssemos. Era genial. Mas nós não entendemos que isso não bastava para atingir uma democracia real. Esta nunca conseguiu se enraizar no seio da população húngara”, pontua.

E isso aconteceu porque, observa Heller, os húngaros nunca foram acostumados “a tomar em mãos seu próprio destino”, epenas em breves oportunidades de sua história. Algo muito semelhante ao que ocorreu com populações de outros países.

A nova tirania tem traços ideológicos capazes de transformar um milionário capitalista em um cavaleiro satânico do comunismo. Isso explica porque George Soros, milionário e filantropo americano de origem húngara e que investiu na instauração de uma democracia liberal na Hungria, na gestão de Orbán, foi transformado “na encarnação do diabo, em inimigo do povo húngaro”, destaca Heller.

“O mesmo que fez Erdogan com Gülen. Isso é não somente absurdo, mas também é ridículo. Pois se Soros realizou muitas coisas problemáticas, fez também muitas coisas boas. Não se trata nem de um demônio nem de um anjo”, equilibra Heller.

A nova tirania trabalha com outro instrumento apontado por Heller como ideologia do “nacionalismo étnico”. “Ele [Orbán] faz uso dela como um instrumento de poder”, acentua.

“[Orbán] está interessado unicamente na maximização de seu próprio poder. Não promete mais nada, além de dizer que defende a população, sua identidade, a cristandade, a soberania húngara contra inimigos inventados. Contra os migrantes, mesmo que não existam migrantes na Hungria, contra as ONGs que os ajudam, a União Europeia, George Soros. É uma ideologia negativa, um tipo de niilismo”.

Heller, entretanto, pede cuidado para que não se faça a confusão de que todas as ideologias positivas sejam sempre boas. “O fascismo era uma ideologia positiva que prometia alguma coisa, por exemplo”.

Quando perguntada que outra ideologia poderia se contrapor ao nacionalismo étnico, Heller destaca que essa linha de poder operação como uma história.

“Eis o que ele [nacionalismo étnico] conta; a União Europeia nos rouba nossa soberania, nossa identidade, nossa cultura, e nós nos defendemos. Mas nós poderíamos opor a isso uma outra história: o nacionalismo étnico nasceu com a Primeira Guerra Mundial e destruiu a Europa durante todo o Século XX. Devemos a ele três totalitarismos, o Holocausto, a Segunda Guerra Mundial, cem milhões de cadáveres. Vocês ainda desejam isso? Quantos cadáveres?”, rebate a pensadora.

“A história que podemos contar é a seguinte: desejamos a união da Europa para que isso nunca mais se reproduza. Nossa única chance de sobreviver é preservar a democracia liberal”, defende.

“Penso que o desenvolvimento da história europeia atingiu sua última fase com a democracia liberal. Não se pode ir mais longe. Podemos somente melhorá-la: a liberdade pode ainda ser explorada e desenvolvida em muitas direções”, conclui. Para ler a entrevista de Ágnes Helle na íntegra, clique aqui.

Leia mais

  • Como derrotar os ''nacionalismos étnicos'' e os ''orbanismos''. Entrevista com Ágnes Heller
  • Agnes Heller. A beleza do justo
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