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São Francisco em viagem rumo ao outro. Artigo de Massimo Cacciari

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15 Setembro 2017

“Para andar, é preciso ser livre; nenhum peso consigo. Até mesmo a fixação em habitações, possuir uma casa significam parar na viagem. A viagem de Francisco não é domesticável.”

A opinião é do filósofo italiano Massimo Cacciari, ex-prefeito de Veneza, em artigo publicado por La Repubblica, 14-09-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Que forma assume a viagem de Francisco? Em relação aos muitos aspectos que ela assumiu na história da nossa civilização – da navegação socrático-platônica rumo ao autoconhecimento e a ideia do eterno e imutável, ao progresso do poder da Técnica que sempre se imagina capaz de abrir caminho; da conversão e retorno ao Pai ao mergulho no Reino das imagens desvinculadas de qualquer conteúdo das quais o Fausto de Goethe quer fazer experiência; da viagem de aventura, que é puro risco, negação de toda ideia de fim, a inúmeras outras que poderiam ser recordadas – é a do peregrino que mais parece se assemelhar a ele, isto é, a viagem daquele que, per ager, ultrapassando todas as cidades, prossegue rumo ao lugar que o chama, início e meta do seu andar.

Para ele, a viagem é parte da meta, o seu fim é a experiência que ele faz ao andar. Mas a fé no início e o alcance da meta lhe são dados.

Para ser esse peregrino, Francisco ama demais as cidades e os seus demônios também. Não conhece metas privilegiadas. A própria Terra Santa é um lugar para praedicare Verbum, como por toda a parte e a qualquer um. Pregar? Melhor mostrar – e mostrá-lo em cada vilarejo que se encontra; cada um é bom para o evento, como em Greccio.

Nostalgia como dor do andar, nostalgia de loinh, de sabor também cavalheiresco-provençal, nostalgia irrefreável de ir onde quer que exista a possibilidade de escuta, onde vivam criaturas capazes de cum-laudare, de louvar com ele, juntos, mulheres, homens, pássaros e flores.

Andar pelo mundo, andar nu, sem resistir ao mal, dando e per-doando – eis o único imperativo – andar a pé, de modo a pregar e falar também à Mãe mais antiga.

“Andem, caríssimos”, soa a sua constante exortação, abençoem aqueles que os perseguem e agradeçam àqueles que os injuriam. Andem dois a dois, porque quem vai sozinho vai com o diabo.

Para andar, é preciso ser livre; nenhum peso consigo. Até mesmo a fixação em habitações, possuir uma casa significam parar na viagem.

A viagem de Francisco não é domesticável. Quando ele passa por Bolonha e sente que havia sido edificada uma casa para os frades, ele lhes ordena secamente que saiam de lá às pressas e nunca mais morem lá – até mesmo os doentes ele faz sair!

Na Porciúncula, o povo de Assis faz a mesma obra de caridade para os frades, mas Francisco sobe no telhado, quer que os frades saiam de lá com ele para derrubar as lajes com as quais aquela casa estava coberta, querendo destruí-la a partir das fundações. E só desiste da obra quando os guardas lhe asseguram que aquela era propriedade do município.

Até mesmo a cela lhe parece ser uma habitação excessiva. A sua cela era o irmão corpo (o corpo é irmão em Francisco, nenhum “espiritualismo” na sua mística). Nenhum claustrum pode detê-lo nem freá-lo.

A nostalgia do andar revela uma nostalgia de ressurreição. Ermos e celas “mínimas” no bosque fechado são os lugares para se retirar, o cubiculum da sua alma. Mas de lá ele sempre volta ao vale, às cidades e pelas estradas dos homens. Sístole e diástole do seu extraordinário peregrinar.

Teologicamente, a experiência franciscana da viagem se sustenta sobre a ideia bíblica de paroikia. Com paroikos, paroikein, a tradução grega da Bíblia já indica o confinante ou o habitar um país sem ser cidadão dele, para todos os efeitos. Paroikia, porém, é a do próprio Israel: o “povo eleito” deve considerar, sob essa luz, a sua existência na Terra, na própria Terra prometida.

É Abraão quem diz de si mesmo: eu sou paroikos kai parepidemos, nenhuma terra é verdadeiramente minha, onde quer que seja eu pernoito, estou apenas de passagem.

Davi reitera essa ideia: somos todos paroikoi em relação ao Senhor, os nossos dias sobre a Terra são uma sombra. Crer que se possui uma terra é idolatria. A linguagem neotestamentária assume esse significado do termo, tornando-o ainda mais violenta, eu diria, a paradoxalidade. Embora podendo gozar no século, no império e na pax augustea de todos os direitos de cidadania, os cristãos se consideram nela como perfeitos paroikoi e, ao mesmo tempo, proclamam-se concives sanctorum et domestici Dei (Efésios 2, 19).

Uma forma de paroikia quase próxima ao exílio se combina aqui, na mesma figura, com uma forma de cidadania tão perfeita a ponto de pressagiar a própria cidadania celeste, sobre a qual Paulo fala em Filipenses 3, 20. O documento mais dramático dessa tensão talvez seja a Carta a Diogneto.

Como Francisco se posiciona à luz dessa ideia? Está totalmente ausente na sua paroikia qualquer ênfase de estranheza, de xeniteia em relação ao mundo. Em paroikia, o que vale para ele é, acima de tudo, o “para-“, o “ao lado”. Ele sempre passa, mas o seu não é um passar-além, um ultrapassar, é sempre um fazer-se-ao-lado, um aproximar-se.

Ele não é estranho ao oikos, mas participa de todos. O caminho de Francisco é um correr para o outro. Toda “estaticidade” na relação de proximidade é solapada pela alegria dada por esse voar ao outro, livre de qualquer impedimento.

São as formidáveis imagens de Dante: Francisco corre na luta com o pai que o quer deter, Francisco corre atrás da sua amada, a Senhora Pobreza, e atrás dele corre Bernardo, e, correndo, ele lhe parece estar atrasado.

Nenhum peso, nenhum espírito de gravidade domina mais nessa louca corrida. E cuidado para não ser nebuloso quando se dança essa corrida! O que move esse andar, a sua causa eficiente, porém, é misericórdia. Termo muito exigente, isento de qualquer timbre sentimental.

O samaritano vê o homem massacrado na estada, e o seu coração – assim diz o termo do grego original – se despedaça. O seu coração é ferido assim como o corpo do outro. Uma ferida que só poderá ser curada curando a ferida do outro. A meta de Francisco não é Santiago ou Roma, é o cuidado de quem chama, da ferida aberta.

Entre todas as viagens, a mais esquecida, pois é a que ameaça o próprio coração de quem acorre, é a que nos torna mais inseguros. Mas a única que pode nos ajudar a nos curar do insaciável amor por nós mesmos.

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