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A era da raiva católica. Descontentamento global e a Igreja na era do Papa Francisco

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29 Agosto 2017

“A história desses últimos anos mostra existir uma linha tênue entre a democratização da teologia cristã e o etnopopulismo de movimentos cristãos. Veja, por exemplo, a teologia das igrejas evangélicas que apoiam Donald Trump. A política de identidade (contra o globalismo e o cosmopolitanismo, contra o ecumenismo e o diálogo inter-religioso) no cristianismo contemporâneo é, em geral, expressa com desprezo pelas elites intelectuais”, escreve Massimo Faggioli, historiador italiano e professor de História do Cristianismo da Villanova University, nos Estados Unidos, em artigo publicado por La Croix International, 28-08-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Segundo ele, “eis um problema católico também, onde o anticlericalismo é frequentemente uma reação justificada contra a corrupção e a arrogância do clero, mas às vezes também uma maneira um pouco velada de manifestar raiva para com as elites”.

O autor questiona “os católicos que acham que a globalização do catolicismo irá facilmente resolver as dissenções internas profundas na Igreja atual. Por exemplo, que a posição “tradicional” que os bispos africanos defendem no tocante à moralidade sexual irá ajudar a ala tradicionalista contra o capítulo oitavo de Amoris Laetitia; ou que a mudança do catolicismo em direção ao “sul global” irá nos ajudar a nos livrarmos da ênfase sobre os problemas “biopolíticos” (do aborto à eutanásia) que vêm definindo a posição e a percepção da Igreja Católica no hemisfério norte ao longo dos últimos cinquenta anos”.

“A verdade – conclui Massimo Faggioli - é que “o globo” que está reformulando o catolicismo ainda é um “todo novo, indecifrável”.

Eis o artigo.

Se quiser entender o estado da Igreja Católica hoje, você não conseguirá fazê-lo simplesmente ouvindo o que os católicos estão dizendo.

The Age of Anger. A History of the Present
Pankaj Mishra
416 p.
€14.99
Foto: Capa do livro / Divulgação

Nesse sentido, um livro recentemente lançado – “The Age of Anger. A History of the Present” – constitui uma leitura muito esclarecedora, ao mesmo tempo melancólica.

Escrito pelo ensaísta e romancista indiano Pankaj Mishra, o livro tem sido considerado um retrato preciso do estado atual dos problemas mundiais à luz da história do Ocidente e de seu impacto sobre a globalização desde o iluminismo.

Mishra traça um retrato sombrio de um mundo onde os líderes autoritários facilmente manipulam as massas descontentes representadas por movimentos populistas. O autor trata o tópico da religião, mas não do cristianismo (ou do catolicismo) de uma forma específica.

Mesmo assim, todos os católicos (ordenados ou leigos) em posição de liderança na Igreja deveriam ler a obra. E o motivo pouco tem a ver com a referência ao Papa Francisco, feita na parte final do texto.

“O intelectual público mais convincente e influente hoje – o Papa Francisco – não é um agente da razão e do progresso”, escreve Mishra.

“Em uma ironia picante, ele é a voz moral de uma igreja que foi o principal adversário dos intelectuais iluministas enquanto estes construíam as bases filosóficas de uma sociedade comercial universal”, lê-se.

É o todo do livro – e não somente estas duas passagens – que faz de “The Age of Anger” uma ajuda inestimável aos que querem entender aquilo que podemos chamar de “o perigo católico” na “era da raiva” atual.

Apesar da tentativa do papa em promover uma espiritualidade e uma eclesiologia da misericórdia, pode-se encontrar a raiva católica entre membros militantes da Igreja que se põem a protestar contra o mundo atual, assim entre os católicos autointitulados “ortodoxos” que se encolerizam diante dos demais fiéis. Mas essa raiva também se vê entre católicos progressistas que lançam sua raiva sobre os demais depois de não ver realizadas as suas esperanças de reforma, aquelas que eles desejam desde o Concílio Vaticano II, evento que uns tomaram como o equivalente católico do iluminismo.

E Mishra identifica muitas características desta era de raiva: cinco delas podem ser detectadas no atual estado da Igreja Católica.
Em primeiro lugar, a análise feita pelo autor ajuda os católicos a entender a relação do Vaticano com a Europa em um lado do Atlântico e a sua relação com o cristianismo/catolicismo americano pelo outro lado – especialmente à luz do recente artigo publicado em La Civiltà Cattolica contra o “ecumenismo de ódio” nos EUA.

Mishra começa analisando as consequências intelectuais e espirituais do declínio da supremacia europeia entre o final do século XIX e o começo do século XX. Em seguida, olha para a idealização dos EUA e da experiência americana após 1945, incluindo a vitória na Segunda Guerra Mundial e a relação deste país na cruzada contra o comunismo.

Esta lacuna cronológica entre o declínio da supremacia europeia e, depois, aquela da supremacia americana faz parte da desintegração daquilo que certa vez foi uma Pangeia católica – isto é, a deriva do catolicismo europeu e americano em diferentes sentidos (não em todos os casos, mas em segmentos relevantes) e as tensões desencadeadas por esta mudança tectônica.

Essa é uma das origens da raiva dentro do catolicismo americano – uma raiva que tem algo a ver, mas apenas de um modo tangencial, com a clara alternativa entre as pessoas e as opiniões do Papa Francisco e as de Donald Trump.

Em segundo lugar, Mishra fala sobre a superficialidade e a fragilidade das novas identidades religiosas hoje. Percebe que este é o caso especialmente no Islã, onde a mediação de especialistas em religião se tornou mais irrelevante (ou pior) para o reavivamento político-religioso das massas raivosas. Algo parecido acontece ao cristianismo e ao catolicismo, em que as principais forças por trás das novas formas identitárias do cristianismo militante são, muitas vezes, não apenas intelectualmente superficiais, mas expressam sentimentos verdadeiramente anti-intelectuais.

A história desses últimos anos mostra existir uma linha tênue entre a democratização da teologia cristã e o etnopopulismo de movimentos cristãos. Veja, por exemplo, a teologia das igrejas evangélicas que apoiam Donald Trump. A política de identidade (contra o globalismo e o cosmopolitanismo, contra o ecumenismo e o diálogo inter-religioso) no cristianismo contemporâneo é, em geral, expressa com desprezo pelas elites intelectuais.

Eis um problema católico também, onde o anticlericalismo é frequentemente uma reação justificada contra a corrupção e a arrogância do clero, mas às vezes também uma maneira um pouco velada de manifestar raiva para com as elites.

Em terceiro lugar, “The Age of Anger” volta-se para o nacionalismo do século XIX e o relaciona com a frustração política do Islã e do hinduísmo de hoje. As frustrações políticas dos intelectuais alemães no século XIX levaram a uma “expansão contínua nas preocupações espirituais, estéticas e morais”. Frustrações semelhantes, hoje, levam a uma “variante conservadora do populismo que postula um estado de totalidade primal” nos movimentos político-religiosos dento do Islã e do hinduísmo.

Todavia, pode-se igualmente ver uma “variante conservadora do populismo” na chamada “Opção Bento”, e as demais “opções” atualmente disponíveis aos católicos de língua inglesa descontentes citadas no livro de Rod Dreher e a própria compreensão equivocada dele sobre a tradição beneditina são fruto das frustrações políticas (para dizer o mínimo) e da raiva encontrada em alguns setores dos cristãos brancos conservadores dos EUA na atualidade.

Em quarto lugar, Mishra mostra como, em nossa “era de raiva”, até mesmo pessoas em estados democráticos e constitucionais estão dispostas a renunciar as liberdades civis e os direitos humanos (dispostos, por exemplo, a não condenar o emprego da tortura). Claramente este problema não é único do Islã, do hinduísmo ou do cristianismo ortodoxo.

A raiva católica está por trás deste movimento mundial perturbador também. Vê-se ela no apoio que muitos católicos emprestam a regimes que torturam e usam execuções extrajudiciais (como nas Filipinas recentemente), assim como num reavivamento entre católicos conservadores que apoiam a pena de morte.

Isso faz parte de uma relação mais profunda entre a era da raiva global e a raiva católica. O que Mishra descreve como “clichês ayn-randianos de ambição, uma firme força de vontade, um esforço” são parte da visão de mundo sustentada por muitos católicos do lado conservador do espectro.

Mas “The Age of Anger” poderá ser útil aos católicos progressistas também. Mishra fala sobre a percepção da irrelevância de nações e estados e do “respeito severamente diminuído pelo processo político”. Vale a pena notar que essa forma de raiva antipolítica particular faz parte de uma raiva católica mais ampla que não se encontra localizada somente no lado conservador do espectro.

Ela, na verdade, expressa-se no atual dilema da teologia política católica tanto progressista quanto radical-ortodoxa a respeito do papel do Estado-nação na crise da globalização.

O Estado-nação é importante para a visão católica de “bem comum” no mundo global? Certamente o é, de acordo com o ensino social católico desde meados do século XX, mas ele ainda parece ser um dos segredos mais bem guardados da Igreja Católica de hoje, especialmente nos países de língua inglesa.

Em quinto lugar, Mishra olha para o estado da “igualdade virtual” reforçada pelas mídias digitais como uma das fontes da ira entre as massas.

Assim ele observa: “Um êxodo colossal de vidas humanas para dentro do ciberespaço está transformando drasticamente velhas noções de tempo, espaço, conhecimento, valores, identidades e relações sociais”.

Este “êxodo para dentro do ciberespaço” é uma parte integrante da raiva católica, expressa hoje em comentários inteligentes típicos de umas das personalidades mais seguidas nas mídias sociais católicas. O fato de que milhões de pessoas seguem o Papa Francisco no Twitter nada diz da capacidade ou incapacidade da Igreja de entender e se aproveitar do impacto que o ciberespaço tem no trajeto para se estar em comunhão com a Igreja.

Um problema extremamente sério com as mídias digitais é saber como elas distorceram o modo como os católicos conversam uns com os outros e com o resto do mundo no ciberespaço e o modo como se relacionam (ou melhor, deixam de se relacionar) na vida real.

Por fim, “The Age of Anger” é uma leitura obrigatória para aqueles católicos que acham que a globalização do catolicismo irá facilmente resolver as dissenções internas profundas na Igreja atual. Por exemplo, que a posição “tradicional” que os bispos africanos defendem no tocante à moralidade sexual irá ajudar a ala tradicionalista contra o capítulo oitavo de Amoris Laetitia; ou que a mudança do catolicismo em direção ao “sul global” irá nos ajudar a nos livrarmos da ênfase sobre os problemas “biopolíticos” (do aborto à eutanásia) que vêm definindo a posição e a percepção da Igreja Católica no hemisfério norte ao longo dos últimos cinquenta anos.

A verdade é que “o globo” que está reformulando o catolicismo ainda é um “todo novo, indecifrável”.

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