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Deus não está morto: a literatura o ressuscita

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27 Julho 2017

Pelo menos nas páginas impressas, Deus não está morto. Ou, pelo menos, resiste algo que se assemelha a ele. Alguns anos atrás, na revista Vita e Pensiero, Ferruccio Parazzoli, escritor prolífico e editor renomado, tinha definido a narrativa italiana como “narrativa pela metade”, denunciando que, em sua maioria, romancistas e escritores de nível não sentem “o chamado da outra dimensão, aquela além das paredes invisíveis”, isto é, um anseio à busca religiosa.

A reportagem é de Lorenzo Fazzini, publicada por La Repubblica, 26-07-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Mas hoje são inúmeros os vestígios de perguntas (e também de respostas) religiosas que vários autores em voga, em sua maioria estrangeiros, semeiam nos seus livros. E a teologia católica também começa a fazer as contas com esse fenômeno. Pierangelo Sequeri, um dos teólogos italianos mais importantes, editou recentemente um volume, Parole e Parola. Letteratura e teologia [Palavras e Palavra. Literatura e teologia] (Ed. Glossa), que reúne diversos conteúdos sobre o tema.

Em síntese: também por parte do pensamento eclesiástico, reiterando-se que a ciência não pode chegar a explicar o humano em toda a sua complexidade, acredita-se que é melhor se confiar à intuição da narrativa.

“Poeticamente o homem habita”, afirma Sequeri, citando Heidegger, que ecoava Hölderlin, “poeticamente Deus o visita”. É melhor voltar-se para os romancistas e escritores de hoje para entender o homem, então. Ainda mais que o então padre Jorge Mario Bergoglio chamava um certo Jorge Luis Borges para dialogar com os seus estudantes, enquanto que, em relação à teologia (se não for “feita de joelhos”), o atual papa sente uma certa frieza. Exceto, aliás, com pensadores que amavam muito a literatura: dois nomes acima de todos, Romano Guardini e Michel de Certeau.

De Marilynne Robinson, escritora muito amada por Barack Obama, ao fenômeno Annie Ernaux, na França, sem falar de Cormac McCarthy, Wendell Berry e Svetlana Aleksievic. Ou ainda Colum McCann, com o seu inquieto Questo bacio vada al mondo intero (Ed. Rizzoli), Eric Emmanuel Schmitt, autor do apreciado Il Vangelo secondo Pilato (Ed. San Paolo), Lance Weller e o seu recente romance épico Wilderness (Ed. Keller): aqui, o protagonista chama-se Abel (e, em vários aspectos, reflete o personagem do Gênesis) e se imola para salvar inocentes.

Vale a pena também lembrar Robert Schneider, que se afirmou com Le voci del mondo (Ed. Einaudi), assinatura de dois romances pela editora Neri Pozza (Kristus e L’Apocalisse), cujos títulos mostram uma clara inspiração bíblica.

São vários os nomes daqueles e daquelas que, hoje, ao escrever histórias e ao dar forma a personagens, não evitam o espaço do sagrado. Entendido como o sociólogo Peter Berger o definiu no seu “Os muitos altares da modernidade”: “A convicção de que existe uma realidade para além da realidade da experiência comum, e de que essa realidade é de grande importância para a vida humana”.

E, assim, eis que, deste e do outro lado do oceano – para ficar na narrativa ocidental –, é possível encontrar traços de cristianismo, que, de forma muitas vezes consciente, às vezes de modo subterrâneo, tecem romances de sucesso.

Svetlana Aleksievic é um exemplo disso: prêmio Nobel de Literatura, a jornalista-escritora bielorrussa não tem escrúpulos, nos seus romances-reportagem, de colocar sob a sua lupa (como admitiu em uma entrevista há algum tempo) o fato de que “Deus é necessário. Se nós não somos soberanos – e não somos – precisamos de alguém acima, para voltar os nossos pensamentos, para pedir ajuda, para lamentar”.

E, por exemplo, em Preghiera per Chernobyl (Ed. e/o), Aleksievic teceu esse drama com a interrogação angustiante: onde estava Deus naquelas situações? A pura resistência de tantas boas almas dentro daquela trágica reviravolta da história oferece a Aleksievic uma resposta quase dostoievskiana para o enigma do Mal.

Em Cormac McCarthy, o mistério da maldade do homem é central. E ele parece quase não deixar espaço para uma inspiração religiosa, que, ao contrário, o  falecido crítico da revista La Civiltà Cattolica, padre Ferdinando Castelli, explicitava na sua exegese de “A estrada”, obra-prima de McCarthy, tornado célebre também pela transposição cinematográfica.

Falando dos dois protagonistas desse romance apocalíptico – um pai e um filho sobreviventes em um mundo depois do fim do mundo –, McCarthy, escrevia Castelli, faz com que, “ao longo de todo o romance, o menino [protagonista] represente a benevolência, a compreensão, a partilha. Isto é, o amor”. Em essência, a síntese da fé cristã, que professa Deus como amor.

Também em “Todos os belos cavalos”, McCarthy, que alguns definiram como “um teólogo negativo”, dá lugar a flashes de lúcida comunicação espiritual. Como quando dois personagens dialogam sobre o Eterno: “Na sua opinião, Deus está de olho nas pessoas? disse Rawlins. Sim. Eu acho que sim. E você? Sim. Do jeito que o mundo está, eu também acho que sim. [...] Na minha opinião, Ele está atento a nós. Caso contrário, não seríamos capazes de sobreviver um dia”. Definição de Deus que agradaria muito ao Papa Francisco, que, durante o primeiro Ângelus como pontífice, recordava o ensinamento recebido de uma velhinha em Buenos Aires (“que não tinha estudado na Universidade Gregoriana”, especificou): “Sem a misericórdia de Deus, o mundo não existiria”. Profissão de fé que McCarthy ecoa em “Cidades da planície”: “Um Deus incapaz de perdoar sequer seria Deus”.

Uma autora que explicitamente abandonou o catolicismo como Annie Ernaux, protagonista do último Salão do Livro de Turim, também não foge da questão com a tradição bíblica. Em uma entrevista, ela confidenciou: “Eu não acredito mais em nenhuma forma de religião”. Mas, ao mesmo tempo, admitiu que Il posto (Ed. L’Orma) “é uma obra que deve muito à figura de Cristo, entendido como sacrifício, como caminho de conhecimento, como símbolo dos homens”.

Algo de semelhante também vale para Marilynne Robinson, autora da qual a editora Einaudi acaba de mandar para as livrarias Le cure domestiche. Verdadeira estrela nos Estados Unidos – tanto que a New York Review of Books pediu que Obama a entrevistasse –, Robinson declarou que quer “trazer Deus de volta para o centro dos romances”. E, na sua saga que gira em torno de Gilead, cidadezinha de Iowa, encontram resposta, narrativamente, aquelas perguntas que Robinson tentou fazer – o que é o gênero humano? Quem é Deus? Qual é a relação entre os dois? – em uma coleção de ensaios, The Givenness of Things.

Do seu Kentucky, por sua vez, Wendell Berry traça uma religiosidade natural que intercepta o estupor do homem diante da Criação com o senso de comunidade que a dimensão religiosa da existência encerra em si mesma. Esse poeta-pacifista-narrador-agricultor, autor de cerca de 40 livros, vencedor de mais de 20 prêmios literários, ao qual Obama conferiu a prestigiada National Humanities Medal, tece os seus romances (ambientados na localidade rural de Port William) com referências bíblicas, perguntas de fé, anotações sobre a espiritualidade que são uma referência à natureza religiosa do autor.

Berry, apesar dos seus relatos de ambiente agreste, não é um tradicionalista, muito menos um conservador: ele concebe a fé como uma força de progresso, uma pergunta contínua, um incansável prosseguir rumo ao bem. Como afirma um dos personagens do seu Jayber Crow (Ed. Lindau): “A fé não é necessariamente, ou não imediatamente, um lugar repousante. A fé deposita você em um grande rio, em um pequeno barco, na névoa e na escuridão”.

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  • Hölderlin. Revista IHU On-Line, Nº. 475

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