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Guerra civil. Artigo de Samuel Kilsztajn

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11 Novembro 2025

As elites vivem encarceradas em seus condomínios fechados e shopping centers, cercadas por flagelados, indigentes desumanizados.

O artigo é de Samuel Kilsztajn, professor titular em economia política da PUC-SP. Autor, entre outros livros, de 1968, sonhos e pesadelos (disponível aqui).

Eis o artigo. 

Tropecei descendo a ladeira da Rua General Carneiro em São Paulo, achei que iria cair, mas senti uma mão que me deu suporte e, felizmente, foi só um susto. Olhei para trás e vi que quem havia me apoiado era um policial. Ainda meio desconcertado, agradeci ao rapaz, que esboçou um sorriso.

Este encontro foi algo embaraçoso para mim, porque trago comigo o sentimento de repulsa a policiais e militares. Mas pensei que, apesar da minha experiência com as forças armadas na qualidade de preso político nos anos de chumbo da Ditadura Militar e da prepotência que normalmente acompanha quem veste uma farda, por detrás de um policial pode ainda haver um ser humano. Parafraseando um amigo, os policiais, um pouco mais a cada dia, são transformados em máquinas de matar e de morrer, até o ponto no qual do humano não sobra nada além de ruínas.

No Laboratório de Economia Social da PUC-SP, desenvolvemos uma pesquisa sobre homicídios com o título Vítimas da cor. Fui convidado e aceitei apresentar o trabalho na Academia do Barro Branco. O auditório da Polícia Militar comporta duas mil pessoas e estava lotado. Depois da minha apresentação, durante o almoço com os oficiais, ouvi um comentário entre os policiais, sobre a nossa pesquisa, que me surpreendeu, “viu? a gente não persegue os negros”. Pensei então, bem, parece que o nosso tiro saiu pela culatra.

A Prefeitura de São Paulo e o Banco Mundial, por conta de um artigo sobre violência, pobreza e mercado de drogas, contrataram os nossos serviços para analisar os homicídios de modo a aplacar os conflitos em três distritos particularmente violentos da cidade. Mas todos os esforços para diminuir os conflitos esbarram em interesses de intocáveis autoridades acima de qualquer suspeita, que lucram com o comércio ilegal de entorpecentes.

Recentemente, a Polícia Militar ofereceu um trabalho para uma amiga minha – ajudar a elucidar os atestados de óbitos que ocultam o suicídio de seus servidores. A violência autoinfligida é recorrente entre policiais. Para conter os suicídios, a PM penaliza as famílias de suicidas, que não fazem jus aos benefícios reservados aos familiares dos demais policiais falecidos. Para contornar esse expediente, as famílias, por sua vez, ocultam o suicídio como causa da morte. Minha amiga, evidentemente, recusou o serviço para não prejudicar as famílias em questão.

A polícia é violenta, mata e morre em operação e vítima de suicídio. A violência autoinfligida, no caso, é uma evidência de que existe um ser humano por detrás de um policial. “Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da polícia militar!” Queremos sim a desmilitarização da polícia. E, paralelamente, queremos o fim da gritante desigualdade no Brasil. Como é possível se falar em democracia num país com uma desigualdade social tão vergonhosa, pornográfica?

Nos anos 1980, o Brizola teve a ousadia de desafiar a cultura do privilégio, disponibilizou transporte público, atravessando o Túnel Rebouças, direto da Zona Norte para Ipanema, abrindo as comportas para a “peãozada”, perversidade! O pessoal do Posto 9 teve que se mudar para a Praia do Pepino, lá em São Conrado, coitados.

O leque salarial na universidade em que trabalhei em Nova York era estreito a ponto de a remuneração da secretária poder ser superior à do coordenador do departamento, dependendo dos anos em serviço. No Brasil, um professor pode receber mais de 20 vezes o salário de uma secretária que trabalha na mesma universidade. E, notem, as secretárias provavelmente fazem parte dos 10% mais ricos do país.

No Canadá, todos os políticos devem fazer uso do serviço público de saúde. Se porventura algum governante ou seu dependente for denunciado atravessando a fronteira para utilizar o serviço de saúde dos Estados Unidos, a sua carreira política se encerra no ato. Que tal instituir no Brasil que todos os políticos e seus familiares fiquem definitivamente proibidos de utilizar a rede privada de saúde e de educação? Que utilizem os serviços que reservam para o povo que representam, sem furar fila!

Como podem as elites se sentirem confortáveis vivendo encarceradas em seus condomínios fechados e shopping centers, cercadas por flagelados, indigentes desumanizados, que perambulam pela cidade e dormem a céu aberto, tresloucados conversando com as estrelas? “Ora (direis) ouvir estrelas!... só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas.” Flagelados perseguidos por policiais prepotentes, armados até os dentes, igualmente desumanizados, a serviço das camadas privilegiadas da sociedade.

Aqui, vou me permitir citar alguns poucos trechos que meu amigo acima parafraseado escreveu para o prefácio do livro Por que policiais se matam. “A concepção do trabalho policial como guerra; a percepção do criminoso como o inimigo – como esse outro que deve ser varrido a canhonadas –, reflete a demanda histórica brasileira de gestão dos excluídos. É o fruto maduro de uma sociedade hierarquizada, onde a cidadania se confunde com o direito do consumidor. Essa mentalidade desumana e antidemocrática atravessa as instituições policiais, contagiando seus agentes, legitimando seus abusos; transformando policiais, um pouco mais a cada dia, em máquinas de matar e de morrer, até o ponto no qual do humano não sobra nada além de ruínas... O confronto armado continua a ser estimulado em ampla escala, da cobertura jornalística e sua lógica do espetáculo ao discurso político de ocasião como estratégia de enfrentamento do crime – sobretudo do tráfico de drogas –, a empurrar a polícia em sucessivas cruzadas em defesa de uma sociedade doente, onde os homens se definem pelo tamanho de suas contas bancárias... pelotões de servidores públicos armados, em sua maioria jovens negros e pobres (26 anos de idade em média), são empurrados para dentro de bairros pobres – onde os aguardam outros jovens igualmente pobres e majoritariamente negros –, num esforço inútil para reduzir uma criminalidade, que as contradições do mundo contemporâneo só tendem a ampliar.”

Conciso e contundente, o prefácio do livro é assinado por Íbis Silva Pereira, coronel que ocupou o cargo de comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro em 2014 e 2015 e que é a favor da descriminalização das drogas. A criminalização da droga, através da lucrativa venda clandestina, só favorece o crime organizado. A liberação das drogas não recruta novos adeptos, até diminui a prevalência do uso de drogas. Apesar do estereótipo sobre o uso de drogas entre marginais, todas as pesquisas apontam que o consumo de drogas está fortemente associado a pessoas de alto nível de renda.

Os homicídios, sim, atingem majoritariamente os jovens, pobres e descartáveis pequenos traficantes do varejo, que vivem nas franjas do crime organizado. Enquanto o tráfico enriquece setores privilegiados da sociedade, que não são objeto de investigação, a polícia, para mostrar serviço, se empenha em prender pequenos usuários, microtraficantes e os noias, o “lixo humano” que a própria estrutura reproduz.

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