14 Outubro 2025
Um turista chegou na sexta-feira passada ao lugar mais sagrado do cristianismo, localizado acima do túmulo do apóstolo Pedro, tentando urinar na frente dos fiéis e peregrinos.
A reportagem é publicada por La Repubblica, 13-10-2025.
Após dias de silêncio oficial, chegou hoje a resposta decisiva do Papa Leão XIV ao ato sacrílego que chocou a Basílica de São Pedro na sexta-feira passada. O Pontífice convocou reservadamente o Cardeal Mauro Gambetti, arcipreste da Basílica, para ordenar pessoalmente e com firmeza a celebração imediata de um rito penitencial de reparação.
O pedido do Papa, descrito por fontes do Vaticano como "inegociável", ocorreu depois que um turista, aproveitando um momento de distração por parte da segurança, se aproximou do Altar da Confissão — o altar mais sagrado do cristianismo, localizado acima do túmulo do Apóstolo Pedro — e fez um gesto obsceno, tentando urinar na frente de fiéis e peregrinos. O homem foi parado pela Gendarmaria do Vaticano, mas imagens do incidente já circularam pelo mundo.
Durante o encontro com Gambetti, descrito por diversas fontes como "tempestuoso", Leão XIV expressou sua "consternação e tristeza" e reiterou a necessidade de "restaurar a santidade do lugar e pedir perdão a Deus pela injúria cometida". O rito, exigido pelo Ceremoniale Episcoporum em casos de profanação grave, foi celebrado por volta das 12h30, com a Basílica temporariamente fechada ao público.
A cerimônia incluía a aspersão do altar e da nave com água benta, a recitação de salmos penitenciais e orações de reparação. Segundo a tradição católica, esses atos litúrgicos são essenciais para restaurar a santidade de um local violado por atos obscenos ou blasfemos.
O incidente de sexta-feira é o terceiro em pouco mais de dois anos a atingir o altar da Confissão. Em junho de 2023, um homem se despiu completamente para protestar contra a guerra na Ucrânia; em fevereiro de 2025, outra pessoa derrubou seis candelabros do século XIX.
O turista que cometeu o ato obsceno continua detido pela Gendarmaria do Vaticano. Sua identidade e nacionalidade não foram divulgadas, e não está claro se ele será entregue às autoridades italianas ou às de seu país de origem.
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