16 Setembro 2025
Segundo Francesca Albanese, a mídia científica especializada e até pesquisadores israelenses estimam que o número de mortos seja de 680 mil, segundo diversos cálculos.
A reportagem é de EFE, publicada por El Diario, 15-09-2025.
A relatora da ONU para os territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, disse na segunda-feira que o número de palestinos mortos na guerra de Gaza é muito maior do que os estimados 65 mil, e que o número real pode ser mais de dez vezes maior, de acordo com diversas fontes que monitoram a questão.
"710 é o número de dias de horror absoluto que o povo de Gaza suportou, e 65 mil é o número de palestinos supostamente mortos, dos quais mais de 75% são mulheres e crianças. Mas, na verdade, deveríamos começar a pensar em 680 mil, porque este é o número que alguns acadêmicos e cientistas afirmam ser o verdadeiro número de mortos em Gaza", disse ele em uma coletiva de imprensa em Genebra.
Nesse sentido, ela explicou que órgãos científicos especializados e até mesmo pesquisadores israelenses sugerem esse último número com base em cálculos do nível de destruição em Gaza e do número de pessoas que parecem permanecer lá.
"Mas se esse número for confirmado, 380 mil dos mortos são crianças menores de 5 anos", disse ela.
Com o poder dos bombardeios israelenses destruindo praticamente tudo, "levará anos para verificar o verdadeiro número de vítimas e recuperar os restos mortais dessa catástrofe, como aconteceu na Bósnia", disse Albanese, uma das primeiras figuras a falar publicamente sobre o fato de que um genocídio está sendo cometido em Gaza.
A relatora, de nacionalidade italiana, foi sancionada pelos Estados Unidos por sua posição e, entre outras coisas, não pode viajar para Nova York para apresentar seu relatório à Assembleia Geral da ONU, que se reunirá lá em breve, a menos que obtenha uma isenção de última hora.
Sobre a nova onda de ataques perpetrados por Israel na Cidade de Gaza (capital da Faixa de Gaza, localizada no norte), a relatora afirmou que Israel está usando "armas não convencionais que nunca vimos antes, bem como armas recém-montadas que destroem bairros inteiros e restos de edifícios onde as pessoas buscaram refúgio".
O motivo deste último ataque é que "este é o último pedaço de terra onde a guerra deve ser impossível antes que eles avancem com sua limpeza étnica e provavelmente sigam para a Cisjordânia", declarou ela.
Sobre a Cisjordânia, ela sustentou que sua população está sofrendo "pressão intensificada", com mais de mil palestinos mortos desde o início da guerra entre Hamas e Israel, incluindo 212 crianças, além de um aumento nos assassinatos seletivos, a destruição de campos de refugiados e o deslocamento forçado de 40 mil civis.
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