11 Setembro 2025
Sob o Papa Francisco, o Vaticano buscou compromissos com o governo comunista de Pequim. Desde então, os bispos na China têm sido nomeados por consentimento mútuo. O Papa Leão XIV agora dá continuidade a essa política.
A informação é publicada por Katholisch, 10-09-2025.
O Papa Leão XIV dá continuidade à política de seu antecessor, Francisco, em relação à China. Conforme anunciado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o bispo da recém-criada diocese de Zhangjiakou, dom Joseph Wang Zhengui (62), foi ordenado bispo na quarta-feira (horário local). O Papa já havia nomeado o clérigo bispo de Zhangjiakou, na província de Hebei, em 8 de julho, "no âmbito do acordo provisório entre a Santa Sé e a República Popular da China". A província é considerada um reduto da minoria católica na China.
Também em 8 de julho, de acordo com a declaração, o Papa estabeleceu a nova diocese de Zhangjiakou e dissolveu as dioceses de Xiwanzi e Xuanhua, criadas em 1946. Isso foi feito para organizar o acompanhamento pastoral de forma mais eficiente.
Dois por cento de católicos
A nova diocese, cuja catedral está localizada em Zhangjiakou, cobre uma área de aproximadamente 36 mil quilômetros quadrados, aproximadamente o tamanho do estado alemão de Baden-Württemberg. Dos quatro milhões de habitantes, aproximadamente 85 mil são católicos, ou pouco mais de 2% da população. Segundo informações do Vaticano, eles recebem o acompanhamento pastoral de 89 padres.
O acordo secreto entre o Vaticano e a República Popular da China está em vigor desde 2018 e foi prorrogado por dois anos em 2024. Ele regula a nomeação e consagração de novos bispos católicos por acordo mútuo entre Roma e Pequim. Desde então, o Vaticano também tem redesenhado os limites das dioceses de acordo com os limites existentes entre estados, cidades e condados.
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