26 Agosto 2025
- Uma paz que não é simplesmente a ausência de guerra, mas é caracterizada pela justiça e reconciliação.
- Estamos juntos diferentes em tradições, mas unidos em Cristo. Nossa unidade não é uniformidade, mas uma diversidade reconciliada que reflete o amor criativo de Deus.
- Não podemos permanecer em silêncio quando as pessoas são deslocadas, quando o ódio se enraíza, quando as mudanças climáticas causadas pelo homem ameaçam o futuro da vida.
A reportagem é de Conselho Mundial de Igrejas (CMI), publicada por Religión Digital, 25-08-2025.
O culto "Tempo da Paz de Deus", realizado em 24 de agosto na Catedral de Uppsala, na Suécia, reuniu vozes ecumênicas para comemorar o centenário do culto de encerramento do encontro "Vida e Obra", realizado em Estocolmo em 1925 e presidido pelo então Arcebispo Nathan Söderblom.
O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) foi representado na cerimônia pelo Bispo Ingeborg Mittömme, membro dos Comitês Central e Executivo do CMI. A cerimônia foi oficiada pelo Arcebispo Dr. Martin Modéus e pela Reitora Matilda Helg. Sua Santidade, o Patriarca Ecumênico Bartolomeu, recitou o Credo Niceno em grego durante a cerimônia, assim como o Patriarca de Alexandria fez na cerimônia na catedral em 1925.
O bispo Ingeborg Midttomme da Igreja da Noruega e outros líderes religiosos de diferentes tradições se reúnem para apresentar um apelo ecumênico sobre o tema "Um tempo para a paz de Deus" durante um culto ecumênico na Catedral de Uppsala.
Um apelo ecumênico foi apresentado, reconhecendo que os líderes da Igreja se reuniam em um momento em que clamamos por paz. "Uma paz que não é simplesmente a ausência de guerra, mas é caracterizada pela justiça e pela reconciliação", diz o apelo. "Neste momento, Deus nos chama — como igrejas, como irmãos e irmãs na fé, como seres humanos — para sermos portadores da paz de Deus".
O apelo lembrou aos presentes que a missão da Igreja não é para o nosso próprio bem, mas para o bem do mundo.
"Estamos juntos, diferentes em tradições, línguas, contextos e expressões, mas unidos em Cristo", diz o apelo. "Nossa unidade não é uniformidade, mas uma diversidade reconciliada que reflete o amor criativo de Deus".
O apelo também enfatizou a responsabilidade compartilhada de trabalhar pela paz.
Nós nos instamos a nos opor à violência, a promover o diálogo entre religiões e culturas e a ser a voz daqueles que não são ouvidos.
"A busca pela paz e a possibilidade de reconciliação são fundamentais para o testemunho comum das igrejas", diz o apelo. "Instamos uns aos outros a nos opor à violência, a promover o diálogo entre religiões e culturas e a ser a voz daqueles que não são ouvidos".
O apelo refletiu que a paz de Deus não é passiva. "Ela é ativa. Busca justiça. Constrói pontes. Cura feridas e cria espaço para a reconciliação", diz o apelo. "Portanto, não podemos permanecer em silêncio quando pessoas são deslocadas, quando o ódio se enraíza, quando as mudanças climáticas induzidas pelo homem ameaçam o futuro da vida".
Muitas das igrejas que foram representadas por convidados na reunião de 1925 agora estão estabelecidas na Suécia.
Em 1925, o tema do encontro de Estocolmo e do culto em Uppsala foi que a unidade da Igreja é para o bem do mundo. O encontro fez parte dos esforços pela paz e pelo entendimento após a Primeira Guerra Mundial, durante um período tumultuado em que a Igreja buscava sua missão em relação à modernidade, à industrialização e às novas formas sociais.
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