26 Agosto 2025
Depois de um 2024 no qual Amazônia, Pantanal e Cerrado sofreram incêndios florestais históricos, o cenário das chamas neste ano traz certo alívio, segundo dados do Programa Queimadas, do INPE. Mas, para evitar a repetição da crise do ano passado, o presidente Lula quer mobilizar governadores para promover ações conjuntas de combate às chamas.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 25-08-2025.
Segundo o INPE, o Brasil registrou o menor número de focos de incêndio para o período de 1º de janeiro a 22 de agosto desde 2019. Na comparação com 2024, a queda foi de 60%, sendo mais expressiva no Pantanal e na Amazônia, informa a Agência Gov.
O Programa Queimadas também indica uma reversão da tendência de aumento dos incêndios no país neste mês, à exceção do Pampa e da Caatinga, informam Agência Brasil, BNC Amazonas e AM Post. Um sinal positivo, já que agosto está no meio do período seco, que vai de maio a outubro.
Em 2024, houve 97.742 focos de incêndio entre 1º de janeiro a 22 de agosto. Neste ano, em igual intervalo de tempo, foram 39.740. Apenas nove das 27 unidades federativas tiveram aumento em relação ao ano passado: Amapá (40%), Bahia (18%), Ceará (6%), Paraíba (83%), Pernambuco (52%), Piauí (23%), Rondônia (47%), Rio Grande do Sul (9%) e Sergipe (91%). Destes, apenas Bahia, Piauí e Rio Grande do Sul registraram mais de 1.000 focos.
Mesmo com queda acentuada, de 69%, o Mato Grosso foi novamente o estado com mais focos: 5.760, ante 19.032 registrados em 2024. Os números matogrossenses deste ano são o segundo melhor resultado do estado na série histórica do INPE, superando somente o total de focos em 2011, quando 5.468 foram registrados em igual período temporal.
Para não dar chance ao azar – ou melhor, aos criminosos que ateiam fogo à vegetação –, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião com governadores dos estados da Amazônia, Cerrado e Pantanal na 5ª feira (28/8) para discutir o enfrentamento à temporada de incêndios, de acordo com CNN Brasil e O Globo. O encontro irá alinhar ações do governo federal, estados e municípios para combater o fogo e evitar que haja aumento das queimadas próximo à COP30, o que pode “chamuscar” a conferência do clima em Belém.
Depois da tragédia em 2024, a estratégia de combate ao fogo vem sendo alinhada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Desde o ano passado, a pasta de Marina Silva ampliou a capacidade de resposta a focos de incêndio.
O MMA dispõe hoje de 11 aeronaves para brigadistas, o que ampliou em mais de 70% a capacidade de transporte desses profissionais e aumentou em mais de 100% a capacidade de lançamento de água. Há também mais de 800 viaturas para operação.
Em tempo
Para tentar evitar surpresas ambientais desagradáveis durante a COP30, o governo do Pará decretou situação de emergência ambiental e climática em todo o estado pelo prazo de 180 dias úteis. Segundo a publicação no D.O., o decreto tem como objetivo ''reforçar a capacidade de resposta frente ao desmatamento, às queimadas e aos eventos climáticos extremos, além de ampliar as ações de comando e controle ambiental'', informa o g1.
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