22 Agosto 2025
Recentemente nomeado pelo Papa Leão XIV como o novo diretor do Observatório do Vaticano, o religioso e astrônomo Richard D'Souza agora explica por que a coexistência da fé e da ciência ressoa na astronomia.
A reportagem é publicada por Katholisch.de, 20-08-2025.
Para o novo diretor do Observatório do Vaticano, um dos seus objetivos mais fundamentais é promover o diálogo entre a Igreja e a ciência. "Por meio de nossa pesquisa astronômica consistente, demonstramos que fé e ciência podem coexistir. Essa mensagem ressoa fortemente na astronomia", explicou Richard D'Souza em entrevista recente à agência de notícias "Imedia". Nascido em 1978, o astrônomo e religioso indiano foi recentemente nomeado por Leão XIV para suceder o jesuíta americano Guy Consolmagno. Sua pesquisa se concentra na formação e evolução das galáxias.
As pessoas são fascinadas pelo céu, uma profunda sensação de anseio pelos mistérios do cosmos. "Experimentamos isso quando contemplamos o céu noturno. Seja uma criança no Saara, um adolescente na Índia ou um professor em Harvard – todos se maravilham com a imagem de uma galáxia próxima ou de uma nebulosa espetacular", disse o monge. Esse sentimento desperta nas pessoas "uma sede de transcendência, um anseio pelo além".
Como comparação, D'Souza cita o afresco de Michelangelo na Capela Sistina, no qual Adão busca o divino. "Dentro de cada um de nós reside uma tensão interior, um chamado incessante pelo transcendente, por Deus. E o que poderia ser mais transcendente — e ao mesmo tempo mais físico — do que o cosmos? É por isso que, para mim, a astronomia é a mais transcendental de todas as ciências", diz D'Souza.
O observatório, agora localizado no parque da residência papal de verão, Castel Gandolfo, nas Colinas Albanas, é uma das instituições mais antigas do gênero no mundo. O Papa Gregório XIII (1572-1585) encomendou pela primeira vez pesquisas celestes aos jesuítas em 1582. O observatório foi oficialmente fundado em 1891 por Leão XIII (1878-1903). Sobre sua missão, D'Souza afirmou que a pesquisa astronômica é seu foco principal, mas que também está aberto a disciplinas relacionadas. Um jesuíta juntou-se recentemente à equipe para estudar os aspectos tecnológicos e sociológicos da vida humana no espaço.