22 Agosto 2025
Quando a peregrinação LGBTQ+ pelo Ano do Jubileu do Vaticano ocorrer em 6 de setembro, a jornada espiritual começará com uma Missa presidida pelo bispo Francesco Savino, que chamou o evento de “um ato profético”, afirmando que “No coração do Evangelho, ninguém é excluído”.
A informação é de Phoebe Carstens, publicada por New Ways Ministry, 20-08-2025.
Em uma recente entrevista ao site italiano católico LGBTQ+ Progetto Gionata, dom Francesco Savino (bispo de Cassano all’Ionio e vice-presidente da Cconferência Episcopal Italiana) falou sobre sua participação no evento organizado pela La Tenda di Gionata, grupo que mantém o Progetto Gionata. Ele celebrará a missa em 06-09-2025 na Igreja do Gesù, ponto de partida da peregrinação de uma milha que leva à Basílica de São Pedro, entrando pela Porta Santa, aberta apenas em anos jubilares.
Segundo Savino, sua decisão de rezar com a comunidade LGBTQ+ decorre simplesmente de seu compromisso com o Evangelho e o ministério de Jesus:
“A Eucaristia… é um ventre que acolhe, e não uma cerca que rejeita; é uma casa com portas sempre abertas, onde a pedra angular é o amor sem condições. É no encontro dos rostos e na partilha do pão que a Igreja encontra sua vocação original: não ser uma fortaleza para poucos, mas tendas para todos, capaz de habitar os subúrbios da alma e da história.
É por isso que este momento não é apenas uma celebração litúrgica: é um ato profético, um sinal que anuncia ao mundo que, no reino de Deus, não existem ‘convidados’ e ‘anfitriões’. Existem apenas filhos e filhas, convocados à mesma mesa, transformados pelo único amor que salva”.
Para o bispo, participar da peregrinação jubilar LGBTQ+ reflete sua postura pastoral, que “reconhece um irmão em cada rosto, em cada história uma página sagrada digna de ser lida com respeito”. Isso decorre naturalmente de sua visão pastoral mais ampla, marcada pelo acompanhamento, pela escuta e pelo compromisso com a inclusão.
Ele espera que a Missa da peregrinação torne visível e concreta sua convicção de que a comunidade cristã é verdadeiramente para todas as pessoas, em que cada indivíduo é plenamente acolhido:
“Portanto, não se trata de ‘hospedar’ alguém na casa do Senhor, mas de reconhecer que todos já são habitantes plenos. A Eucaristia, centro desta celebração, torna-se assim não o prêmio reservado a poucos, mas o pão da comunhão que reconstitui a família humana dispersa. Neste sinal há a profecia de uma Igreja que vive não para guardar um templo, mas para ser um templo vivo: onde cada pedra é um rosto, cada coluna é uma história e cada porta está aberta para o abraço infinito de Deus”.
Esta Missa, e a peregrinação maior da qual faz parte, tornam essa visão uma realidade. Católicos LGBTQ+, seus entes queridos e parceiros ministeriais representam tanto a própria Igreja quanto a missão inspirada pelo Evangelho.
Ao falar de suas esperanças para o evento, Savino destacou o poder da ocasião de enviar uma mensagem clara de mudança:
“Este evento, em sua essência mais profunda, é como um sino que ressoa na vastidão do silêncio ensurdecedor das exclusões: um sinal claro, forte e irreversível que nos lembra que o Evangelho não é um manifesto para poucos eleitos, mas uma carta de amor dirigida a toda a família humana”.
E, nesse sentido, dom Francesco Savino vê o evento também como um lembrete para toda a Igreja sobre nossa identidade eclesial: uma Igreja que acolhe, escuta e cura. “Se a Igreja não abraça estas crianças”, afirma ele, “não é a Igreja do Evangelho”.