05 Agosto 2025
Nas próximas horas será alcançada a marca de 61 mil pessoas assassinadas em Gaza desde 7 de outubro de 2023, segundo dados fornecidos pelo Ministério da Saúde do território palestino ocidental. A fome tem marcado as últimas semanas de sofrimento em uma região onde buscar alimentos e ajuda humanitária representa um risco mortal: 1.516 pessoas foram assassinadas e mais de 10.067 ficaram feridas ao se dirigirem aos pontos de distribuição.
A informação é publicada por El Salto, 05-07-2025.
No domingo, dois caminhões com 107 toneladas de diesel entraram no enclave sitiado, na primeira autorização de passagem de combustível por parte de Israel desde fevereiro. No entanto, o bloqueio de caminhões segue quase total. Atualmente, 22 mil carretas continuam retidas na passagem de Rafah, parte do território palestino, mas controlada pelo país ocupante, Israel. A maioria pertence a agências da ONU e a organizações internacionais de ajuda humanitária.
As autorizações de Israel estão muito aquém das necessidades das cerca de dois milhões de pessoas que permanecem em Gaza. Entre sábado e domingo, a média diária de entrada de caminhões não ultrapassou 40, quando o necessário seria cerca de 600 para atender uma população exausta após quase dois anos de extermínio.
“Building by building, Gaza is being erased”
— Quds News Network (@QudsNen) August 4, 2025
ITV News published aerial footage capturing the widespread destruction across the Gaza Strip. pic.twitter.com/syTwZl6dt1
A assessoria de imprensa do governo do território de Gaza denunciou a situação como um “crime de guerra em toda a regra” e um ataque ao direito internacional humanitário.
Enquanto isso, as Nações Unidas confirmaram que 6 mil crianças palestinas estão sendo tratadas por desnutrição como resultado do bloqueio total. O Programa Mundial de Alimentos da ONU afirmou que os 320 mil menores de cinco anos em Gaza estão em risco de morte por desnutrição.
Over 60,000 Palestinians – almost half women and children – have now been killed in Gaza, surpassing civilian tolls in Sudan and Myanmar and prompting Israeli rights groups to call it genocide | @nirhasson https://t.co/pSwLGMSuJo
— Haaretz.com (@haaretzcom) August 3, 2025
O número de mortos como consequência da fome chegou, no relatório de segunda-feira, 4 de agosto, a 180 — mais da metade, crianças. Além disso, o Ministério da Saúde de Gaza alertou para o aumento de casos de paralisia flácida aguda e da síndrome de Guillain-Barré entre crianças, devido a infecções atípicas e ao agravamento da desnutrição aguda.
Em 3 de agosto, o EuroMed Human Rights Monitor alertou que Israel aniquilou 97% da riqueza animal de Gaza, incluindo o gado usado para fornecimento de leite, carne ou transporte. Da mesma forma, os bombardeios israelenses devastaram as terras agrícolas.
Nenhuma granja avícola permanece em funcionamento, e 97% das vacas desapareceram; praticamente todas as 60 mil ovelhas e 10 mil cabras que viviam no território antes de 7 de outubro de 2023 foram perdidas. Apenas cerca de 6% dos jumentos que havia em Gaza antes dessa data continuam vivos.
Hamas condiciona ajuda para reféns a corredores humanitários
— DW Brasil (@dw_brasil) August 4, 2025
Grupo diz que israelenses em cativeiro terão acesso a mantimentos da Cruz Vermelha se Israel autorizar ajuda humanitária sustentada e abrangente a Gaza. https://t.co/jnpS7auLg9
A situação também é grave na Cisjordânia, onde 42 mil palestinos seguem deslocados de suas casas após a invasão israelense dos campos de refugiados de Jenin e Tulkarem. Sessenta mulheres do território oriental estavam, nesta segunda-feira, 4 de agosto, em greve de fome para exigir que Israel libere o corpo de Awdah Hathaleen, que atuou como consultor na produção do documentário premiado No Other Land. O ativista foi assassinado a tiros por colonos israelenses na semana passada.