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Frantz Fanon: 100 anos descolonizando a mente

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02 Agosto 2025

“Frantz Fanon nasceu há 100 anos e suas ideias perduram até nossos dias. A colonização de nações inteiras ainda se perpetua na atualidade. O capitalismo precisa do sistema colonial para existir, para escravizar mão de obra barata e para saquear recursos naturais ou terras raras essenciais para a economia do futuro. A resistência não cessou. A luta dos povos por sua libertação permanece”, escreve Paco Peris, em artigo publicado por Público, 21-07-2025. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

“O colonialismo e o imperialismo não saldaram suas contas conosco quando retiraram de nossos territórios suas bandeiras e forças policiais”.

“Durante séculos, os capitalistas se comportaram no mundo subdesenvolvido como verdadeiros criminosos de guerra. As deportações, as matanças, o trabalho forçado e a escravidão foram os principais meios utilizados pelo capitalismo para aumentar suas reservas de ouro e diamante, suas riquezas e para consolidar seu poder” (Frantz Fanon, 1925-1961).

Eles, os condenados da terra, vagam sem rumo, sem saber quem são, com suas origens apagadas e seus anseios destruídos. Temerosos, encurralados, sem saída, anestesiados, abduzidos pela maquinaria conquistadora do homem branco, vítimas de uma estrutura escravizadora, para além da exploração física do indivíduo, para além do visível, cúmplice da violência.

A sutileza do opróbrio maquiada pela crueldade e a agressividade do desumano. A colonização da pessoa negra supera os limites dos territórios, dos recursos naturais, para adentrar diretamente na manipulação do inconsciente, para falsificar a intuição e curvar a vontade. A lobotomização do pensamento. Nisto consistia tudo, na extirpação forçada da mente original com o objetivo de alterar o comportamento, inferiorizá-lo e, assim, transformar as populações nativas em escravos submissos e indefesos.

“O colonialismo não é uma máquina de pensar, não é um corpo dotado de razão. É a violência em estado de natureza”. Com esta afirmação, Fanon expressou com contundência a brutalidade inerente ao sistema colonial. Foi um pensador que explicou com maestria o trauma da colonização e o complexo processo de descolonização, especialmente nos países francófonos da África.

Nascido há exatamente 100 anos, na Martinica francesa, tomou consciência desde muito jovem do peso da cor de sua pele. Quando tinha 19 anos, a França rendeu-se à Alemanha nazista, em 1940, e as tropas navais da França de Vichy se estabeleceram na ilha. As práticas abertamente racistas, os abusos sexuais e o tratamento vexatório à população negra não foram meros incidentes isolados: foram a manifestação visível de uma estrutura colonial profundamente enraizada. A violência, longe de ser uma exceção, era a norma.

Este clima de opressão forjou em Fanon uma consciência crítica que o acompanharia por toda a sua vida. Forçado, como tantos outros, a conter sua dor, a silenciar sua indignação, Fanon começou a compreender que o colonialismo não apenas subjuga os corpos, mas também deforma subjetividades. O colonizado, dizia, sofre uma alienação ontológica: vê-se através do espelho do colonizador, fragmentado, inferiorizado, defeituoso, despossuído de sua própria voz.

Formou-se em psiquiatria, em 1951, e, em 1953, foi nomeado Chefe de Serviço do Hospital Psiquiátrico Blida-Joinville, na Argélia. Lá, revolucionou o atendimento psiquiátrico ao introduzir práticas de terapia social que atribuíam um papel central aos fatores culturais, tanto na saúde mental quanto na doença. Seu hospital atendia da mesma forma torturadores e vítimas, o que lhe permitiu observar de perto as sequelas psicológicas da violência colonial.

Em novembro de 1954, Fanon ingressou secretamente na Frente de Libertação Nacional (FLN) da Argélia. Continuou trabalhando como psiquiatra, mas também ofereceu apoio ativo aos combatentes independentistas. Sua participação na luta pela libertação da Argélia e sua experiência direta com a violência colonial marcaram profundamente seu pensamento e suas obras mais influentes.

A teoria de Frantz Fanon nos ajuda a entender as fraturas, as perturbações e as profundas feridas psicológicas infligidas pelo colonialismo. Um sistema opressor e alienante que internaliza o racismo e destrói a identidade.

Em seu primeiro livro, Pele negra, máscaras brancas (1952), Frantz Fanon explora a alienação do sujeito negro em uma sociedade dominada pelos brancos, por meio de observações clínicas. Ao longo de sua obra, diagnostica os sintomas patológicos do racismo cotidiano, revelando as dinâmicas neuróticas por meio das quais o conceito de raça é reproduzido, imposto e naturalizado.

“Para o homem negro, há apenas um destino. E ele é branco”. Fanon desvenda uma civilização na qual o sujeito colonizado se vê forçado a adotar as máscaras brancas do opressor, a assumir os significados impostos pela branquitude e a renunciar aos seus, ligados à negritude. Neste processo de alienação, todos querem se assemelhar aos brancos, presos em um conflito identitário.

O colonizado internaliza o desprezo do colonizador. Aprende a se ver com olhos brancos, a buscar aprovação no estrangeiro, a rejeitar suas raízes para se sentir aceito. “O negro não é um homem, porque ainda tem de se converter em humano aos olhos do branco”. Nesta frase, Fanon revela a violência simbólica deixada pela colonização: a ideia de que ser você mesmo não basta, de que é preciso ser outro para ter valor.

Descolonizar a mente, no pensamento de Frantz Fanon, significa arrancar as “máscaras brancas” impostas pelo colonialismo. É desmascarar as ficções do racismo, da suposta superioridade cultural e o complexo de inferioridade que impedem os povos oprimidos de se reconhecerem como sujeitos plenos e autônomos. Fanon não apenas denuncia o trauma psíquico que o colonialismo deixa nos corpos e nas consciências; também convida a uma transformação radical: refazer o pensamento, romper com os moldes coloniais e forjar novas formas de ser, para além da lógica binária do senhor e o escravo.

Sua obra deixou uma marca profunda em inúmeros intelectuais e movimentos do século XX, de Jean-Paul Sartre e Edward Said a Black Power, Malcolm X e a Teologia da Libertação. Seu pensamento foi fundamental para articular discursos revolucionários no Terceiro Mundo - na América Latina, Ásia e África - e também influenciou o espírito contestatório de Maio de 68. Seu livro póstumo, Os condenados da Terra (1961), permanece uma referência essencial para a compreensão das lutas identitárias, antirracistas e decoloniais que sacodem o nosso mundo.

Hoje, países como Bélgica e França começaram a descolonizar seus museus e livros didáticos, com o objetivo de reescrever suas narrativas históricas e questionar a noção de “grandeur”. Em 2017, Emmanuel Macron reconheceu que a colonização foi “um crime contra a humanidade”, um marco na revisão crítica do passado colonial europeu.

“Não à indignidade do homem. À exploração do homem. Ao assassinato daquilo que há de mais humano no homem: a liberdade”. Fanon considera que outra história e outra sociedade são possíveis, mas é necessário que o ser humano decida se libertar e não faça com que as suas ações dependam da história ou da raça. Mas também da ideologia. Descolonizar a mente, emancipar-se da opressão das doutrinas dominantes. De uma forma ou de outra, todos nós fomos colonizados, nossa razão foi conquistada pela falsa ideia de que nosso mundo é imutável, que tudo “é” porque existe e que nada pode ser diferente.

Aceitamos o imposto, as desigualdades, a subordinação, as guerras, acatamos nosso destino como se fosse inevitável, presos em um conflito de identidade, internalizamos o desprezo pela doutrina econômica imperante, abduzidos pelo espectro do desejo consumista. O neoliberalismo como sistema absolutista, que normaliza a precariedade e a exploração, que promete liberdade quando impõe um molde, que transforma aqueles que são expulsos do privilégio em servos, escravos de uma hierarquia onde alguns homens brancos, ocidentais, subjugam os outros: os deserdados da Terra. Esta narrativa penetra profundamente na subjetividade contemporânea: diz-nos que valemos o que produzimos, que tudo o que não é rentável é dispensável e que o sofrimento individual se deve à falta de esforço ou talento, não a causas estruturais.

O estabelecimento gradual, em nossas sociedades ocidentais, de um regime do inconsciente colonial, patriarcal e capitalista impõe um pensamento único e faz da alteridade um objeto de exploração e violência. Suely Rolnik, filósofa brasileira, buscou a maneira de como nos tornarmos algo diferente do que somos. Ou seja, como nos transformar para abandonar a nossa identidade narcisista e criar um modo de vida que reconheça e cuide da presença dos outros. Rolnik nos estimula a descolonizar o inconsciente: não apenas a pensar de outro modo, mas a desejar de outro modo. Porque somente com uma nova política do desejo poderemos libertar nosso potencial criativo de seu sequestro neoliberal e, assim, fazer germinar um futuro diferente.

Descolonizar a mente é um processo de desaprendizagem. Envolve questionar o sistema, desafiar as narrativas dominantes e recuperar a memória histórica. que nos foi negada. Significa voltar a olhar para o mundo com nossos próprios olhos, recuperar as narrativas que nos pertencem, reivindicar um estilo de vida baseado na beleza e no prazer, em oposição à tirania da produtividade e do trabalho. Significa resistir à lógica do consumo e do desenraizamento, desmascarar as ficções do bem-estar e reconstituir vínculos com a natureza, com a comunidade, com os ancestrais.

Hoje, descolonizar a mente é mais do que um exercício teórico: é uma urgência política e espiritual. Em tempos em que os discursos hegemônicos se renovam através da globalização, das redes sociais, do populismo, da miragem do crescimento ilimitado e do negacionismo climático, precisamos defender os espaços onde a pluralidade de pensamento ainda respira, onde o amor renasce, sem máscaras virtuais.

“Não se deve tentar fixar o homem, pois seu destino é ser solto”. Frantz Fanon nasceu há 100 anos e suas ideias perduram até nossos dias. A colonização de nações inteiras ainda se perpetua na atualidade. O capitalismo precisa do sistema colonial para existir, para escravizar mão de obra barata e para saquear recursos naturais ou terras raras essenciais para a economia do futuro. A resistência não cessou. A luta dos povos por sua libertação permanece, assim como persiste o sistema que os oprime. Enquanto não mudarmos esta ordem imposta pela raiz, as desigualdades não apenas continuarão, mas se aprofundarão. Por isso, livrar-nos das imposições sistêmicas não é uma opção, mas uma necessidade.

Descolonizar a mente e a visão é abrir caminho para sonhar um mundo mais justo. Um futuro em que a diversidade não seja tolerada, mas celebrada, em que possamos caminhar com dignidade sem ter que pedir permissão para existir. É imaginar o futuro a partir das raízes, não da vassalagem, onde a cooperação, o cuidado, o ócio e a comunidade não sejam vistos como fraquezas. A colonização neoliberal nos impõe um marco mental, fazendo-nos acreditar que não há alternativa, mas elas existem. E começa com pensar de outro modo, sentir de outro modo, imaginar outros mundos possíveis.

“Uma luta que mobiliza todas as camadas do povo, que expressa as intenções e a impaciências do povo, que não teme apoiar-se exclusivamente nesse povo, é necessariamente vitoriosa” (Frantz Fanon).

Leia mais

  • O sofrimento palestino, à luz de Fanon. Artigo de Samah Jabr e Elizabeth Berger
  • Frantz Fanon: herói da libertação da Argélia faria 100 anos
  • 'A clínica rebelde': biografia de Frantz Fanon, o rebelde que interroga
  • As muitas vidas de Frantz Fanon
  • O humanismo revolucionário de Frantz Fanon
  • A atualidade de Fanon, 60 anos depois
  • Frantz Fanon, um intelectual revolucionário sempre atual
  • As duas faces insubmissas de Frantz Fanon
  • Por que ler Fanon hoje? Artigo de Immanuel Wallerstein
  • As perguntas da filosofia existencial africana ao colonialismo. Entrevista especial com Lewis Gordon
  • Os povos têm o direito de se defenderem do colonialismo. Artigo de Egydio Schwade
  • Decolonialidade: o desafio do pensamento outro. Artigo de Uribam Xavier
  • Não ao colonialismo, sim à redenção. O “vento africano” do Papa Francisco. Artigo de Luca Attanasio
  • Propriedade intelectual, ferramenta do colonialismo
  • Os povos têm o direito de se defenderem do colonialismo. Artigo de Egydio Schwade
  • Os minerais da África estão sendo trocados por segurança: por que é uma má ideia. Artigo de Hanri Mostert e Tracy-Lynn Field
  • Exame de uma África insubmissa. Artigo de José Luís Fiori
  • Quatro africanos são mais ricos que metade do continente

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