02 Agosto 2025
“De Niceia a hoje. Ecumenismo entre memória e futuro”: esse é o tema da 61ª Sessão de Formação Ecumênica do Secretariado de Atividades Ecumênicas (SAE), que acontecerá na Casa de Hóspedes do mosteiro beneditino de Camaldoli, na província de Arezzo, de 27 de julho a 2 de agosto.
A informação é de Luca Maria Negro, publicado por Riforma, 30-07-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
O SAE, fundado por Maria Vingiani na esteira do Concílio Vaticano II, é um movimento ecumênico único no panorama não apenas italiano, mas também internacional, pois é uma associação interconfessional de leigos e leigas em prol do ecumenismo e do diálogo, começando pelo diálogo judaico-cristão. Uma associação exclusivamente de leigos: para evitar qualquer controle das "cúrias" das diferentes igrejas, os religiosos (sacerdotes ou pastores) podem ser apenas "amigos", mas não sócios efetivos do SAE.
Desde 1964, as sessões do SAE reúnem fiéis católicos, protestantes, ortodoxos e de outras religiões para aprofundar diversos temas teológicos e de atualidade, com a ajuda de especialistas das diversas confissões. O tema deste ano refere-se ao 1.700º aniversário do primeiro grande concílio universal da Igreja cristã, o de Niceia, de 325, e à "confissão de fé" por ele aprovada. Pedimos à presidente do SAE, a valdense Erica Sfredda, que explicasse o tema da Sessão: "A Sessão que está prestes a começar", declarou Sfredda, "tratará de Niceia, mas não tanto do ponto de vista histórico, mas sim da perspectiva da atualidade ecumênica hoje, ou seja, tentaremos entender o que Niceia deixou em nossas igrejas. Niceia era ainda um momento unitário; hoje somos três grandes confissões: o que mudou, como cada um de nós se refere a esse evento fundamental. E, também, o nosso credo: como mudou ao longo dos séculos, ou como se manteve inalterado; de que forma, a partir de um ponto de partida comum, percorremos caminhos às vezes até muito distantes".
Erica Sfredda foi a primeira presidente protestante do SAE: com esta Sessão, conclui seu mandato de quatro anos e não se candidatará novamente. Pedimos que avaliasse esses anos à frente do movimento. "Foram quatro anos intensos", respondeu a presidente em saída, "muito bons, riquíssimos. A associação demonstrou suficiente maturidade para eleger uma presidente protestante; era a primeira vez que isso acontecia, e encheu-nos a todos de orgulho, porque foi o sinal de que somos realmente uma associação interconfessional. Nos últimos anos, foram retomadas as conferências dos jovens, que se reuniram em Veneza, Florença e, este ano, em Bari.
Conseguimos transferir o arquivo para um local adequado e, para permitir a consulta, começar a pensar em catalogar o enorme material de Maria Vingiani, que ainda não está disponível para os estudiosos. Também iniciamos uma pequena, mas significativa, abertura ao diálogo que não é apenas interconfessional e inter-religioso, mas também intercultural, no sentido de que pessoas de fora da nossa velha Europa estão começando a frequentar as nossas sessões".