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05 Julho 2025

"A destruição de redutos da vida selvagem e a perda de biodiversidade, tão visíveis, já atingiu um nível estarrecedor. Isso quer dizer que, no mesmo Lar Planetário onde compartilhamos a vida com milhões de espécies catalogadas, incluindo populações selvagens, raças de plantas, animais domésticos e assim por diante, 10% dessas formas de vida são eliminadas a cada década", escreve Marcus Eduardo de Oliveira, economista e ativista ambiental, autor de Civilização em desajuste com os limites planetários (CRV, 2018) e A civilização em risco (Jaguatirica, 2024), entre outros.

Eis o artigo.

Não cabe mais surpresas: a crise ecológica chegou, e nós fazemos parte disso. Diante da urgência do colapso climático, nós, os modernos, quer dizer, a força antropocêntrica guiada por uma visão materialista, temos sido incapazes de gerenciar (e proteger) nosso planeta. Em todo caso, e nunca é demais dizer, o padrão de violenta exploração de recursos, sem que se dê tempo de a natureza se recompor, deixa em evidência que a massiva interferência humana no meio ambiente já saiu de controle.

Em tempo real: a nossa pegada no planeta (o jeito como nos comportamos, dá no mesmo) inaugura em linhas gerais o que o senso comum chama de colapso civilizatório. Esse é o ponto mais crítico!

A destruição de redutos da vida selvagem e a perda de biodiversidade, tão visíveis, já atingiu um nível estarrecedor. Isso quer dizer que, no mesmo Lar Planetário onde compartilhamos a vida com milhões de espécies catalogadas, incluindo populações selvagens, raças de plantas, animais domésticos e assim por diante, 10% dessas formas de vida são eliminadas a cada década.

Causa e efeito, soa essa constatação: nesse mundo de economia opulenta, tudo indica que “a humanidade esqueceu que faz parte da seleção natural e que, por mais que possamos parecer no ápice da cadeia alimentar, a natureza não pode ser gentil conosco no futuro” (William Rees).

Por clara conclusão, “sequer estamos preparados para proteger a natureza”, como faz questão de lembrar o filósofo alemão Peter Sloterdijk.[1]

No plano geral, o planeta vem batendo recordes de temperatura da atmosfera, criando um possível futuro ecológico bastante sombrio. Nesse caso, em recente relatório, a agência Copernicus destaca que “as temperaturas globais estão além de tudo o que os humanos já experimentaram até hoje”.[2]

Os alertas científicos, sempre providenciais, são claros: mais calor na Terra significa, em muitos casos, fragilidade dos recursos naturais, e mais ocorrências de eventos climáticos extremos.
Note-se assim que essa é, em síntese, a enfermidade que polariza todas as atenções nesse momento em que atravessamos uma crise sistêmica que altera as condições sociais e que, sendo global e multidimensional, “toca todos os setores da vida humana”,[3] como procura esclarecer Frédéric Lenoir.

Reivindicando novas emergências, assusta saber no curso dos acontecimentos que o gelo está derretendo a uma velocidade três vezes maior do que eles [os especialistas] temiam apenas vinte anos atrás.[4]

Na Antártica, o aquecimento global está provocando um degelo bastante acelerado – velocidade seis vezes superior à registrada nos anos 1980.[5] A ciência ainda faz constantes alertas de que os danos causados por enchentes vão aumentar de cem a mil vezes até o final deste século.[6] O que já sabemos, agora mesmo, é que, de quarenta mil espécies estudadas, 12% de todas as aves, 13% das plantas e 25% dos mamíferos correm risco de extinção.[7] No interior dessas anormalidades, há um paradigma suicida que nos governa. Há, por assim dizer, uma racionalidade produtivista destruidora de ambientes, o que faz a crise ecológica se agravar ainda mais.

Nesse ponto, Davi Kopenawa, com a autoridade de xamã yanomami, olhando de perto todos esses danos ecológicos, assim profetizou em A queda do céu [8]: “(...) os rios vão desaparecer debaixo da terra, o chão vai se desfazer, as árvores vão murchar e as pedras vão rachar no calor”.

Por trás disso, ainda falando de forma coloquial, bem sabemos que o motivo é o de sempre: aumentar a economia global (mais crescimento) à custa do meio ambiente.
Em síntese, isso significa que, pela cultura do capital (obter lucro com tudo) e pela lógica da modernidade (sem acumulação não há progresso), para manter o atual estilo de vida da humanidade, o mundo moderno precisa de mais de uma Terra.

Em termos objetivos, é possível falar agora que a proporção e a intensidade desses desajustes planetários (coloquemos no plural) que estamos delineando é de tamanha ordem que podemos desestabilizar o relativamente estável clima que tivemos lá no Holoceno.

Porquanto, expressão última, os especialistas em Antropoceno confirmam o que não queríamos escutar: enquanto sociedade consumidora, adepta de um modelo de economia linear (extrai-produz-consome-descarta) que literalmente engole recursos do mundo natural muito mais rápido do que os ecossistemas são capazes de regenerá-los, com nossos hábitos de consumo interferimos (diretamente) nos ciclos da natureza. Assim sendo, devido à aceleração do uso de recursos naturais pela economia convencional, vamos tornando o planeta pouco funcional.

Bem entendido o pomo da discórdia, Luiz Marques, em O decênio decisivo, é taxativo: se “mantidos os paradigmas suicidas que regem nossa sociedade”, tanto mais radicalmente mudaremos os processos do sistema-Terra, e assim seguiremos desafiando a sustentabilidade, que, convenhamos, deveria ser o centro de tudo.

Nessa experiência conflitiva que desenvolvemos, parece que está bem definido o que de pior conseguimos fazer até aqui: a aceleração dos desequilíbrios planetários.

Assim, que fique claro: o que estamos chamando de desequilíbrio planetário atende pelos nomes de: i) queda irreversível de geleiras; ii) concentração (anormal) de aerossóis na atmosfera; iii) muitos impactos nos ecossistemas terrestres que absorvem cada vez mais poluição de dióxido de carbono; iv) massiva degradação dos solos e a desproteção de polinizadores naturais (nada menos que 75% das cem principais culturas do mundo moderno dependem de polinizadores; na verdade, um terço de tudo o que comemos depende de nossas amigas abelhas para a polinização).
No bojo de uma boa discussão, de acordo com a experiência cotidiana, haveremos de reparar que a lógica aí dominante é a mesma de sempre: “o que chamamos de crescimento econômico”, nos ensina o socioeconomista francês Bernard Perret, “está fundado na energia a baixo custo, na acumulação de objetos materiais e na destruição da natureza”.[9]

Dentro desse sistema gerido pelo grande capital, e pouco sensível à causa social, agora sabemos: em apenas 30 anos, entre 1950 e 1980, ao mesmo tempo em que o PIB mundial quadruplicava saltando de 2 trilhões para mais de 8 trilhões de dólares, a poluição do ar contabilizava centenas de milhares de mortes em todos os quadrantes do planeta.

E ainda hoje, mais de três milhões de adultos morrem todos os anos em consequência da fome; mais de 2,5 bilhões de pessoas permanecem sem acesso à água potável; e mais de 4,2 bilhões de pessoas desconhecem saneamento básico.

Dessa notada perspectiva, escandalosamente atual, resulta nosso problema número 1: a habitabilidade do planeta, também essa, aliás, fortemente submetida à lógica produtivista (essência do capitalismo), gestora mor do desastre ambiental. Coloquemos nesses termos.

Por isso mesmo, dito nas entrelinhas, “a Terra afundou cada vez mais em desequilíbrios ecológicos”,[10] escrevem os historiadores franceses Christophe Bonneuil e Jean-Baptiste Fressoz.
Conclusão imediata: nesse mundo acelerado e tresloucado em que nos deixamos orientar pela “lógica dos objetos”, para usar a expressão do sociólogo francês Jean Baudrillard (1929-2007), já abusamos dos métodos de produção global que não raras vezes destroem o capital natural do planeta, desgastam a capacidade da Terra e violam a causa central da regeneração.

De qualquer maneira, não duvidemos, foi assim: sob uma orientação consumista (típico da modernidade com sua expansão econômica), dentro da ordem capitalista incapaz de adaptar as atividades econômicas às leis da natureza, que a minoria dominante e influente, abastada e esbanjadora, “majoritariamente branca, localizada no Norte do globo, em especial na Europa e nos Estados Unidos” (Eliane Brum)[11] fez explodir o mais severo custo socioecológico do planeta que simplesmente tem o pendor de eliminar vidas, a humana e a não humana.

Portanto, é a partir desse movimento que soa uma só constatação: se a ideia de Modernidade Suicida, centrada no crescimento continuado, responde pelo esgotamento de recursos e pelas mudanças climáticas, defender a sustentabilidade ambiental requer, antes ainda, minar essa mencionada ideia.

Caso contrário, não avançaremos em direção ao que mais importa: 1) construir um futuro ecologicamente sustentável; 2) habitar um mundo ambientalmente saudável. Ou, como dizem Joanna Macy e Molly Brown, para ser definitivo, devemos sair de uma sociedade de crescimento industrial para uma sociedade de sustentação de toda a vida.[12]

Notas

[1] - Entrevista de Peter Sloterdijk à Deutsche Welle, reproduzida por Carta Capital, 28.06.2020. Disponível aqui.

[2] - Consultar: aqui.

[3] - LENOIR, F. A cura do mundo. (Trad. Nicolás Campanário). São Paulo: Edições Loyola, 2014, p.72.

[4] - Dados divulgados no final de 2006 pelo Serviço Mundial de Monitoramento de Geleiras (World Glacier Monitoring Service), localizado na Suíça. Consultar: aqui.

[5] - Artigo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) aponta que o derretimento do gelo antártico elevou o nível do mar em 1,4 centímetro entre 1979 e 2017.

[6] - Consultar a plataforma Human Climate Horizons. Disponível aqui.

[7] - É o que consta no relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas (IPBES), da Organização das Nações Unidas, divulgado em 06.05.2019. Consultar aqui.

[8] - KOPENAWA, D. & ALBERT, B. A queda do céu – palavras de um xamã yanomami. (Trad. Beatriz Perrone-Moisés). São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

[9] - PERRET, B. O capitalismo é sustentável? (Trad. Luiz Paulo Rouanet). São Paulo: Edições Loyola, 2011.

[10] - BONNEUIL, C & FRESSOZ, J-B. O acontecimento Antropoceno – A Terra, a história e nós. (Trad. Marcela Vieira) Campinas: Editora Unicamp, 2023.

[11] - Recolhido de ELIANE BRUM, Banzeiro ókótó – uma viagem à Amazônia centro do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2021, p.70.

[12] - MACY, J. & BROWN, M. Nossa vida como Gaia. São Paulo: Gaia, 2010.

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