16 Mai 2025
O anúncio do secretário da Aliança, Rutte. Ministro das Relações Exteriores de Berlim: “Já estamos prontos para atingir a meta”
A reportagem é de Tonia Mastrobuoni, publicada por La Repubblica, 16-05-2025.
A maioria dos parceiros da OTAN “está agora pronta para atingir a meta inicial de gastar 2% do PIB em defesa este ano”. O Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, encerrou a cúpula informal da Aliança Atlântica em Antália com uma expressão visivelmente satisfeita. E aqui também, como em Istambul, o convidado de honra das reuniões na Turquia foi Vladimir Putin e sua postura cada vez mais agressiva em relação ao Ocidente. No jantar preliminar de quarta-feira, o Ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, já havia alertado seus colegas da OTAN que "os valores fundamentais de paz e estabilidade que nossa Aliança defende estão sob ameaça sem precedentes em regiões como Ucrânia e Gaza".
Após receber o compromisso de atingir 2% da grande maioria dos parceiros europeus, Mark Rutte concluiu que, na construção da dissuasão europeia, "estamos no caminho certo", mas acrescentou que "não é suficiente". A meta que o ex-primeiro-ministro holandês tem em mente são os 5% explicitamente solicitados por Donald Trump.
E a verdadeira surpresa da reunião de Antália foi a Alemanha, que disse estar disposta a atender aos pedidos do presidente americano. À margem de uma reunião com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, enfatizou que é "necessário" ouvir Washington sobre o pedido aos parceiros europeus da OTAN — que os americanos começaram a avançar muito antes de Trump — para aumentar seus esforços militares.
Chefe da OTAN satisfeito: Berlim "está assumindo a liderança" em compromissos de defesa, destacou Rutte. Em 2014, na cúpula do País de Gales, a Aliança Atlântica concordou com 2%, mas os principais países europeus nunca haviam atingido essa meta antes da guerra na Ucrânia. A própria Alemanha gira em torno de 2%. Agora que Trump quase triplicou essa meta, Berlim, que sempre a considerou inatingível, sinalizou que está tudo bem. Afinal, em seu primeiro discurso governamental no Bundestag, o chanceler Friedrich Merz prometeu na quarta-feira transformar o exército alemão no "mais forte da Europa". A Bundeswehr conta atualmente com 183.000 soldados, e a promessa é ultrapassar 200.000 até 2030. E Merz também apelou para a necessidade de "unidade europeia".
Wadephul destacou que 3,5% seriam destinados a gastos militares e os 1,5% restantes à infraestrutura de defesa. E esse é o esquema proposto pelo próprio Rutte. Mas o número ainda é monstruoso, em termos absolutos. Merz lembrou recentemente que cada ponto adicional gasto em defesa equivale a aproximadamente 45 bilhões por ano. Cinco por cento seriam equivalentes a 225 bilhões de euros por ano.
É improvável que a notícia agrade outros parceiros europeus. Enquanto a Alemanha, que atualmente ostenta uma dívida baixa, de 63% do PIB, já decidiu abrir mão do freio da dívida para poder gastar com déficit em defesa, países como França ou Itália têm espaço fiscal limitado para satisfazer as demandas da OTAN ou de Trump. E se Merz quebrou o tabu da intocabilidade do freio da dívida para seu país, ele não parece tão generoso com o resto do continente. Por enquanto, Berlim não quer ouvir falar de Eurobonds para fortalecer a defesa comum europeia. Enquanto isso, tal como na questão de longa data dos mísseis de longo alcance Taurus, a CDU tem de lidar com a relutância do seu parceiro de governo, o SPD. Que ontem expressou algumas reservas quanto à meta de 5%.