Boom de novas usinas a carvão ameaça metas climáticas na China

Foto: Unsplash/AP | ClimaInfo

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15 Fevereiro 2025

Quase 95 GW em novos projetos começaram a ser construídos no ano passado, e governos locais aceleram emissão de licenças para futuras usinas, mostra análise.

A informação é publicada por ClimaInfo, 14-02-2025.

Em 2021, o presidente da China, Xi Jinping, prometeu reduzir gradualmente o uso do carvão no país nos cinco anos seguintes. No entanto, em 2024, mesmo com o avanço acelerado das fontes renováveis, que se tornaram um importante motor econômico chinês, a utilização de energia solar e eólica caiu drasticamente no 4º trimestre, enquanto o carvão seguiu forte. Se mantida essa tendência, outra promessa de Xi – a de a China atingir seu pico de emissões até 2030 – corre sério risco.

É o que mostra uma revisão, feita pelo Centre for Research on Energy and Clean Air (CREA) e pelo Global Energy Monitor (GEM), relativa ao segundo semestre do ano passado sobre os projetos de carvão da China e repercutida por Guardian e Bloomberg. De modo geral, o documento destaca que a produção elétrica chinesa está estimulando uma competição entre o combustível fóssil e as renováveis e dando vantagem para o primeiro.

O relatório lista que a China aprovou 66,7 gigawatts (GW) de nova capacidade de geração a carvão no ano passado. Ao mesmo tempo, 94,5 GW em novos projetos de carvão começaram a ser construídos, e 3,3 GW em projetos antes suspensos retomaram as obras – o nível mais alto desde 2015. Isso indica que um grande número de novas usinas entrará em operação nos próximos dois a três anos, consolidando ainda mais o papel do carvão no sistema energético chinês.

A expansão acelerada, alimentada pelo investimento do setor de mineração, “levanta preocupações críticas” sobre a capacidade da China de abandonar os combustíveis fósseis, alerta o documento. Do jeito que está, destaca o Carbon Brief, a rápida expansão dessa energia suja é um “desafio” aos compromissos climáticos de alto nível da China, incluindo a redução do uso de carvão, argumentam a CREA e o GEM.

O aumento do carvão coincide com o desenvolvimento vertiginoso de energia renovável no país, que incluiu 356 GW de nova capacidade eólica e solar em 2024. A geração de energia termelétrica cresceu menos de 2% no ano passado, e Xi Jinping prometeu reduzir o uso de carvão a partir de 2026.

Ainda assim, o combustível fóssil é considerado um pilar fundamental da segurança energética, e os planejadores chineses disseram que ele ainda é necessário como um backup para equilibrar a energia intermitente fornecida pelo vento e pelo sol – a mesma desculpa bastante questionável usada por defensores da expansão de termelétricas a combustíveis fósseis no Brasil.

Apesar dos prognósticos desanimadores, o relatório de CREA e GEM aponta caminhos para a China voltar aos trilhos dos planos climáticos. Entre a série de políticas que o governo chinês deveria implantar a partir deste ano para esse fim estão o fim das aprovações de novas usinas a carvão, a reforma do mercado de energia e da rede elétrica do país.

AP, Reuters, France24 e Financial Times também repercutiram o relatório.

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