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A gula como pecado e questão econômica. Artigo de Gianfranco Ravasi

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21 Janeiro 2025

Alfabeto do homem. Em seu novo livro, o Cardeal Ravasi fala sobre os vícios capitais e as virtudes teologais e cardeais. Antecipamos as páginas sobre a gula, entre citações de São Paulo, Goldoni, Fromm e do Talmud.

O artigo é de Gianfranco Ravasi, cardeal italiano e ex-prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, publicado por Il Sole 24 Ore, 19-01-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Na edição de 12 de novembro de 1850 de uma revista literária alemã, o filósofo Ludwig Feuerbach publicou uma frase que se tornaria um lema à primeira vista escandaloso: “O homem é o que come”. Em alemão, além disso, a frase era sugestiva por assonância: Der Mensch ist ('é') was er isst ('come'). Na realidade, essa afirmação, para além de sua brutalidade materialista, contém uma verdade humana significativa. De fato, em todas as civilizações, a comida é um grande símbolo de comunhão entre as pessoas.

Por meio da comida, se comunica aos outros a alegria e o luto, o amor e até mesmo o ódio (basta pensar nos envenenamentos). Também nos nossos dias, nascimentos e casamentos são celebrados com banquetes festivos; solenidades, recepções e convenções terminam em jantares de gala, assim como se consomem almoços de negócios e, em muitas culturas, a perda de entes queridos é acompanhada por refeições fúnebres. Agora, além disso, se tonaram quase uma obsessão os infinitos reality shows de gastronomia e masterchef...

Não é à toa que um dos mais famosos conhecedores do fenômeno social da alimentação, o magistrado oitocentista Anthelme Brillat-Savarin, observou que “os animais se repastam; o homem come; somente o homem de espírito sabe comer”.
É digno de nota que a era messiânica na Bíblia é retratada pela imagem festiva do “banquete de vinho envelhecido, com carnes suculentas e o melhor vinho” (Is 25,6). No ritual do templo em Jerusalém, “o sacrifício de comunhão (ou paz)” era contemplado, o que incluía uma refeição com algumas carnes da vítima imolada. O próprio Cristo - que gostava de se sentar para uma refeição nem sempre em boa companhia (publicanos, pecadores, prostitutas) a ponto de correr o risco de ser tachado de “comilão e beberrão” (Mt 11,19) - confiou ao sinal do pão e do vinho da Eucaristia sua presença permanente entre nós e, em suas parábolas, não hesitava em apresentar banquetes, especialmente os nupciais. Em suma, devemos reconhecer que comer não é apenas um ato fisiológico, mas também um gesto simbólico e, nesse sentido, desperdiçar alimentos diante de uma multidão de famintos que povoam tantas terras não é apenas uma questão econômica, mas também um pecado e um ato infame. Estamos, de fato, envolvidos em um mecanismo perverso dominado pelo consumismo. O filósofo alemão Erich Fromm estava certo quando, em sua obra mais conhecida, A arte de amar (1956), definia a felicidade do homem moderno da seguinte forma: “olhar vitrines e comprar tudo o que lhe é possível, à vista ou em prestações”.

Por esse caminho, passamos da alimentação, que é uma espécie de virtude necessária, para a área mais obscuras de um vício capital, emblematicamente representado pela gula. É curioso notar que, no hebraico bíblico, nefesh significa tanto “gula” quanto “alma”. Isso é intuído no início de um famoso salmo, o Salmo 42: “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma nefesh (garganta/alma) por ti, ó Deus!”. Como dissemos, a comida e a bebida são um sinal de amor e fé, mas podem ser a base do vício da avidez glutona.

“A gula é um vício que nunca acaba, e é aquele vício que sempre cresce quanto mais o homem envelhece”. Assim fala Rodolfo, o protagonista da peça La bottega del caffè (1750) de Carlo Goldoni. O fato de a sociedade atual não estar em harmonia com a comida é demonstrado pela obsessão com dietas e balanças, com um frenesi tão grande que pode até se transformar em uma patologia médica: pensemos no drama antitético da bulimia e da anorexia que, na realidade, são muitas vezes uma forma terrível de enviar mensagens existenciais de solidão, insegurança, desestima e abandono. Nós, no entanto, nos colocamos na esfera moral, denunciando justamente o quinto dos chamados vícios “capitais”, que tem como símbolo a gula. Para aqueles que fazem uso desordenado da comida e da bebida (basta pensar no coma etílico de certos jovens depois de uma noite de loucura), vale a afirmação de São Paulo: “Quanto a estes, o seu destino é a perdição, o seu deus é o estômago” (Fl 3,19). Não apenas ao nível físico, portanto, aplica-se o que lemos no livro das tradições judaicas, o Talmud: “A gula matou mais homens do que a fome”.

Uma frase que se tornou o nosso provérbio: “A gula mata mais do que a espada”. Engraçada é a forma espanhola desse ditado: “Más mató la cena que sanó Avicenna”. O famoso médico árabe do século XI, Avicena, ou seja, a medicina, curou menos pessoas do que eliminou a crápula. Novamente, São Paulo advertia: “Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em impudícias, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja” (Rm 13,13). O Papa São Gregório Magno recordava, seguindo os passos do Apóstolo, que a gula tem cinco filhas: alegria indecorosa, obscenidade, impureza, loquacidade e embotamento da mente.

A Bíblia nos dá muitas dicas a esse respeito, a começar por Esaú, filho do patriarca Isaque, que, depois de uma caçada, não consegue se controlar por causa da fome e, a seu irmão mais novo, Jacó, pede um prato de lentilhas que ele preparou. Todos nós sabemos como isso terminou, com a perda do direito de primogenitura (leia-se Gênesis 25,29-34). Veemente é a indignação do profeta Amós contra as orgias dos membros das classes mais altas de Samaria: “ai dos que dormem em camas de marfim, e se estendem sobre os seus leitos, e comem os cordeiros do rebanho, e os bezerros do meio do curral; que cantam ao som da viola, e inventam para si instrumentos musicais, assim como Davi; que bebem vinho em taças, e se ungem com o mais excelente óleo” (6,4-6). Também associadas a esses banquetes estão as princesas, semelhantes às “vacas de Basã”: elas esmagavam os fracos, oprimiam os pobres e diziam a seus maridos: tragam bebidas e vamos beber! Uma cena semelhante também é retomada quase ao vivo por Isaías, com pessoas “atordoadas pelo vinho”; mas, no meio do clamor da festa, de repente irrompe “um enviado do Senhor, um homem poderoso e forte” que arranca os diademas de flores de suas cabeças e os pisoteia. É o símbolo do julgamento de Deus que usa como seu instrumento de condenação o rei assírio Sargão II, que destruirá Samaria em 721 a.C. (Is 28,1-3).

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