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01 Outubro 2024

"Ítalo Calvino, que justamente dedicou uma de suas Lições Americanas à velocidade, nos lembra que a era da velocidade começou, na verdade, no século XIX, especificamente com o ensaio de Thomas De Quincey, The English Mail Coach: a descrição de uma viagem noturna no baú de uma 'carroça do correio' muito rápida, ao lado de um cocheiro adormecido", escreve Nicoletta Verna, jornalista e autora italiana, em artigo publicado por La Stampa, 25-09-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

O discurso que o presidente Sergio Mattarella dedicou a meninos e meninas na segunda-feira, em Piacenza, foi, em primeiro lugar, uma grande reflexão sobre o sentido, o valor e as dimensões do tempo.

“Quando não se respeita o tempo”, disse ele, ‘corre-se o risco de perder momentos importantes da vida”. Em seguida, acrescentou: “Pensem por si mesmos, vivam até mesmo na lentidão, mas não na inércia”.

Essas palavras revelam um tema macroscópico da sociedade contemporânea: a equivocada sobreposição entre lentidão e inércia e o consequente desprezo pela lentidão. Entender essa diferença substancial, no entanto, é fundamental para compreender o espírito do nosso tempo.

O advento e depois o triunfo da velocidade foram talvez os traços mais marcantes do século XX, como explica o historiador Eric Hobsbawm em seu clássico Era dos extremos: o breve século XX. As revoluções (sociais, tecnológicas, geográficas) de repente se tornaram extremamente rápidas, modificando completamente a fisionomia da sociedade ocidental. Para estudar e definir a influência da velocidade no mundo contemporâneo, foi até criada uma ciência, a dromologia, cujo líder foi Paul Virilio, um dos mais originais pensadores contemporâneos.

Ítalo Calvino, que justamente dedicou uma de suas Lições Americanas à velocidade, nos lembra que a era da velocidade começou, na verdade, no século XIX, especificamente com o ensaio de Thomas De Quincey, The English Mail Coach: a descrição de uma viagem noturna no baú de uma “carroça do correio” muito rápida, ao lado de um cocheiro adormecido. A perfeição técnica do veículo e a transformação do condutor em um objeto inanimado cego colocam o viajante à mercê da inexorável exatidão de uma máquina. Disso resultam o terror e, ao mesmo tempo, uma nova e desconhecida forma de abandono. E resulta, acima de tudo, uma verdade que se tornará inexorável nas décadas seguintes: ao sermos cada vez mais senhores das tecnologias, somos cada vez menos senhores de nós mesmos.

Até mesmo Giacomo Leopardi, continua Calvino, admirava a velocidade. No Zibaldone, escreve:

“A rapidez e a concisão do estilo agradam porque apresentam à alma uma turba de ideias simultâneas, ou cuja sucessão é tão rápida que parecem simultâneas, e fazem a alma ondular numa tal abundância de pensamentos, imagens ou sensações espirituais, que ela não consegue abraça-las todas de uma vez”.

A simultaneidade, por sua vez, é uma presença paroxística na sociedade de hoje e deriva do advento das mídias eletrônicas de massa: a experiência de estar simultaneamente aqui (onde desfruto da informação) e em outro lugar (onde essa informação se origina), ou seja, a abolição perene do tempo e do espaço como foram concebidos por milênios. Entretanto, é com o século XX, como dissemos, que o mito da velocidade se afirma sobre o desvalor da lentidão. Poder-se-ia dizer que não mudou muita coisa desde o Manifesto do Futurismo de Tommaso Marinetti:

“Nós afirmamos que a magnificência do mundo se enriqueceu de uma beleza nova: a beleza da velocidade. O Tempo e o Espaço morreram ontem. Nós já estamos vivendo no absoluto, pois já criamos a eterna velocidade onipresente”.

Hoje, uma pessoa lenta é uma pessoa pouco perspicaz, indolente e obtusa. No entanto, diz ainda Mattarella, o mito da velocidade esconde em si espinhosos mal-entendidos e ilusões. E ele cita o fascinante ensaio do cientista Lamberto Maffei, intitulado Elogio da Lentidão: a mente humana nasce, única entre todas as espécies animais, para ser lenta. É a longa infância e o cuidado dos pais que determinam o desenvolvimento do cérebro humano. A tecnologia tornou as comunicações entre os seres humanos mais rápidas, mas aquelas entre os neurônios permaneceram inalteradas. E o cérebro é, essencialmente, uma máquina lenta. Devido à sua filogênese, também possui mecanismos ancestrais rápidos para responder ao ambiente, é verdade, mas são os menos evoluídos: o cérebro rápido não calcula as consequências de seu comportamento, porque o imperativo é sobreviver.

Além disso, é falacioso e perigoso: ao contar com a ilusão de controle que a tecnologia proporciona, pode desencadear sonhos de um domínio quase sobrenatural sobre a natureza e o próprio homem. No entanto, insistir na revalorização da lentidão hoje significa, no pensamento dominante, inverter a rota do progresso e das aspirações. Mas se trata de uma distorção, e a literatura novecentista há muito se questionou sobre isso. Em A Lentidão, Milan Kundera associa a lentidão à lembrança e a velocidade ao esquecimento: “Na matemática existencial, o grau de lentidão é diretamente proporcional à intensidade da memória; o grau de velocidade é diretamente proporcional à intensidade do esquecimento”. É a lentidão é o signo que nos liga a nós mesmos.

As Vinhas da Ira, a imensa e bíblica viagem da família Joad rumo à Califórnia é, entre muitas outras coisas, uma viagem na lentidão, um confronto entre o ritmo frenético das mudanças econômicas e tecnológicas e a vida simples e cíclica da natureza. O adjetivo “lentamente” é recorrente no romance. E aparece três vezes em apenas algumas linhas no final, em um dos finais mais luminosos e eternos da literatura de todos os tempos, quando Rosa de Sharon amamenta um pobre homem exausto pela fome:

“Lentamente, dirigiu-se ao canto escuro e quedou-se a olhar o rosto sofredor do desconhecido, os olhos arregalados e cheios de temor. Então, com vagar, deitou-se ao lado dele. O homem esboçou um movimento negativo com a cabeça, um movimento fraco e muito lento. Rosa de Sharon afastou um dos lados do cobertor, deixando o seio desnudo.

— Tem que ser — falou, aproximando-se mais dele, e puxando-lhe a cabeça para si. — Assim — disse. Apoiou-lhe a cabeça com a mão e seus dedos lhe afagaram suavemente os cabelos. Ergueu o rosto e seu olhar percorreu o celeiro escuro. Seus lábios se curvaram num sorriso misterioso.”

É isso que Steinbeck nos diz. Essa lentidão não apenas melhora a qualidade de nosso pensamento: Steinbeck nos diz que não pode haver piedade, caridade ou coragem sem lentidão. É no tempo que dedicamos ao outro que o cuidado e a solidariedade se explicitam. É a lentidão, e não a velocidade, que nos torna humanos.

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