23 Julho 2024
Restringir a aplicação de pesticidas e a compra e uso de armas de fogo diminuiria os casos de suicídio nas Américas, concluiu estudo recente publicado na revista “The Lancet”. A cada ano, quase 100 mil vidas são ceifadas por suicídios na região, onde a taxa de mortalidade aumentou nos últimos anos, ao contrário de outras regiões. Globalmente, mais de 700 mil pessoas tiram a vida por ano.
A reportagem é de Edelberto Behs.
Se restrições ao uso de pesticidas fossem aplicadas em três países na sub-região caribenha – Trinidad e Tobago, Guiana e Suriname – a taxa de mortalidade por suicídio poderia ser reduzida em até 31% entre homens e 34% entre mulheres na próxima década. Uma redução na comercialização e uso de armas de fogo também seria notada nos Estados Unidos, onde elas são responsáveis, anualmente, por 40% das mortes por suicídio.
A restrição dos meios – informa matéria da ONU News – é uma intervenção eficaz na prevenção do suicídio, uma estratégia recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Usando dados modelados de 2020 a 2030, o estudo estima que em países como El Salvador, Guiana, Nicarágua e Suriname, onde a ingestão de pesticidas altamente perigosos foi responsável por 40% dos suicídios nesses países em 2019, medidas proativas reduziriam de modo substancial as taxas de suicídios até 2030.
A pesquisa teve a participação de especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e do Centro de Dependência e Saúde Mental do Canadá. O chefe da Unidade de Saúde Mental e Uso de Substâncias da Opas, coautor do estudo, Renato Oliveira e Souza, frisou que é “crucial considerar o contexto sociocultural ao implementar políticas de restrição de meios”.
Aplicando as restrições sugeridas, baseadas em evidências, a taxa de suicídio poderia ser reduzida em um terço até 2030.