18 Novembro 2023
Glaciares e calotas polares ao longo da costa da ilha recuaram desde 2000 a uma taxa duas vezes superior à registrada durante o século passado.
A informação é de ClimaInfo, 17-11-2023.
Um novo estudo, publicado na Nature Communications, mostra que as plataformas de gelo da Groenlândia perderam mais de um terço do seu volume nos últimos 50 anos. A área tem gelo suficiente para elevar o nível do mar em mais de dois metros.
Os pesquisadores analisaram milhares de imagens de satélite e modelos climáticos. Com isso, descobriram que desde 1978, devido ao aumento das temperaturas, as plataformas de gelo do norte da ilha perderam mais de 35% do seu volume total. Se o cenário continuar, as consequências para o planeta podem ser “dramáticas”, destaca O Globo.
Por causa da mudança climática, alimentada pela queima de combustíveis fósseis, as plataformas de gelo estão “extremamente vulneráveis” e podem estar até mesmo fadadas ao colapso, reforçam os pesquisadores.
O derretimento das plataformas de gelo em si não contribui para aumentar o nível do mar, pois já estão na água. Mas elas funcionam como represas que regulam a descarga de gelo no oceano. Se essas barreiras se desintegrarem, as geleiras podem acabar despejando mais gelo nos mares, detalha a Folha.
A gravidade da situação na Groenlândia não para por aí. Outra pesquisa, publicada na Nature Climate Change, mostra que mais de mil glaciares periféricos e calotas polares – massas de gelo menores que pontilham a costa da ilha, distintas da camada de gelo – entraram numa fase acelerada de recuo nos últimos 20 anos, desaparecendo duas vezes mais rápido do que no século 20, segundo a Bloomberg.
Além disso, utilizando uma linha de base do final do século passado, o estudo determinou que os glaciares no sul da Groenlândia diminuíram em comprimento em média 18%, enquanto os glaciares em outras partes da ilha recuaram até 10%.
CNN, Washington Post, Wired e CBS também noticiaram o novo cenário do degelo na Groenlândia.
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Degelo acelerado na Groenlândia é “risco dramático” para o planeta, alertam cientistas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU