O Papa pede "cuidar das homilias, porque são um desastre" e que não ultrapassem dez minutos

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26 Janeiro 2023

O Papa Francisco está muito preocupado com o que passa na cabeça dos católicos aos domingos durante a homilia em suas paróquias. Ele o confessou a um grupo de mulheres e homens que participavam de um itinerário de formação sobre a liturgia em Roma.

A reportagem é de Javier Martinez-Brocal e publicada pelo jornal ABC, 22-01-2022.

"Quero dizer algo aos padres", começou ele, desviando-se do discurso que havia preparado. "Por favor, cuidem das homilias, são um desastre ...", disse sério. "Às vezes me dizem: 'Sim, fui à missa naquela paróquia... sim, ele nos deu uma boa aula de filosofia, de 40, 45 minutos'", reclamou o Pontífice. O Papa aconselhou os sacerdotes a fazer homilias de "não mais de oito ou dez minutos" e a incluir sempre "uma ideia, um carinho e uma imagem" para que "as pessoas possam levar algo para casa".

“Já disse muitas vezes porque é uma coisa que não compreendemos bem”, insistiu Francisco. A homilia não é uma conferência, é um 'sacramental'. A doutrina católica distingue entre "sacramentos", como a missa, o batismo ou a confissão, e "sacramentais", como a água benta, o rosário ou as bênçãos.

São sinais sagrados com os quais, imitando de algum modo os sacramentos, se expressam efeitos, sobretudo espirituais, obtidos por intercessão da Igreja.

O Pontífice destacou que algumas confissões cristãs consideram que a homilia “é um sacramental , não uma simples conferência”. Por isso, pediu aos sacerdotes que preparem suas homilias "na oração, com espírito apostólico ". “Por favor, cuidem das homilias, que geralmente são um desastre”, insistiu.

Talvez preocupado com o tom de suas palavras, neste domingo, durante a missa na Basílica de São Pedro, em sua homilia agradeceu aos sacerdotes por seu “serviço e sacrifícios” e por “meditar, viver e anunciar a Palavra de Deus”. Lembrou-lhes também que, ao fazê-lo, tenham em mente que não se trata de convencer as pessoas de suas próprias opiniões, mas de levar-lhes "a consolação da Bíblia, o anúncio impetuoso de Deus que transforma a vida, a alegria de sabendo que Ele se dirige a cada um."

A cerimônia em San Pedro foi especial porque a Igreja Católica celebrou neste fim de semana o Domingo da Palavra de Deus, no qual o Papa Francisco costuma conferir ministérios leigos. Neste domingo, ele conferiu a seis mulheres e quatro homens os ministérios de "catequista", responsável pela explicação do catecismo, e de "leitorado", responsável pelas leituras da missa.

O Papa abordou o “problema” das homilias desde os primeiros meses de seu pontificado. “Devemos isso ao povo, aos católicos”, diz ele.

Ele o desenvolveu amplamente em seu primeiro grande documento magisterial, a exortação apostólica "Evangelii Gaudium", de novembro de 2013. Quase dez anos se passaram e ele (Francisco) ainda pensa que é um assunto pendente.

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