O papa no Bahrein entre xiitas e sunitas

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01 Novembro 2022

O contraste intramuçulmano entre "sunitas" (liderados pela Arábia Saudita) e "xiitas” (liderados pelo Irã) pesará na viagem que o papa está se preparando a realizar de 3 a 6 de novembro, para participar do Fórum Bahrain para o Diálogo: Oriente e Ocidente pela Coexistência Humana.

A reportagem é de Luigi Sandri, publicada por L'Adige, 31-10-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

Francisco visitou, até agora, vários países em grande parte sunitas, começando pelo Egito, e países, como o Iraque, que por anos tiveram no governo os sunitas, apesar de ser a maioria da população xiita. E semelhante é a situação do Bahrein, um emirado - ex-protetorado britânico - localizado no fundo do Golfo, muito rico em petróleo, pouco maior que a Val di Non, e habitado por 1,5 milhão de pessoas, 46% xiitas, 24% sunitas, e com uma presença significativa de cristãos, imigrantes de várias regiões do Oriente Médio e da Índia. Historicamente, portanto, o país poderia ser uma "ponte" entre a vizinha Arábia e o não tão distante Irã; no entanto, como a dinastia é sunita, tem havido fortes conflitos sociais e políticos nos últimos tempos, visto que a maioria da população é xiita.

Mapa do Bahrein e sua região 

Foto: Kenny Jones | Unsplash

A conferência da qual Bergoglio participará já diz no título a ambição do emirado: ser um arco que une Oriente e Ocidente para favorecer a coexistência humana entre o mundo muçulmano e aquele cristão; uma colaboração que ajuda a paz no mundo.

O pontífice insistirá na amizade que, ao contrário dos séculos passados, hoje deve (deveria) reinar entre os fiéis das duas grandes religiões. Mas, também devido à proximidade do Irã, cujas costas ficam a duzentos quilômetros de Manama, capital do arquipélago, de vários lugares, e não apenas no Ocidente, espera-se que Francisco faça alguma referência ao que vem acontecendo a semanas ao país líder do xiismo, porque de Teerã o Guia Supremo do Irã, Ali Khamenei, tenta reprimir com a violência a insurgência liderada pelas mulheres. Estas nas ruas gritam sua indignação contra a polícia religiosa que, em circunstâncias que o regime nega, mas que as mulheres reiteram, no último dia 13 de setembro espancaram uma jovem de 22 anos, Mahsa Amini, "culpada" de não usar o véu na forma estabelecida; presa, ela morreu na prisão: de ataque cardíaco, diz a polícia; pelo espancamento recebido, alega a acusação.

Enquanto alguém invocar (e indevidamente) o Alcorão para justificar o que é um assassinato, certamente nenhum diálogo com ele é possível.

De fato, a contribuição mais importante que as religiões podem oferecer para a paz no mundo é precisamente a de purificar, se necessário, seu ensinamento, para remover qualquer suposta proteção divina àqueles que fazem a guerra e àqueles que recorrem à violência para impor prescrições "religiosas".

Também no Bahrein, como em todo o mundo islâmico, não é tolerado que um muçulmano possa mudar de religião; no entanto, o Emir Al-Khalifa permite que os cristãos (todos estrangeiros) sigam sua fé e os ajuda a construir igrejas. Mas proibindo o proselitismo.

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