Rumo ao Sínodo sobre a Sinodalidade, Alemanha relança sua agenda

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15 Agosto 2022

 

A coletiva de imprensa para a apresentação da segunda fase do processo que levará à Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2023, sobre o tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, será realizada na sexta-feira, 26 de agosto. Na ocasião, também serão fornecidos alguns dados relativos às sínteses feitas a partir da consulta dos fiéis nas Igrejas dos vários países na primeira fase do processo sinodal e recebidas pela Secretaria Geral do Sínodo.

 

A reportagem é de Andrea Galli, publicada em Avvenire, 12-08-2022. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

 

Uma dessas sínteses, a da Alemanha, foi divulgada nos últimos dias pela Conferência Episcopal de referência. Trata-se de um documento de 13 páginas dividido em duas partes; a primeira, histórica, sobre as experiências de sinodalidade da Igreja alemã após o Concílio Vaticano II; a segunda, referente ao presente, com as respostas às solicitações do vade-mécum vaticano em preparação ao Sínodo divulgado em setembro passado, coletadas em todas as 27 dioceses do país mais o ordinariato militar.

 

Na premissa, observa-se que, com transparência misturada com amargura, “o número dos fiéis das dioceses que participaram da sondagem para o Sínodo mundial dos bispos é expressado por uma porcentagem de um único dígito”, na parte mais baixa do intervalo de 1 a 10. Números muito exíguos. E, se é verdade que a amostra dos que participaram foi variada, trata-se, no entanto, de pessoas “internas” – “foi praticamente impossível envolver pessoas desencantadas ou que abandonaram a Igreja” – e pertencentes à classe média ou alta: faltam os pobres, em suma, aos quais se pede também que estejam no centro das atenções eclesiais.

 

Na síntese apresentada, entre os muitos temas abordados, destaca-se a contínua importância da missa dominical na vida dos fiéis e a qualidade das celebrações litúrgicas, geralmente alta, mas também se pede um maior envolvimento dos leigos diante da falta de sacerdotes. Reconhece-se que “alguns rejeitam a sinodalidade” porque estão decepcionados ou porque preferem que as coisas permaneçam como estão, mas a grande maioria dos interpelados pede uma mudança.

 

Essa mudança é expressada no último ponto, ao lado do apelo à luta contra os abusos sexuais e espirituais: “Se quiserem restaurar a confiança na Igreja, os bispos devem assumir uma posição clara sobre as questões candentes do nosso tempo, como o acesso de todos os batizados aos ministérios da Igreja, a revisão da moral sexual, a abordagem não discriminatória às pessoas homossexuais e queer. Assumir uma posição clara também significa falar uma língua que as pessoas possam compreender e não se esconder atrás de discursos complicados”.

 

Em suma, esse é o cerne da agenda do Caminho Sinodal da Igreja alemã, o famoso Synodaler Weg, que começou em outubro de 2021 e que terá a sua próxima etapa em Frankfurt, de 8 a 10 de setembro, e que continua alimentando debates e polêmicas, ambos intra e extra moenia.

 

No que diz respeito aos debates internos, nos últimos dias, o líder do partido CDU, Friedrich Merz, também interveio, lamentando em uma entrevista a falta de disponibilidade às mudanças por parte da Igreja Católica, enquanto, no site da Diocese de Regensburg, o cônego da catedral, Josef Kreiml, denunciou o perigo de que “o ensino dos bispos seja dissolvido por uma teologia universitária alemã unilateral”, um comentário extraído do portal de informação eclesial da Conferência Episcopal.

 

No front das relações entre a Igreja alemã e a Santa Sé, continua viva a repercussão da declaração publicada no site Vatican.va em 21 de julho passado, com o esclarecimento de que o “Caminho Sinodal na Alemanha não tem a faculdade de obrigar os bispos e os fiéis a assumirem novos modos de governo e novas abordagens da doutrina e da moral”, e a resposta dos responsáveis pelo Caminho, com tons mais do que afiados: “Desde o início do Caminho Sinodal, esforçarmo-nos como presidência para buscar canais diretos de comunicação com os escritórios romanos. Esta seria, em nossa opinião, a sede para tais esclarecimentos. Infelizmente, a presidência sinodal ainda não foi convidada para uma conversa: com pesar e irritação constatamos que até agora não houve uma comunicação direta. Em nossa opinião, a Igreja sinodal funciona de forma diferente!”.

 

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