• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Faleceu Teseia Panará, sobrevivente do massacre de seu povo

Mais Lidos

  • Robert Prevost insiste em seus discursos e aparições públicas na defesa intransigente da paz, em certo modo como continuidade à postura de Francisco, mas também como sintoma da brutalidade e violência de nossos tempos

    Papa Leão XIV: primeiras impressões de um novo pontificado. Massimo Faggioli, Brenda Carranza e Luís Corrêa Lima

    LER MAIS
  • Sempre à beira de se converter em ditaduras, democracias liberais burguesas operam formalmente, via estado de exceção; devir-Gaza do mundo está em curso, sob a coalização EUA-Israel em uma guerra civil planetária

    A democracia liberal como condição de surgimento do fascismo. Entrevista especial com Rodrigo Karmy Bolton

    LER MAIS
  • Um papa contra a polarização que ataca as raízes ideológicas de Trump

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    MPVM - 4º domingo de Páscoa – Ano C – A missão de cuidar da vida e cuidar da humanidade

close

FECHAR

Image

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • X

  • IMPRIMIR PDF

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

06 Junho 2022

 

Dono de bravura e delicadeza, Teseia Panará foi fundamental na vitória judicial histórica do povo Panará sobre o Estado Brasileiro. Ele morreu no dia 13 de maio de 2022, na cidade de Colíder (MT).

 

A reportagem é de Sandra Silva, publicado por Instituto Sociambiental – ISA, 02-06-2022.

 

“Teseia Panará, era o índio mais alto que eu conhecia. Por causa dele, achavam que os Panará eram gigantes. Ao mesmo tempo que ele era forte e corajoso, era a pessoa mais carinhosa que você poderia conhecer. Ficava tirando carrapicho do seu pé, cuidando de você”, disse André Villas-Bôas, secretário-executivo da Rede Xingu+, na manhã do dia 13 de maio durante o 5º Encontro Xingu+, na aldeia Khikatxi do povo Kisedje. O encontro aconteceu entre os dias 9 e 14 de maio de 2022.

 

Todos sabiam das complicações de saúde que Teseia enfrentava nos últimos tempos. O amigo foi homenageado pelo cacique Kayapó, Megaron Txucarramãe, que estava presente no primeiro contato com o povo Panará e contou a história daqueles momentos. “Nós fomos ameaçados pelos parentes dele e ele falou, conversou, até normalizar aqueles que queriam atacar nós. É assim o trabalho dele, é por causa dele que estou aqui”, contou emocionado.

 

Nascido por volta de 1945 na aldeia Jowpyjapo, Teseia Panará, filho de Tepã Panará e Pete Panará, faleceu no dia 13 de maio de 2022, na cidade de Colíder (MT). As razões do óbito foram síndrome respiratória aguda grave, pneumonia bacteriana não especificada, doença pulmonar obstrutiva crônica, escarcebação aguda e hipertensão arterial primária sistêmica.

 

Casado com Kianrasã e pai das lideranças Panará, Perankõ e Parinkô, Teseia foi um grande guerreiro, grandeza que talvez só se iguale com sua doçura e humildade. Segundo o antropólogo João Paulo Denório, pesquisador que recentemente morou com o povo Panará para realização de sua pesquisa de doutorado no Museu Nacional (UFRJ), Teseia era “generoso, tinha uma fala bonita, não falava mal dos outros, era muito trabalhador, gentil, simpático e cativante. Era um topytun, que ao longo da vida construiu algo, uma liderança que convivia com o cacique, tinha fala de autoridade, e sempre se comportou da melhor forma", afirma João. “Teseia tinha essa fala de poder, era o modelo de pessoa bonita, sendo para os Panará o oposto de feiticeiro."

 

“Partiu um homem de coração gigante, um guerreiro do qual eu só conheci o lado doce, que misturava o sotaque divertido Panará com a sabedoria da idade e de tudo que viveu”, escreveu Manuela Otero, assessora do Instituto Socioambiental (ISA).

 

Comunicador da Rede Xingu+ e membro da Associação Iakiô, Kunity Metuktire Panará lembrou da história do tio. “Quando ele era jovem, fizeram contato com irmãos Villas-Bôas no Rio Peixoto, onde tem o município de Peixoto de Azevedo. Depois do contato, o povo Panará foi transferido para o Parque Indígena do Xingu [hoje Território Indígena do Xingu], onde meu tio lutou juntamente com cacique Raoni, e participou de vários movimentos e reuniões. Lutou pela Constituição de 1988 junto com cacique Raoni e outras lideranças para defender os direitos dos povos indígenas do Brasil. Também participou de grande movimento em Altamira, junto com outras lideranças para que não construíssem a barragem Kararaô. Ele também lutou muito para que os Panará conseguissem votar no seu território”, narrou.

 

“Ele nos deixou, mas nós continuamos lembrando dele, da luta dele. Nesse momento nós, Panará, estamos de luto e alguns de nós vamos estar levando um mês para passar o luto. Mas família de verdade, como netos, netas, filhos e filhas vão levar mais tempo”, contou Kunity Metuktire Panará ao se emocionar.

 

Vitória dos Panará na Justiça

 

Teseia foi figura central no reconhecimento dos 176 Panará mortos pelo Estado brasileiro durante a abertura da BR-163 (Cuiabá-Santarém). Teseia, juntamente com as anciãs Sarkyarasã, Kyutakriti e Suakiê, identificou as pessoas que morreram de 1973 a 1976 com sua idade aproximada e o clã a que pertencia. Assim, não só não indígenas passaram a ter nome, história e homenagens, mas também os Panará foram humanizados com sua memória.

 

Teseia Panará em foto icônica na porta do TRF, em Brasília, no dia da decisão inédita que deu ganho de causa a uma ação indenizatória pelos danos pós-contato sofridos pelo seu povo, mais conhecido na década de 1970 como kranhakãrore, os "índios gigantes". (Foto: Orlando Brito)

 

Este processo foi essencial para que o Estado fosse condenado a indenizar os Panará no início deste século em 4.000 salários mínimos, sendo o primeiro povo indígena a lograr êxito neste tipo de ação no Judiciário responsabilizando o Estado brasileiro e sua desastrosa política para os indígenas. Os Panará assim assumiram um “novo status interétnico” segundo a antropóloga da Universidade de Brasília (UnB), Alcida Rita Ramos.

 

Isto está bem retratado no livro Panará: A volta dos índios gigantes com ensaio fotográfico e relato de Pedro Martinelli de Ricardo Arnt, Lúcio Flávio Pinto & Raimundo Pinto.

 

Mas a parte mais tocante do livro é o capítulo 6 em que Teseia conta como foi para ele a chegada dos brancos: "Agora acabaram com a nossa terra. Sonsênasan, onde eu cresci, acabou. A terra do meu sobrinho acabou. Acabou minha terra, e não foi eu que pedi eles entrarem lá. Eu entendo da terra. Por isso já peguei de volta o que sobrou". (Teseia, pg. 106)

 

“Embora ele já não fosse presença constante na última década por não ter mais força de ficar na luta política, ele certamente marcou presença na história do indigenismo da região, na luta dos povos indígenas, dos Panará e das trocas com outros povos, incluindo os brancos”, disse Fabiano Bachelany, antropólogo pela UnB que estudou a caça com os Panará em seu doutorado.

 

Leia mais

 

  • O genocídio dos povos indígenas. A luta contra a invisibilidade, a indiferença e o aniquilamento. Revista IHU On-Line, Nº. 478
  • Construção de rodovias no governo militar matou cerca de 8 mil índios
  • Governo leiloa BR-163 sem consultar povos indígenas impactados
  • BR-163: a rota do descaso
  • Waimiri-atroari: vítimas da Ditadura Militar. Mais um caso para a Comissão da Verdade. Entrevista especial com Egydio Schwade
  • Dois mil índios waimiri-atroari contrários à rodovia desapareceram durante regime militar no Brasil
  • Por uma Comissão da Verdade do Genocídio Indígena
  • O plano genocida de Bolsonaro para a destruição dos povos indígenas
  • Bolsonaro é denunciado em corte internacional por “incitar genocídio indígena”
  • A história de resistência e morte dos povos indígenas na ditadura militar
  • Rede de religiosos e religiosas repudia a política do governo brasileiro no atendimento aos povos indígenas e às comunidades tradicionais durante a pandemia de covid-19
  • Manifesto público aos vetos do Presidente da República na Lei nº 14.021/2020
  • Por que Bolsonaro está sendo acusado de colocar indígenas em risco em meio à pandemia de covid-19
  • “Os vetos são eticamente injustificáveis e desumanos”. Carta aberta da CNBB contra os vetos de Bolsonaro às medidas de apoio aos povos indígenas
  • Vetos de Bolsonaro a medidas emergenciais para indígenas na pandemia são denunciados
  • Entenda a determinação do STF de que governo aja contra covid-19 entre indígenas e evite “extermínio de etnias”

Notícias relacionadas

  • A ambígua e ineficiente política indigenista brasileira. Entrevista especial com Egydio Schwade

    LER MAIS
  • Quinto vazamento de petróleo do ano pinta de preto a Amazônia peruana

    Horas depois do Dia Internacional dos Povos Indígenas, as imagens de fontes de água da Amazônia tingidas de petróleo volta[...]

    LER MAIS
  • A batalha do maracá contra o cassetete e a gravata

    "Foi gratificante acompanhar não apenas uma semana de mobilização pelos direitos dos povos e comunidades indígenas e tradicion[...]

    LER MAIS
  • Declaração do Fórum Mundial de Teologia e Libertação

    "Denunciamos a onda conservadora que se abate sobre o Congresso Nacional e os Projetos de emenda à Constituição que atentam con[...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados