O Chifre da África morre de sede. 10 milhões de famílias em risco

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26 Abril 2022

 

Seca e fome: um torquês que está esmagando o Chifre da África. A emergência causada pelo clima é a pior seca que a região já viu em quarenta anos, como alertam os climatologistas da ONU. "Três estações secas consecutivas levaram centenas de milhares de pessoas a fugir de suas casas, mataram grandes áreas de criação de gado e afetaram as colheitas, alimentaram a desnutrição e aumentaram o risco de doenças".

 

A reportagem é de A.E., publicada por Avvenire, 24-04-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Só na Somália, mais de 81.000 pessoas correm o risco de passar fome até o final de junho se vier a faltar a quarta estação chuvosa, os preços dos alimentos continuam a subir acentuadamente - principalmente devido à guerra na Ucrânia e à escassez de cereais destinados às ajudas de ONGs e das agências da ONU - e a assistência humanitária não é intensificada. Nos últimos dois meses, o número de famílias sem acesso seguro à água potável quase dobrou em todo o Chifre da África: passando de 5,6 milhões para 10,5 milhões.

 

O número de pessoas em insegurança alimentar aumentou de 9 milhões para 16 milhões. O número de crianças fora da escola permaneceu alto: 15 milhões. Outros 1,1 milhão de crianças correm o risco de abandonar a escola e milhares de escolas já não têm acesso à água. “O Unicef – o Fundo das Nações Unidas para a Infância que denunciou a situação em um documento – está trabalhando em toda a região” para fornecer ajudas que salvam vidas, incluindo o tratamento da desnutrição aguda grave e acesso a água potável e serviços de saúde”.

 

Chifre da África (Fonte: Wikimedia Commons)

 

"Devemos agir agora para salvar a vida das crianças, mas também para proteger a infância", reiterou Mohamed M. Fall, diretor regional do UNICEF para a África Oriental e Austral: "As crianças - diz ele - estão perdendo suas casas, sua educação e seus direito de crescer a salvo dos perigos. Elas merecem a atenção do mundo agora." O UNICEF revisou seu apelo de emergência de US$ 119 milhões para quase US$ 250 milhões para atender à crescente necessidade em toda a região: os preços das matérias primas de fato cresceram exponencialmente, tornando no país cada vez mais cara a intervenção humanitária destinada às populações do Chifre da África. Apenas 20% é financiada. E alerta que o número de crianças que está enfrentando uma grave seca no Chifre da África aumentou mais de 40% em dois meses.

 

Entre fevereiro e abril, o número de crianças que enfrentam o impacto da seca – causando fome aguda, desnutrição e sede – aumentou de 7,25 milhões para pelo menos 10 milhões. Outro dado é ainda mais preocupante: mais de 1,7 milhão de crianças na Etiópia, Quênia e Somália precisam de tratamento urgente para desnutrição aguda grave. Se as chuvas não forem suficientes nas próximas semanas, esse número subirá para 2 milhões.

 

"Se não agirmos agora, veremos muitas crianças morrerem dentro de poucas semanas", conclui Mohamed M. Fall. "A fome está ali na esquina".

 

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