“Hoje, o objetivo não é a Lua, mas tornar as cidades neutras em carbono”. Entrevista com Mariana Mazzucato

Lua (Fonte: Pxfuel)

05 Agosto 2021

 

Mariana Mazzucato é um dos nomes mais mencionados ultimamente no âmbito econômico, e tem sua lógica. Em um momento em que inclusive os âmbitos mais ortodoxos percebem a necessidade de mudanças e constatada, ao menos no plano intelectual, que a saída desta crise não pode ser como a anterior, buscam-se novas fórmulas para enfrentar tempos difíceis.

 

As ideias de Mazzucato tiveram seu momento de auge e foram examinadas e valorizadas (ainda que sem muita convicção) por boa parte dos governantes ocidentais, inclusive por Pedro Sánchez. O último livro de Mazzucato, Misión Economía (Ed. Taurus), uma espécie de resumo de sua tese para todos os públicos, contribuiu para lançar o debate sobre o sentido e a direção das ações governamentais na era pós-pandemia.

 

A perspectiva de Mazzucato, que defende decididamente a colaboração público-privada, toma um fato histórico: a enorme atividade que foi colocada em marcha para comportar que os Estados Unidos chegassem à Lua (“um descomunal exercício de resolução de problemas”) como espelho para o qual estes tempos deveriam olhar.

 

Foi uma iniciativa em que o setor público assumiu o comando e da qual fizeram parte empresas pequenas, médias e grandes, em diversos âmbitos. O Governo precisou da colaboração de muitos setores diferentes, da informática até a nutrição, e da criação de novos materiais. O governo estadunidense utilizou grandes quantidades de dinheiro para alcançar esse propósito, mas o desenvolveu por meio de contratos precisos, claros e muito ambiciosos.

 

Se o setor privado não cumpria o estipulado, a NASA não pagava até que a solução fosse a correta. Se tinham sucesso, essas empresas cresciam, já que contavam com novos mercados abertos pelas compras do Governo e ampliavam seu campo de operações. Os dois setores saíram beneficiados e o objetivo último, a chegada à Lua, foi cumprido com grande êxito.

 

Essa experiência, insiste Mazzucato, que envolve a colaboração público-privada sob a direção dos governos é a que deveríamos aplicar agora, uma vez que seria extremamente útil em um momento de mudança estrutural com os riscos gerados pelas mudanças climáticas como pano de fundo.

 

A entrevista é de Esteban Hernández, publicada por El Confidencial, 01-08-2021. A tradução é do Cepat.

 

Eis a entrevista.

 

O papel do Estado é uma das grandes objeções que apresentam ao seu projeto. Há muita antipatia em relação à liderança dos Estados, vale dizer, das lideranças políticas. Nas “missões” que você propõe este papel central do Estado é crucial. Por que é temido por muitas pessoas, e muitas delas em postos de decisão econômica e política?

Como você sabe, há muita ideologia no tema do Estado e eu busquei ir além dela. O Estado sempre foi importante, mas quando não temos uma teoria clara do que deveria fazer, o Estado se torna lento e enfadonho, e adota um papel equivocado. Na Itália, vemos isso claramente, porque não há uma relação dinâmica entre Estado e empresas. Existe uma relação muito forte, mas não é o tipo de Estado que defendo.

 

 

Eu utilizo o programa Apolo como exemplo. As empresas investiram muito para chegar à Lua, em indústria, nutrição, software, etc., mas foi o Estado que dirigiu o processo, já que tinha uma missão e um plano. E para isso precisou redesenhar sua organização e tornar tudo mais dinâmico e mais horizontal, com mais comunicação entre departamentos, com uma nova política de compras e utilizando os créditos para galvanizar e catalisar o investimento do setor privado de modo que fossem parceiros adequados.

Não fazemos isso agora porque temos subsídios, garantias e outros, mas sem nenhum objetivo claro acerca do que é necessário efetivar. As plataformas digitais – toda a tecnologia em nossos telefones – foram financiadas pelos Estados, mas não governaram esse processo para que respondesse a uma finalidade e agora estamos diante da tragédia de que as companhias tecnológicas abusam de seu poder. Não era inevitável, poderíamos ter governado esse setor.

E não estou dizendo para que o Estado faça tudo, mas que devemos ter uma visão acerca dos tipos de mercados que necessitamos. Em vez de, como dizem os economistas em suas teorias, que o Estado resolva os problemas do mercado, o que digo é que temos que moldar, cocriar e coproduzir o mercado. E para isso precisamos de capacidade dentro da administração pública, coisa que não temos.

Temos dizimado sua capacidade, subcontratamos o cérebro de nossas instituições. E a NASA, com o programa Apolo, era consciente sobre a forma como as coisas deveriam ser feitas. Tratava-se de estabelecer uma parceria, de transformar essa relação para que os riscos fossem assumidos conjuntamente, mas com objetivos comuns.

Hoje, o objetivo não é a Lua, mas retirar o plástico do oceano, resolver o problema da exclusão digital que temos em todas as partes do mundo, tornar as cidades neutras em carbono, e tudo isto precisa de investimento público e privado. Minha tese é que, por causa da ideologia, não sabemos mais como trabalhar juntos, que é o que você mencionava em sua pergunta.

 

Sua proposta das ‘missões’ costuma se concentrar na economia verde. Mas mudando de rumo e entendendo a importância das mudanças climáticas, por que não fazer a mesma operação com a economia ocidental como um todo? Por que não é um ‘New Deal’, e não apenas um ‘Green Deal’?

No livro não falo apenas em “green”, também falo em saúde, plataformas digitais, exclusão digital. Durante o confinamento, vimos que muitas crianças do mundo não tiveram acesso às oportunidades do digital. E de todos os objetivos de desenvolvimento sustentável, dos 17, não há nenhum que possa ser inspirador na hora de galvanizar os investimentos entre o público e o privado. O problema é que muitas empresas preferem simplesmente reunir garantias, resgates e fundos e não devolver nada.

Em muitas partes do mundo não há investimento suficiente em negócios. Um amigo meu disse que no Brasil tem capitalismo sem capitalistas e assim costuma acontecer em muitos lugares do mundo. Existe essa inércia no setor privado, mas também há muitas empresas inovadoras e o que destaco é que exista uma oportunidade de inovação, de investimento, de mudança estrutural que permita buscar objetivos que interessem toda a sociedade. Não são só verdes, também incluem um sistema de saúde mais forte e sólido ou a redefinição do que significa viver de uma forma mais sustentável e saudável, com novas maneiras de distribuir e de produzir.

 

 

Para alcançar esse objetivo, a relação entre o Estado e as empresas deve ter uma condicionalidade vinculada à inovação para ajudar a resolver problemas, mas sem que o Estado microgerencie o processo, porque assim prejudicaria a inovação. Temos que estar abertos ao como, mas com uma ideia clara de para onde vamos. Olhemos para os fundos de recuperação do covid: muito dinheiro foi dado para muitas empresas sem nenhum propósito, sem nenhuma direção, e isso é uma estupidez, uma oportunidade perdida.

Em relação ao Green Deal, o Green já sabemos como anda, o que não sabemos é como anda o Deal. Precisamos de uma nova forma de criar um contrato social, um acordo que realmente fomente parcerias que sejam dinâmicas e não parasitárias. Agora temos uma parceria entre o público e o privado que é muito complicada e parasitária, e não é por culpa das empresas, mas por culpa do Estado, que perdeu a capacidade de governar de uma forma dinâmica.

 

É difícil governar de forma dinâmica quando existem empresas e setores empresariais que têm mais poder do que muitos Estados. Como é possível dirigir tais empresas, em geral resistentes em aceitar o papel dos governos para os propósitos traçados pelos Estados? É um problema que podemos ter com os fundos de recuperação, e vimos isso com as compras de bônus ou com os subsídios no Ocidente, que finalmente se tornaram mero parasitismo dos fundos públicos.

Vou te dar alguns exemplos. Na França, o Ministério das Finanças disse à Air France e à Renault que para receber o dinheiro da recuperação tinham que reduzir as emissões de carbono, em 5 anos. Na Dinamarca e na Áustria, disseram que para receber os fundos tinham que se comprometer a pararem de utilizar paraísos fiscais. Se você quer dinheiro público, precisa se submeter a essas condições.

Elizabeth Warren, antes de Biden, disse que para receber parte dos fundos, as empresas eram obrigadas a não os utilizar para recomprar ações. A questão é reinvestir na economia e se as empresas não querem fazer isso, não tem problema algum, mas não podem receber dinheiro público. Se você não quer, então, até logo, Lucas.

Você não obriga as empresas a nada, apenas impõe suas condições. Se olhamos para o setor da saúde, é incrível, existe muito dinheiro gasto pelos governos, nos Estados Unidos 40 bilhões por ano, que são utilizados em inovação para a saúde, em remédios, vacinas, terapias, etc., e, no entanto, os preços dos remédios não refletem isto. Portanto, é um pacto estúpido, porque o Estado está investindo dinheiro, mas não o governa em benefício das pessoas, de forma que nos Estados Unidos muitos de seus cidadãos não podem se permitir uma cobertura de saúde.

Na Europa, o Estado paga duas ou três vezes pela mesma coisa, porque as empresas farmacêuticas se beneficiam do financiamento, colocam o dinheiro onde querem e depois, sobre isso, o Estado subsidia. E isso é estúpido, porque o Estado não deveria financiar duas ou três vezes a mesma coisa.

 

 

Para mudar essa dinâmica é preciso confiança, capacidade e mentalidade de investimento. Muitas vezes, digo que o Estado deveria ser como um empreendedor. Não estamos falando de comunismo, mas, sim, que se queremos um crescimento baseado na inovação, e que a inovação se reflita na energia, na saúde, na internet, não deveríamos simplesmente inundar o sistema com investimentos, mas devemos governar esse sistema para que nos países democráticos as pessoas se beneficiem do que é feito com os seus impostos.

Por isso, acredito que se as empresas tivessem uma parceria com um Estado mais confiável, tudo funcionaria muito melhor. No entanto, existem Estados que preferem que seu Governo distribua dinheiro de maneira estúpida. Existem empresas que, sim, preocupam-se com o longo prazo e, portanto, o Estado deveria ser muito mais seletivo na hora de decidir com quais empresas quer trabalhar, como as que se preocupam com o crescimento inclusivo e sustentável.

Evidentemente, nessa parceria, as empresas devem ter lucros, porque não falamos de caridade, mas devem ser justos. A NASA tinha uma cláusula em seus acordos segundo a qual os lucros não podiam ser excessivos. É importante que os riscos e recompensas sejam compartilhados, evitando que isto se transforme em um cassino. E se você vê Elon Musk, nos últimos 15 dias, isso parece um cassino.

 

Há muito dinheiro destinado ao investimento, o problema é que quase tudo é dedicado a um investimento financeiro e especulativo. Na pandemia, voltou a acontecer de a liquidez dos bancos centrais ter um destino pouco relacionado à economia produtiva. A grande mudança estaria em devolver esse dinheiro à esfera real, à produtiva? Como convencer os donos de grandes quantidades de capital que não querem nem saber da economia real?

Justamente, este é o problema. Em meu livro anterior, O valor de tudo, analisava esses dois problemas. O primeiro consiste em que a maior parte do financiamento e dos lucros retorna às finanças, ao que em inglês se denomina FIRE (Finance, Insurance, Real Estate), e isto é o que provocou a bolha imobiliária, porque o dinheiro não é colocado na economia real, mas em outras partes do setor financeiro.

O outro problema é que a economia está financeirizada, e os dois problemas poderiam ser resolvidos se as empresas não pusessem dinheiro apenas na parte especulativa, mas na capacidade produtiva, na formação de trabalhadores, em novos materiais, em novos tipos de inovação.

Mas isso exige uma direção para esse investimento, uma missão, um propósito. Se tivéssemos alguns objetivos globais e garantíssemos que tanto as subvenções e auxílios como as quantidades que o Banco Europeu e outros colocam na economia fossem destinadas a investir em áreas claras, para que saibamos o que acontece e para o quê, seria uma maneira de garantir a economia que queremos. Mas a financeirização da economia que você mencionava se deve ao fato de que os governos não são ambiciosos com suas ferramentas.

 

 

Um dos maiores problemas que podemos encontrar com os fundos de recuperação, e na Espanha será muito importante, é que se não forem utilizados de um modo inteligente, gerarão alívio momentâneo, mas nenhuma mudança a médio prazo. Se não forem empregados para fomentar uma atividade econômica continuada, se não forem criadas empresas e empregos, representarão não apenas uma oportunidade perdida, mas um problema a mais, porque os fundos são dívidas que devem ser saldadas.

Agora mesmo, temos um nível muito alto de dívida privada, parecido ao de antes da crise financeira, criada pela dívida privada, não pública. Se você inunda o sistema com empréstimos, terá mais dívida. Se há 30 anos não aumentam os salários, você não deveria assumir uma hipoteca, seria mais inteligente ter uma moradia social.

A Alemanha tem um programa de aluguel social muito importante para que as pessoas não tenham a obsessão de comprar casa. No Reino Unido, existem programas para que o Governo ajude você a comprar uma casa. Mas também é verdade que, na crise anterior, a maior parte do dinheiro dado pelo governo e pelos bancos centrais retornaram aos bancos e ao setor financeiro e, por isso, agora temos uma economia muito financeirizada.

Se não garantirmos que os instrumentos que utilizamos não aumentem simplesmente a dívida para as empresas ou as pessoas, caso contrário, pararão a economia real, se não for reduzida a exclusão digital, se não forem criadas outras infraestruturas, estamos perdendo uma oportunidade. Temos que estar certos de que não contamos apenas com projetos isolados de um ministro daqui ou de lá, mas com projetos que realmente perdurem, que façam parte de uma mudança sistêmica. Não se trata de inundar o sistema com projetos aleatórios, mas de que a soma do sistema seja maior do que a de suas partes.

 

Quando comparamos as diferentes reações à pandemia experimentadas nos países ocidentais, parece claro que os Estados Unidos foram muito mais ambiciosos do que a União Europeia. Veremos como os planos de Biden serão concretizados, mas, de antemão, parecem muito mais contundentes e melhor orientados.

Fiz um trabalho para a Comissão Europeia com o qual tentava ajudar, com esta perspectiva da missão, o Programa Horizonte de crescimento sustentável, mas ao final acabou em nada. Minha ideia é que esta orientação para a missão precisa estar na parte superior da ação. O Green Deal não irá funcionar se não estiver orientado para uma missão, para a solução de problemas estruturais na economia real.

 

 

Como dizia antes, Itália, Espanha, Portugal e muitos outros países subcontrataram o cérebro dos governos de consultorias como McKinsey, que orientam o destino dos fundos do programa de recuperação. Isto é uma loucura porque estamos reduzindo o talento de um país a uma empresa de consultoria. E não faz sentido ser ambicioso, se você não sabe como implementar os planos.

Nos Estados Unidos acontece o mesmo, também subcontrataram muita capacidade governamental. Mas agora, com Biden, há uma infraestrutura governamental potente, um plano do tipo pacto verde e uma parte já passou pelo Congresso, mas se não aterrissa em estruturas que não possam ser sugadas pelas finanças, estaremos falando apenas de mais finanças.

Alexandria Ocasio-Cortez dizia que tínhamos que investir em pessoas, em talento e em capital humano que realmente possam dar resposta a este pacto, pois, caso contrário, o sistema fica cheio de estradas e pontes, mas se esquece que a parte verde precisa de outro tipo de trabalhador profissional, com talento e aptidões específicas. Vamos ver se o plano Biden inclui tudo isto, porque, caso contrário, não fará uma transformação real. Contudo, sim, seus planos são muito mais ambiciosos do que os que existem aqui.

 

Uma das grandes forças chinesas é justamente seu planejamento, que soube operar a longo prazo, com objetivos claros e com uma evidente direção estatal. Este planejamento, que já foi uma marca distintiva ocidental, está agora completamente ausente. Até quando podemos continuar competindo com a China sem incluir o planejamento no médio prazo e objetivos claros que impulsionem outro tipo de futuro? A China não parte com muita vantagem?

Sim, a Europa como região compete com a China e com os Estados Unidos, mas quero destacar uma coisa muito positiva: a recuperação europeia não foi resolvida como na crise econômica anterior, com políticas de austeridade, e acredito que a Espanha reduziu em 40% a pesquisa e o desenvolvimento porque toda a obsessão era a redução do déficit. Essa foi uma política estúpida que, na realidade, aumentou a dívida pública porque não fomentava o crescimento a longo prazo, e por isso o PIB diminuiu.

 

 

Desta vez, as condições para a recuperação têm a ver com o clima e a digitalização, e não com a austeridade, e se trata de uma mudança muito positiva. Dito isso, o plano é muito menos ambicioso que o estadunidense, como já ocorreu na crise anterior, da qual os Estados Unidos se saíram muito mais fortes.

A China, desde muito antes do covid, vem investindo em torno deste Green Deal uns dois trilhões, mais do que a União Europeia e do que os Estados Unidos, e mudou completamente o sistema de fabricação e a base industrial com um plano a longo prazo. Sendo assim, talvez o covid possa servir para que os governos europeus percebam isto, e o fato de que esta injeção em massa de liquidez esteja relacionada a alguns objetivos básicos, acredito eu, é o resultado de ver o que a China e os Estados Unidos estão fazendo.

Volto ao tema: se a capacidade e o talento do setor público não se concentrarem nisso, não funcionará. A China tem um serviço muito mais meritocrático, você pode ascender mais do que em outros sistemas graças à meritocracia. No Reino Unido, se você não frequentou Oxford e Cambridge, não consegue entrar nessa via rápida de ascensão do funcionalismo público. Temos essa maneira de pensar um pouco antiga, e há mais ideologia do que na China.

É curioso ver como a China se distancia da estratégia de mão de obra barata em prol da inovação de forma muito mais rápida do que os Estados Unidos e a Europa. E com a inovação, quem faz a primeira jogada vai mais rápido, e quem chega tarde fica para trás. Os Estados Unidos continuam sendo os melhores na tecnologia da comunicação, porque foram os primeiros, e algo similar ocorreu na Alemanha com a máquina-ferramenta. E com a revolução verde, o fato de que a China começou a fazer investimentos muito antes, deu a eles muita vantagem e vemos os resultados, estão adiantados. Enquanto a Europa está se questionando para ver o que faz.

Também é verdade que na Europa há países mais ambiciosos. A Dinamarca é o maior provedor de serviços digitais verdes de alta tecnologia para a China, e a Dinamarca é um país pequeno e isso se deveu a um montão de empresas jovens que se lançaram e investiram em novos projetos. Países como a Espanha ou como a Itália, e a Espanha está melhor do que a Itália, por certo, sem uma visão do que se deseja fazer, não poderão desenvolver a capacidade do setor empresarial, como, por exemplo, nos serviços digitais ou de alta tecnologia.

 

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