19 Abril 2021
Quieto desde 1979, o vulcão La Soufrière entrou em erupção na sexta-feira, 9 de abril, na ilha de São Vicente, no Caribe oriental, obrigando a evacuação às pressas de 16 mil moradores das suas proximidades. Os evacuados foram transferidos em balsas para as ilhas próximas ou para outras partes mais seguras de São Vicente.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Também a população de Granadinas que se encontravam na área de alerta vermelho foi transferida. A mídia local informou o aumento da atividade do vulcão Monte Pelee, na Ilha Martinica, ao norte de São Vicente. A maioria das ilhas das Pequenas Antilhas faz parte de um longo arco vulcânico no Caribe Oriental.
Mapa da Ilha de São Vicente, Caribe.
(Foto: Wikimedia Commons)
Grandes erupções vulcânicas costumam produzir raios. Mais de 1,2 mil relâmpagos foram detectados nas 72 horas seguintes ao início do cuspe de fogo do La Soufrière até a manhã de segunda-feira, 12, informou o portal Tempo.com Meteored.
A Metsul anunciou que gases da erupção do vulcão caribenho chegaram ao Brasil no domingo e alcançaram também a África. Imagens de satélite mostram que o dióxido de enxofre (SO2) alcançou o Amapá, Roraima, Amazonas e Pará.
Como o dióxido está em grandes altitudes, alcançando até 16 quilômetros de altura, ele não é percebido visualmente e não oferece risco para moradores do Norte do país. Mas a população das ilhas caribenhas foram orientadas a usar máscaras e vedar portas e janelas.
O secretário-geral interino do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), reverendo Ioan Sauca, enviou mensagem de solidariedade ao povo de São Vicente, Granadinas, Santa Lúcia e Barbados. “Infelizmente, isso ocorre em um momento em que as comunidades já estão lutando para conter a disseminação do coronavírus, bem como o recente aumento do número de casos de dengue”, escreveu. “No entanto, em face desses desafios aparentemente intransponíveis, estamos com você em solidariedade e os encorajamos a não perderem a esperança”, agregou.
O La Soufrière, com 1.234 metros de altura, apresentou erupções em 1718, 1812, 1902, 1971 e 1979. Em 1902, o vulcão matou cerca de 2 mil pessoas, a maioria indígenas caribenhos. À época, a ilha não possuía sistemas de alerta, tanto assim que a última grande erupção, em abril de 1979, não fez nenhuma vítima.