08 Abril 2021

Pela 1ª vez, o registro de concentração atmosférica de dióxido de carbono superou a marca de 420 partes por milhão, informou a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) dos EUA nesta 2ª feira (5/4). Os dados foram coletados pelo Observatório Mauna Loa, na Ilha do Havaí, que monitora o tempo e a condição química da atmosfera terrestre continuamente desde os anos 1950. Para comparação, quando o acompanhamento começou a ser realizado, há mais de 60 anos, a concentração atmosférica de CO2 estava em torno de 315 partes por milhão.
A reportagem foi publicada por ClimaInfo, 07-04-2021.
Com a marca registrada na semana passada, a Terra já apresenta um grau de concentração de CO2 50% superior aos níveis pré-industriais, da primeira metade do século XIX. Segundo cientistas da NOAA, até 2060 o planeta poderá dobrar os índices pré-Revolução Industrial de concentração de dióxido de carbono: se isso acontecer, estima-se que o aquecimento consequente fique entre 2,3°C e 4,5°C até o final deste século, muito acima dos limites estabelecidos pelos países sob o Acordo de Paris (entre 1,5°C e 2°C). The Hill e Washington Post destacaram essa notícia.
Em tempo: A Deutsche Welle ouviu cientistas de diversos campos do conhecimento, envolvidos na questão climática, para fazer um panorama geral sobre as principais preocupações da ciência sobre a crise climática e o futuro do planeta. Itens como a intensificação de eventos climáticos extremos, a aceleração da transição energética para fontes renováveis e a captura e o armazenamento de carbono foram sinalizados como pontos importantes para se acompanhar nas próximas décadas. No fundo disso tudo está talvez a maior incógnita de toda essa equação: o comportamento dos seres humanos – afinal, o enfrentamento da mudança do clima continua dependendo fundamentalmente do engajamento das pessoas em torno dessa tarefa. Ainda há tempo para evitar o pior, mas ele está ficando cada vez mais curto.
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Concentração atmosférica de CO2 supera a marca de 420 partes por milhão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU