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29 Março 2021

 

Paradoxo: o êxito do bolsonarismo implica o fracasso do governo Bolsonaro

“Eis o paradoxo: o êxito, incontestável, do bolsonarismo implica o fracasso, incontornável, do governo Bolsonaro. Quanto mais impactante for o triunfo da guerra cultural, tanto mais desastrosa será a administração da coisa pública” – João Cezar de Castro Rocha, escritor, historiador, enxadrista e professor de literatura comparada – Folha de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Incomum capacidade de ver a pilha de corpos

“Apesar dos tropeços não somente irresponsáveis como também criminosos no enfrentamento da pandemia, há uma faixa da população que insiste em apoiar cegamente o governo. E a turma é eclética: senhores encanecidos fantasiados de soldadinhos de chumbo, senhoras decididas envelopadas em surradas bandeiras, guerrilheiros destemidos do éter, valentões tímidos das redes sociais e, não se esqueça, exóticos empresários tagarelas e elegantes banqueiros muito apaziguados pelo tanto que sempre lucram em qualquer circunstância. Vale dizer, enquanto as UTIs do Copa Star, do Einstein e do Sírio-Libanês estiverem devidamente reservadas. Como entender esse apoio, que implica a incomum capacidade de deixar de ver a pilha de corpos que se avoluma dia a dia?"– João Cezar de Castro Rocha, escritor, historiador, enxadrista e professor de literatura comparada – Folha de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Triunfo

“A resposta obriga a um reconhecimento inquietante: na guerra cultural da pandemia, se a expressão for aceitável, Bolsonaro está vencendo. Triunfo, bem entendido, fabricado no circuito comunicativo paralelo do bolsonarismo” – João Cezar de Castro Rocha, escritor, historiador, enxadrista e professor de literatura comparada – Folha de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Guerra cultural como princípio existencial

“Diante da evidência do fracasso do governo, a guerra cultural radicalizou seus processos. Não mais se trata de esposar teorias conspiratórias ou de papaguear narrativas polarizadoras em busca do novo inimigo de plantão. Não é mais suficiente limitar a pulsão bélica a períodos eleitorais. Pelo contrário, a guerra cultural se converte em um princípio existencial. Não basta o blablablá do STFimpediuopresidentedeagir, do tratamentoprecoce, da cloroquinasimvacinanão, do Bolsonaropaidavacina” – João Cezar de Castro Rocha, escritor, historiador, enxadrista e professor de literatura comparada – Folha de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Caos cognitivo

“O caos cognitivo deve ser traduzido em uma forma de vida: ostentar a cloroquina como se fosse uma hóstia profana; não usar máscaras, de preferência em manifestações a favor da intervenção militar, com Bolsonaro no poder, por óbvio; tomar overdoses de ivermectina como se não houvesse amanhã, tampouco sistema hepático; apressar os passos em um arremedo cômico de marcha militar; deixar de ler a “extrema imprensa” e somente se informar com a “mídia independente”; nunca assistir à “Globolixo” em detrimento dos canais confiáveis da rede de youtubers bolsonaristas; confirmar os delírios conspiratórios no eco que encontram em “jornalistas” e “subcelebridades” em programas da mídia tradicional” – João Cezar de Castro Rocha, escritor, historiador, enxadrista e professor de literatura comparada – Folha de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Desastre

“A guerra cultural passa a ser a própria realidade para os seus militantes. A palavra torna-se a coisa: o desastre se avizinha” – João Cezar de Castro Rocha, escritor, historiador, enxadrista e professor de literatura comparada – Folha de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Incompatibilidade

“Bolsonaro pode imaginar que, na guerra cultural, esteja triunfando. Por isso mesmo, o Brasil vive a pior tragédia de sua história. O bolsonarismo, vale repisar, é incompatível com qualquer princípio básico de governança” – João Cezar de Castro Rocha, escritor, historiador, enxadrista e professor de literatura comparada – Folha de S. Paulo, 28-03-2021.

 

O trabalho que o regime militar não fez

“Em 1999, o então deputado federal Bolsonaro, em entrevista ao programa Câmera Aberta, da TV Bandeirantes, discorria sobre problemas do país, quando concluiu que "o voto não vai mudar nada no Brasil". "Só vai mudar infelizmente quando partirmos para uma guerra civil, fazendo um trabalho que o regime militar não fez. Matando uns 30 mil." Este foi o cálculo mórbido de um indivíduo que, em sua trajetória política, nunca escondeu seus interesses macabros. O que explica os temas que mais rondam seu nome e de seus familiares: armas, milícias, torturadores e, agora, genocídio” – André Santana, jornalista – Portal Uol, 28-03-2021.

 

O desejo fúnebre multiplicado por dez

“Neste momento em que a pandemia se encarregou de multiplicar por dez o desejo fúnebre de Bolsonaro, ceifando a vida de mais de 300 mil brasileiros, é preciso saber se o presidente e seus apoiadores já consideram o suficiente ou ainda teremos que aguardar mais mortes para iniciar o processo de mudança prometida” – André Santana, jornalista – Portal Uol, 28-03-2021.

 

Torcida pela vida

"Resistência em mim se acendeu". "Violência não vai me represar". "Sou parte de uma floreira que sua mão não vai podar". São versos da canção Meu Corpo, composta por Cris Pereira e cantada por Fabiana Cozza, para embalar a campanha. Um grito contra o genocídio daquelas que, diferentemente de Bolsonaro, torcem pela vida” – Movimento de mulheres que, finalizando março, o Mês da Mulher, lançaram na quinta-feira (25) a campanha: "Nem pense em me matar", um levante feminista e suprapartidário contra o feminicídio – Portal Uol, 28-03-2021.

 

Impeachment

“Uma série de nove encontros da cúpula do Congresso com grandes empresários, representantes de bancos e do mercado financeiro resultou num movimento político pela intervenção nos rumos do governo de Jair Bolsonaro. Os mais de 300 mil mortos na pandemia de covid-19 e a situação cada vez mais insustentável da economia levaram os presidentes da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a afinar o discurso com o mercado. Os dois têm colocado o impeachment como possibilidade se as conversas com o governo fracassarem” - Felipe Frazão e André Shalders, jornalistas - O Estado de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Fio da navalha

“Bolsonaro está no fio da navalha. Se a coisa fugir do controle, se ele quiser fazer tudo do jeito dele, fora da ciência, não tenha dúvida de que nós vamos atropelar” - Fausto Pinato, deputado federal - Progressistas-SP – O Estado de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Colapso da saúde e da economia

“O despreparo de Jair Bolsonaro está levando ao colapso da saúde e da economia. Seus erros estão fartamente documentados. Chegou a hora de dar um basta a tudo isso. O presidente precisa assumir um compromisso com a ciência e com pessoas que trabalhem e deixem a ideologia de lado. Se for incapaz disso, melhor deixar o cargo” ” - Ricardo Lacerda, fundador e presidente do banco de investimentos BR Partners – O Estado de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Bolsonarismo e Bolsonaro

“O bolsonarismo não foi criado por Bolsonaro. Ao contrário, é muito anterior a ele, e vivia enrustido nos armários, bueiros e becos da extrema direita, ocupados por gente ressentida, revanchista e com sede de sangue, que só encontrou voz e vez na campanha eleitoral de 2018. Xenófobos, terraplanistas, homofóbicos, olavistas, preconceitusosos, supremacistas brancos, especuladores, militares de pijama e fraldão, milicianos, agroboys, marombados e viúvas da ditadura, todos se viram agora representados pelo presidente e levados para ocupar a Esplanada dos Ministérios em Brasília, com o alegre apoio do mercado e de setores da mídia grande” – Ricardo Kotscho, jornalista – Balaio do Kotscho - Portal Uol, 27-03-2021.

 

Fernando Collor de Mello e Maluf

“Por isso, nada me surpreende que Fernando Collor de Mello tenha agora seu nome cogitado para o lugar do chanceler Ernesto Araújo, a bola da vez para ser defenestrado em Brasília. Paulo Maluf só não está no time porque se encontra fora de combate” – Ricardo Kotscho, jornalista – Balaio do Kotscho - Portal Uol, 27-03-2021.

 

Veio para ficar

“Se por algum motivo de força maior, o capitão tiver que desocupar a cadeira antes do final do mandato, algo cada vez mais provável, à medida em que o cerco se fecha, uma coisa é certa: mesmo sem ele, o bolsonarismo sobreviverá, veio para ficar. Com ele, uma parte do Brasil mostrou a sua cara, e ela não é bonita” – Ricardo Kotscho, jornalista – Balaio do Kotscho - Portal Uol, 27-03-2021.

 

‘Elite’ brasileira

“A "elite" brasileira abrange um grupo restrito que varia entre 150 e 200 mil pessoas (que faturam algo em torno de R$ 188.925 e R$ 5 milhões) por mês e alguns pouquíssimos bilionários, segundo dados do Inequality World Report 2018. Em sua grande maioria, são cidadãos brancos, com ascendência europeia, que começaram suas carreiras profissionais após a conclusão do ensino superior e residentes nos metros quadrados mais caros do país. Apesar de ser extremamente forte nas searas econômica e política, esse grupo depende, diretamente, da "classe média" que vem abaixo para avançar as suas narrativas” – Cesar Calejon, jornalista com especialização em Relações Internacionais pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e mestrando em Mudança Social e Participação Política pela Universidade de São Paulo (EACH-USP) – Portal Uol, 27-03-2021.


Cosmovisão do mundo

“Nessa altura da pirâmide social (e da hierarquia moral, conforme mencionado), a "classe média brasileira", aqui entre aspas porque, de fato, o Brasil jamais consolidou uma classe média de forma mais ampla, compreende um grupo de cerca de 15 milhões de pessoas com rendas entre R$ 7.425 e R$ 36.762 mensais. Assim, caso você ganhe menos do que R$ 15 mil por mês, a sua posição aponta para a "classe média baixa", mas, certamente, a sua profissão e cosmovisão do mundo interessa imensamente às camadas de cima” – Cesar Calejon, jornalista com especialização em Relações Internacionais pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e mestrando em Mudança Social e Participação Política pela Universidade de São Paulo (EACH-USP) – Portal Uol, 27-03-2021.

 

Patógeno

“Além de combater o vírus que provoca a covid-19, é preciso atacar o patógeno que celebra a ignorância e os elitismos históricos como formas de virtude organizacional, porque, ancorados nessas premissas, o empobrecimento subjetivo do Sul global e a racionalidade do neoliberalismo vêm devastando os países que se encontram na periferia e na semi-periferira da geopolítica mundial” – Cesar Calejon, jornalista com especialização em Relações Internacionais pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e mestrando em Mudança Social e Participação Política pela Universidade de São Paulo (EACH-USP) – Portal Uol, 27-03-2021.

 

Mourão

"Não tenho nenhuma dúvida de que o vice-presidente teria melhores condições de liderar o país neste momento. Não que eu concorde com seu ideário, sua visão política, mas ele teria a capacidade de dialogar em termos razoáveis. Sou testemunha disso” – Flávio Dino, governador do Maranhão – PCdoB – Portal Uol, 28-03-2021.

 

Civilização e barbárie

"Jamais votaria no vice (Mourão) para ser presidente, mas comparando com Bolsonaro seria quase a distinção entre civilização e barbárie" – Flávio Dino, governador do Maranhão – PCdoB – Portal Uol, 28-03-2021.

 

Fase do casamento

“É contra esse pano de fundo que Bolsonaro coloca em dúvida a fidelidade de Mourão. Do modo como se expressa, o capitão parece suspeitar que o general que escolheu para parceiro entrou naquela fase do casamento em que um dos cônjuges acredita que a felicidade conjugal só é possível a três” – Josias de Souza, jornalista – Portal Uol, 28-03-2021.

 

Palavras de um santo

“Quando o que é ordenado por uma autoridade se opõe ao objetivo para o qual foi constituída essa autoridade [...], não só não há obrigação de obedecer à autoridade, mas se é obrigado a desobedecê-la [...]”. “Aquele que liberta o seu país matando um tirano” pode ser “elogiado e recompensado”. Antes que o doutor Mendonça, no afã de bajular o chefe, acione de novo a Polícia Federal contra mim por violação à LSN, esclareço que essas palavras não são minhas, mas de um santo. Quem as escreveu foi Tomás de Aquino (1225-1274), um dos mais importantes teólogos da Igreja Católica, também conhecido como “doctor Angelicus”, canonizado em 1323” – Hélio Schwartsman, jornalista – Folha de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Fim da fila

“Podíamos ter tido a Pfizer entregando 20 milhões de vacinas no Brasil em janeiro. Foi uma chance que o Brasil jogou fora. Em janeiro, fevereiro e março, 50 milhões de pessoas podiam ter sido vacinadas, mas fomos para o fim da fila” - Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde – O Estado de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Custo do atraso

“O custo do atraso é tranquilamente de 1,5% a 2% de perda no PIB este ano, algo em torno de R$ 130 bilhões a R$ 140 bilhões. Se for somado ao custo do auxílio emergencial, pode-se falar numa perda de R$ 200 bilhões no ano. Era muito melhor ter gasto esse dinheiro em vacinas” - Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde – O Estado de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Meios subjetivos

“Tem algo importante que mexeu com o cenário de investimentos que é o Supremo Tribunal Federal (STF). A eleição do ano que vem está longe, mas houve uma mudança substancial nas perspectivas. A um custo imenso financeiro e de vidas, a pandemia está começando a ser resolvida. Mas a questão que vem do Supremo mexeu muito com meios subjetivos” - Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde – O Estado de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Lula X Bolsonaro

“Não se sabe qual Lula teremos em 2022: o do PT da última eleição, mais à esquerda, ou o de 2003 a 2008. Por conta do que aconteceu com a imagem do Bolsonaro na pandemia e com o Lula de volta, o cenário de longo prazo chegou nos preços muito antes do que se imaginava” - Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde – O Estado de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Governo de destruição

“Saí do governo quando notei que Bolsonaro realmente não iria construir nada, que não havia um plano. Me afastei e decidi voltar ao Legislativo depois de perceber que este é um governo de destruição, não de construção. Eu não tenho nada contra você destruir algo, desde que proponha algo melhor para colocar no lugar. Não é este o caso” - Márcio Coimbra, diretor da Agência de Promoção à Exportação (Apex) entre janeiro e maio de 2019 – O Estado de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Programa Mais Médicos

“Um dos exemplos do desmonte que, caso não tivesse ocorrido, faria diferença na realidade do esgotado sistema nacional de saúde, é o Programa Mais Médicos, que previa o intercâmbio de médicos de Cuba em Território Nacional. “Acabaram com o programa por uma questão ideológica. Não puseram nada no lugar. Imagine a diferença que estaria fazendo hoje, ajudando a salvar vidas” - Márcio Coimbra, diretor da Agência de Promoção à Exportação (Apex) entre janeiro e maio de 2019 – O Estado de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Escolha “in pectore”

“O Centrão não cobiça o Itamaraty, prefere a rica Agricultura numa dança de cadeiras. Mas, assim como a Saúde foi para um cardiologista amigo dos filhos do presidente, o provável é que o Itamaraty vá para um amigo do próprio Bolsonaro. Não imposto pelo Centrão, por Lira e Pacheco, muito menos por diplomatas. Uma escolha “in pectore”, como seria o almirante Rocha. É assim que os paus-mandados de Bolsonaro vão sendo jogados ao mar. Ou o timoneiro Bolsonaro não manda mais nada no próprio barco, ou governo, ou finge que virou um outro Bolsonaro para salvar o pescoço, mas pronto para dar o bote na hora certa. Que bote? Vá se saber...” – Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 28-03-2021.

 

Ovo

“A vacina 100% brasileira funciona assim: os americanos desenvolvem, os vietnamitas e tailandeses arranjam os voluntários, e a gente entra com o ovo!” - Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência – O Estado de S. Paulo, 28-03-2021.

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