Guerra da vacina atualizada

Mais Lidos

  • Marco ecumênico: Autoridades vaticanas e luteranas pedem estudo conjunto da Confissão de Augsburgo

    LER MAIS
  • Marx pregou o ateísmo? Artigo de Frei Betto

    LER MAIS
  • Sexualidade e Pastoral: aos párocos e agentes de pastoral. Artigo de Eliseu Wisniewski

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

28 Outubro 2020

"O ministro da saúde compra vacinas da China para o abastecimento do Instituto Butantan de São Paulo, ao mesmo tempo em que o presidente da República torna a vacinação voluntária e não obrigatória", escreve José Afonso de Oliveira, sociólogo formado pela PUC Campinas e professor aposentado da UNIOESTE.

Eis o artigo.

Dentro do projeto de modernização do Brasil, no inicio do século XX tivemos em 1904 a chamada Guerra da Vacina quando o Dr. Osvaldo Cruz tinha conseguido do Congresso Nacional um decreto de obrigatoriedade da vacinação em massa.

Tínhamos, naquela ocasião 1.880 internados no hospital São Sebastião e com a vacinação contra a varíola estaríamos combatendo a sua expansão de uma forma muito eficiente.

Ocorre que a população do Rio de Janeiro se rebelando contra a situação em que estava vivendo por conta da modernização do Rio de Janeiro promovida pelo engenheiro Pereira Passos e insuflada por grupos políticos inicia um processo de ataques com paus e pedras oriundos das demolições no centro da cidade para dar lugar a novos espaços urbanos.

Diante desse fato o Congresso Nacional retirou a obrigatoriedade da vacinação, transformando então a vacinação voluntária tendo, como resultado prático a disseminação da varíola especialmente entre as camadas socialmente marginalizadas.

Agora, de alguma forma, estamos assistindo a cenas lamentáveis. O ministro da saúde compra vacinas da China para o abastecimento do Instituto Butantan de São Paulo, ao mesmo tempo em que o presidente da República torna a vacinação voluntária e não obrigatória.

O presidente está, em primeiro lugar se aliando, cada vez mais, com os Estados Unidos na condenação da China na guerra comercial que os dois países estão travando.

Em segundo lugar o presidente da República está em briga com o governador João Doria de São Paulo por conta da iniciativa do governador de vacinar toda a população do seu estado.

Agora é mesmo impressionante que com a pandemia que já custou a vida de mais de 150.000 brasileiros tenha-se a pretensão de tomar uma iniciativa dessas, única e exclusivamente por conta de uma rivalidade pessoal com o governador de São Paulo.

É preciso ter claro que durante toda essa pandemia a atuação do presidente da República foi pífia, trocando ministro da saúde por não concordarem com as suas orientações e, na pretensão absurda de que determinados medicamentos teriam a milagrosa cura para a covid-19.

Não é de se espantar quando, ainda agora o presidente da República em ato oficial comemora a possibilidade de um novo medicamento ser capaz de curar os pacientes com o covid-19. Isso soa como absurdo e, claro, motivo que será de deboche internacional pois imagina o Brasil com a sua precária indústria farmacêutica criar um medicamento com esse impacto. É simplesmente, para dizer o mínimo, inimaginável.

O fato mais importante e significativo seria trabalhar para conter e, finalmente, resolver todos os problemas causados pela pandemia, de acordo com protocolos sanitários internacionais propostos pela OMS.

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Guerra da vacina atualizada - Instituto Humanitas Unisinos - IHU