06 Março 2020
Mais de 200 focos de queimadas foram registradas no Amazonas entre janeiro e fevereiro de 2020.
A reportagem é de Patrick Marques, publicada por G1, 04-03-2020.
Em janeiro e fevereiro de 2020, 270 focos de queimadas foram registradas no Amazonas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número é o maior dos últimos três anos em todo o estado.
Em janeiro de 2020, 197 casos de focos de incêndio foram registrados. Já em fevereiro, foram 73 focos contabilizado pelo Inpe.
O número, segundo o levantamento feito pelo Inpe, representa o maior índice registrado desde 2016, quando o recorde de 906 focos foi constatado. Nos anos seguintes, foram 83 em 2017, 139 em 2018 e 125 em 2019, no período entre janeiro e fevereiro.


Fonte: Inpe
Maior número de focos de incêndio registrado em 2019 Mais de 12 mil focos de queimadas foram registradas no Amazonas durante o ano de 2019, segundo o levantamento feito Inpe. O número foi o maior dos últimos quatro anos em todo o estado. O ano também registrou um recorde de queimadas em apenas um mês e uma operação com apoio Federal para combate aos focos foi feita.
Entre 2016 e 2019, a maior quantidade de focos de incêndio registrados foi em 2019, com 12.677. Em 2016, foram 11.173, seguido de 2018, com 11.446 e 2017, com 11.685.


Fonte: Inpe
O mês de 2019 com maiores focos registrados pelo Instituto foi agosto, com mais do que a metade dos registros totais durante o ano, com 6.669. A quantidade de queimadas registrada neste mês também foi o maior índice em apenas um mês em todos os registros divulgados pelo Inpe desde 1998, quando o levantamento começou a ser feito pelo órgão.
Em seguida, o mês de setembro aparece, com 3.026 focos de queimadas registradas. Já os meses de abril e maio de 2019 foram os que menos tiveram registros, com 10 e 21 casos, respectivamente.
Ainda segundo o levantamento feito pelo Instituto, os dois primeiros meses de 2020 já tiveram 270 focos de incêndio registrados até o sábado (29).
Emergência e operação de combate
O Governo do Amazonas decretou situação de emergência no Sul do Estado e na Região Metropolitana de Manaus por conta do impacto negativo do desmatamento ilegal e queimadas não autorizadas, no dia 2 de agosto.
No fim de agosto, quando o recorde de queimadas em apenas um mês foi registrada, 800 agentes – de órgãos ambientais e de comando e controle do Amazonas – foram enviados para o Sul do Estado para realizar a Operação “Curuquetê”. O Exército Brasileiro também enviou 1,3 mil homens para cinco estados na Região Norte, como forma de auxílio para o combate aos focos.
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Número de queimadas nos dois primeiros meses de 2020 é maior dos últimos 3 anos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU