• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Crônica em tempos de espera

Mais Lidos

  • No dia dos pais, palavras fundantes de um mestre e irmão. Breve reflexão para cristãos ou não. Comentário de Chico Alencar

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    19º domingo do tempo comum – Ano C – Um convite à vigilância e a fazer escolhas a serviço do Reino

close

FECHAR

Revista ihu on-line

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

A extrema-direita e os novos autoritarismos: ameaças à democracia liberal

Edição: 554

Leia mais

Arte. A urgente tarefa de pensar o mundo com as mãos

Edição: 553

Leia mais
Image

COMPARTILHAR

  • Twitter

  • LINKEDIN

  • WHATSAPP

  • IMPRIMIR PDF

  • COMPARTILHAR

close CANCELAR

share

08 Agosto 2019

"Por que o Brasil dos sem-teto está tão distante do país dos operários do ABC, embora alguns personagens pareçam se confundir? Como manter a esperança e dialogar com os invisíveis, em meio à maré baixa?", questiona Felipe Calabrez, mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutor em Administração Pública e Governo pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), professor de Relações Internacionais na FMU, em artigo publicado por Outras Palavras, 06-08-2019. 

Eis o artigo.

Quando Guilherme subiu para discursar naquele caminhão numa noite fria, com sua voz rouca, não pude não lembrar de Lula no ABC do início dos anos 80. Começava o apagar das luzes da ditadura militar e o processo de industrialização forçada com anos de crescimento econômico que ultrapassaram a casa dos 10% do PIB ao ano haviam formado, ao redor da maior cidade do país, a clássica classe operária. Naquele momento, a convergência entre intelectuais marxistas, entusiasmados em ver a materialização de sua categoria analítica central, e operários sindicalizados, que não precisaram ler Marx para sentir na pele os anos de arrocho salarial e a corrosão de seu poder de compra diante da inflação, formou o que se tornaria o maior partido de esquerda da História do país, o Partido dos Trabalhadores.

Não pude não lembrar também que Lula estava encarcerado em Curitiba, e que o processo que o levou à prisão foi descaradamente forjado por um sistema de justiça que teve seu modus operandi recentemente revelado, não restando dúvida sobre suas intenções. Mas lembrei também de empreiteiras como OAS e Odebrecht, e de figuras como Palocci, aquele que fez a ponte entre os donos do dinheiro e o governo que se iniciaria em 2003. OAS e Odebrecht, vale lembrar, foram as maiores beneficiadas pelo crescimento econômico da ditadura e sempre mantiveram relações próximas com o poder político.

Mas a História é implacável, e parece que eles acabaram usando black tie.

Naquela noite fria, ao ouvir a voz rouca de Guilherme, não pude não notar a composição social daqueles que o ouviam. Além de jovens estudantes e advogados da OAB, o que havia em peso era a periferia. Não aquela classe operária clássica e organizada do ABC, dissolvida pela “reestruturação produtiva” e por outros fatores, mas pelos trabalhadores dos “serviços”, um amálgama composto por empregadas domésticas, faxineiras, “ajudantes” de algo, motoboys, vendedores ambulantes, desempregados, e muitas outras coisas. Em suma, aqueles a quem a vida impõe um sacrifício diário pela manutenção da existência, objeto de controvérsias entre sociólogos (ralé, subproletariado, como quiserem).

Seja como for, o materialismo histórico impõe uma verdade: A luta pela existência material precede qualquer conceito. E Guilherme percebeu isso.

Noto que perdi muito tempo achando que deveria convencer aqueles que possuem um ou dois pequenos apartamentos a achar justo que uma família (que de outro modo dormiria com a cara no concreto ou em um barraco de madeira), que essa família ocupe um prédio vazio, em geral herdado por alguém que possui dívidas milionárias de IPTU e o mantém fechado esperando a “valorização” da região para vendê-lo ou lançar algum empreendimento. A afronta à propriedade privada sempre chocou as camadas médias, que acham que o assunto é com elas. Impossível dissuadi-las, é preciso se livrar dessa covardia pequeno-burguesa.

Guilherme Boulos. (Foto: Mídia Ninja)

Ninguém vai fazer nada por ninguém. E Guilherme notou isso. Por isso a luta dos movimentos por moradia é imprescindível. Não é Boulos, ou outra liderança, quem faz algo por alguém. São as próprias pessoas, que notam sua situação e lutam coletivamente, o que requer organização, sacrifícios individuais e, sim, lideranças e direção.

O Brasil não é mais o mesmo do início dos anos 80. Mas continua sendo um país terrivelmente desigual, onde a distribuição de renda é uma tragédia e a luta material pela existência digna se impõe diariamente a parcela expressiva da população. A luta por moradia digna é apenas uma pauta. Mas é essencial para aqueles que não a tem. E a experiência coletiva da Frente Povo Sem Medo parece revelar que se aqueles que lutam pelo direito de ter onde morar notarem que essa é uma luta política, não deixarão mais de fazer política.

Invadir propriedade é comunismo, poderão dizer os incautos. Penso que é questão de dignidade humana. Ademais, chamem como quiserem. Afinal, comunismo não foi o nome dado a um projeto em construção que prometia garantir a dignidade humana que não foi entregue pela modernidade e pelo progresso?

Aos mais pessimistas vale pedir calma. Como disse Erundina com invejável energia em seus mais de 80 anos, o tempo do mundo não é o tempo da vida. E uma semente foi plantada.

Leia mais

  • A ascensão de Guilherme Boulos, o pré-candidato que Lula ungiu antes de ser preso
  • Apoio de Lula gera resistência a Boulos no PSOL
  • A prisão de Guilherme Boulos é recado do Estado a quem quiser resistir
  • "A diversidade não impede a unidade da esquerda na defesa da democracia”. Entrevista com Guilherme Boulos
  • O mês de abril em que Lula foi preso - 38 anos atrás
  • O que aconteceu com a classe operária depois de Marx
  • Refundar o PT para solucionar os problemas da esquerda é uma ilusão. Entrevista especial com Valter Pomar
  • O economista-deus está morto
  • STF dribla, por enquanto, o “ônus” de libertar Lula
  • Investigação de corrupção da Odebrecht se espalha pela América Latina e estremece vários governos
  • Lava Jato viu falta de relevância pública ao suspender delação da OAS
  • Boulos e o MTST pensam numa nova esquerda
  • “Direito à moradia é absoluto na Constituição, o à propriedade não”, diz Erminia Maricato
  • Povo Sem Medo inicia jornada para estimular a população a pensar novo projeto para o país
  • Erundina vê risco na polarização política: "é tudo poder pelo poder"
  • Se Lula não tivesse sido vítima de conspiração, o Brasil teria tido um futuro diferente

Notícias relacionadas

  • A ambígua e ineficiente política indigenista brasileira. Entrevista especial com Egydio Schwade

    LER MAIS
  • "A democracia brasileira é chata. Não entusiasma ninguém". Entrevista especial com Francisco de Oliveira

    LER MAIS
  • João Goulart e um projeto de nação interrompido. Entrevista especial com Oswaldo Munteal

    LER MAIS
  • Evangelizar sem afundar na restauração: o desafio da Igreja hoje

    Três ministérios, três serviços prestados permanentemente aos outros e a Cristo: a benção, a escuta e a esperança. A bên[...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados