12 Fevereiro 2019
Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, na tarde desta segunda-feira, 11 de fevereiro, lembrou que o Sínodo dos Bispos para a Pan-Amazônia é uma iniciativa para que a Igreja compreenda sua missão evangelizadora naquela região do mundo: “é um evento, uma celebração da Igreja e para a Igreja”.
O secretário-geral gravou um vídeo que está disponível abaixo e nas redes sociais no qual se vê o anúncio feito pelo Papa Francisco da realização da assembleia especial do Sínodo dos Bispos no mês de outubro de 2017. Dom Leonardo esclareceu: “da Igreja para a Igreja envolve toda a questão da Pan-Amazônia: os povos, o meio ambiente. Toda essa realidade, certamente será abordada. O Santo Padre, no entanto, deseja que encontremos novos caminhos para a evangelização, para a Pan-Amazônia”.
Dom Leonardo pede, no vídeo, que os brasileiros e as populações dos outros oito países que integram a região da Pan-Amazônia rezem pela boa realização do Sínodo.
O documento preparatório para a assembleia de outubro está definido que a Amazônia é “uma região com rica biodiversidade, é multiétnica, pluricultural e plurirreligiosa, um espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, dos Estados e da Igreja”.
Na primeira parte deste documento, verifica-se a preocupação da Igreja em fazer um chamado a todos para “olhar a identidade e os clamores da Pan-Amazônia. Território, diversidade sociocultural, identidade dos povos indígenas, memória histórica eclesial, justiça e direitos dos povos, espiritualidade e sabedoria. Segundo o documento preparatório, “em sua história missionária, a Amazônia tem sido lugar de testemunho concreto de estar na cruz, inclusive, muitas vezes, lugar de martírio. A Igreja também aprendeu que neste território, habitado por mais de 10 mil anos por uma grande diversidade de povos, suas culturas se construíram em harmonia com o meio ambiente”.
O Sínodo se propõe, desde a sua convocação, a fazer uma revisão do trabalho de evangelização e, por isso, a Igreja deve fazer um sério discernimento diante da Palavra de Deus. O anúncio do Evangelho de Jesus na Amazônia é apresentado a partir das dimensões bíblico-teológica, social, ecológica, sacramental e eclesial-missionária. “Hoje o grito da Amazônia ao Criador é semelhante ao grito do povo de Deus no Egito (cf. Ex 3,7). É um grito de escravidão e abandono, que clama pela liberdade e o cuidado de Deus. É um grito que anseia pela presença de Deus, especialmente quando os povos amazônicos, por defender suas terras, são criminalizados por parte das autoridades; ou quando são testemunhas da destruição do bosque tropical, que constitui seu habitat milenar; ou, ainda, quando as águas de seus rios se enchem de espécies mortas no lugar de estarem plenas de vida”, afirma o texto de preparação.
E, por fim, o texto-base aponta para um comprometimento de todos diante da realidade: novos caminhos para uma Igreja com rosto amazônico. O texto reflete o que seria esse rosto, a dimensão profética, os ministérios e os novos caminhos. “No processo de pensar uma Igreja com rosto amazônico, sonhamos com os pés fincados na terra de nossos ancestrais e com os olhos abertos pensamos como será essa Igreja a partir da vivência da diversidade cultural dos povos. Os novos caminhos terão uma incidência nos ministérios, na liturgia e na teologia”, destaca o texto.
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“O Sínodo para a Pan-Amazônia é uma celebração da Igreja para a Igreja”, afirma Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB - Instituto Humanitas Unisinos - IHU