28 Julho 2018
“Um papa muito geopolítico”, mas “não um reformador”, antes “antiprojetual”. É assim que Lucio Caracciolo, diretor da revista Limes, definiu o Papa Francisco na noite desta quarta-feira, 25, durante a apresentação em Roma do volume da revista de geopolítica intitulado “Francisco e o Estado da Igreja”.
A nota é do Servizio Informazione Religiosa (SIR), 25-07-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
“Quisemos indagar não tanto a personalidade de Francisco, que libertou o discurso em torno da Igreja de tabus e incrustações, mas sim a sua situação histórica.”
Caracciolo ressaltou a mudança de perspectiva que ocorreu com o início do pontificado de Bergoglio. “A dificuldade que nós, romanos, tivemos foi a de ver como um papa latino-americano encontra e desencontra culturas plurisseculares enraizadas em Roma”, acrescentou. “Ele não impôs as suas simpatias peronistas, mesmo que seja necessário entender de que período se trata, mas ele não é indiferente à política.”
Olhando para o futuro, o diretor da Limes destacou, a exemplo de Francisco, a exigência de “olhar para nós mesmos, não a partir de nós mesmos, mas a partir de fora. Porque a perspectiva é diferente. Isso é o que de mais geopolítico se possa imaginar”. Na prática, “deveríamos fazer um esforço para entender que o centro não está determinado para sempre”.
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''Francisco não é um papa reformador, mas sim muito geopolítico'' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU