20 Julho 2018
O alarmante número de supostas vítimas civis na Nicarágua gera uma "profunda preocupação com o enfraquecimento dos direitos humanos e a fragilidade do estado de direito”, disse o secretário geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) Rev. Dr. Olav Fykse Tveit, em 19 de julho.
A reportagem é publicada por World Council Churches, 19-07-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.
A força excessiva dos paramilitares e do Estado, aparentemente com o objetivo de restaurar a ordem no país desde meados de abril quando protestos contra o governo de Daniel Ortega começaram, já resultaram em mais de 300 mortes e 1.830 mil feridos num período de 3 meses.
“Pedimos ao governo do presidente Daniel Ortega que ponha um fim à violência e proteja a população”, disse Tveit, que também descreveu o atual nível de repressão estatal como “inaceitável”.
Aqueles que se opõem publicamente às táticas do governo também estão em risco, como é o caso do reitor da Universidade Centroamericana de Nicaragua, pe. José Alberto Idiáquez, que tem sido um forte defensor dos direitos humanos e da democracia.
Em 17 de julho, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos também levantou preocupações de que a nova lei antiterrorista da Nicarágua poderia ser usada para criminalizar os manifestantes. "O texto é muito vago e permite uma interpretação ampla, que pode levar à inclusão de pessoas que estão simplesmente exercendo seu direito de protestar", disse o porta-voz da ONU, Rupert Colville.
Em um comunicado divulgado em 06 de junho, o Fórum Aliança ACT da Nicarágua convocou o governo “a levar a sério e com responsabilidade as recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, no sentido de cessar a repressão e as prisões arbitrárias, respeitar o direito à protesto pacífico, e admitir a entrada no país do relator dos Direitos Humanos para o Alto Comando das Nações Unidas, para que garanta o direito à verdade e justiça”.
Leia mais
- Nicarágua, regime em festa para esconder a revolta
- Nicarágua. Ortega celebra a morte do sandinismo, substituído pelo orteguismo
- #DanielSeQuedaChallenge: el reto que genera indignación en Nicaragua ante ola de muertes
- Governo Ortega lança ataque sobre cidade rebelde na Nicarágua, enquanto aumenta a pressão internacional
- Cardenal de Nicaragua pide a habitantes de Masaya se protejan de acoso armado
- Nicarágua. Bispos rezam oração de exorcismo contra os ataques no país
- Nicarágua. Igreja denuncia incêndio na sede da Cáritas
- Diplomacia Pontifícia, as frentes abertas: da Nicarágua à Coreia
- Nicarágua. A última desesperada reação de Ortega e de seus partidários: colocar a Igreja católica no centro de uma ampla operação repressiva
- Nicarágua. Los obispos hacen un llamado a polícías y funcionarios públicos: "No seamos cómplices del mal"
- Bispos da Nicarágua libertam uma paróquia cercada pelas forças de Ortega
- 351 mortos: o que está acontecendo na Nicarágua do esquerdista Daniel Ortega
- Ortega intensifica repressão e ao menos 17 morrem em 24 horas na Nicarágua
- Nicarágua. Carta urgente de Ernesto Cardenal
- Nicarágua. Ataque sangriento en Masaya
- Nicarágua. “Ortega va a terminar como un asesino”. Entrevista com José Alberto Idiáquez, jesuíta, reitor da UCA
- Nicarágua. Igreja propõe a Ortega antecipar eleições para março de 2019
- Nicarágua. Um novo massacre paramilitar abala as negociações em Manágua
- Retomadas as negociações na Nicarágua
- Nicarágua. Provincial dos jesuítas renova chamada para solução pacífica da crise
- Nicarágua. Bispo pede publicamente apoio à paralisação nacional de quinta-feira
- Nicarágua. Padre jesuíta é ameaçado de morte
- Nicarágua. Os netos da revolução. Artigo de Sergio Ramírez
- Nicarágua. Repressão à marcha contra Governo deixa 15 mortos
- Nicarágua. Milhares de cidadãos saem às ruas para apoiar a Igreja e dom Báez
- Nicarágua. Atentado contra a Universidade Centro-Americana - UCA que denuncia a 'irresponsabilidade do atual desgoverno'
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Nicarágua: "Fim da violência do Estado e proteção ao povo", pede o Conselho Mundial de Igrejas - CMI - Instituto Humanitas Unisinos - IHU