Personalidades assinam carta aberta de apoio ao papa promovida por teólogo tcheco

Tomáš Halik | Foto: Frydolin | Wikimedia Commons

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19 Outubro 2017

Várias dezenas de personalidades de 13 países já assinaram e centenas de pessoas já apoiaram uma carta aberta que teólogo tcheco e professor da Charles University Tomáš Halik liderou em apoio ao Papa Francisco e às suas posições sobre o matrimônio.

A reportagem é publicada por ČTK, 18-10-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A carta reage às críticas ao papa por parte dos católicos conservadores, que o acusaram de espalhar heresias.

Seus signatários, incluindo teólogos, bispos e protagonistas da vida pública, expressaram a sua gratidão ao papa pelo seu estilo de papado corajoso e teologicamente responsável, disse Halik à ČTK.

“Eu acredito que o pontificado do Papa Francisco é uma das inúmeras grandes reformas na história do cristianismo”, afirmou.

Halik disse que a carta aberta visa a encorajar a formação de uma comunidade internacional de teólogos que levam em total consideração “a reforma muito necessária para o cristianismo do terceiro milênio”.

Um futuro Concílio da Igreja precisa de preparação intelectual e espiritual, assim como as reformas do Concílio de Trento, do século XVI, e do Concílio Vaticano II, nos anos 1960, foram precedidas por novos movimentos na teologia, disse Halik.

Ele disse que ajudou a formas equipes de teólogos e sociólogos de vários países que estão trabalhando nisso.

Em agosto, um grupo de católicos romanos convocou o papa a revogar as posições que ele apresentou no documento Amoris laetitia sobre a família, no ano passado, como a sua abordagem acomodatícia em relação aos fiéis divorciados que contraíram um novo casamento civil.

Os críticos dizem que o documento causou uma proliferação de pontos de vista heréticos em toda a Igreja Católica Romana.

Eles também criticam o que chamam de simpatia sem precedentes do Papa Francisco pelo “arqui-herege” Martinho Lutero, que iniciou o processo de reforma da Igreja na Europa há 500 anos.

Os críticos do papa incluem dois tchecos, Petr Dvorak, do Instituto Filosófico da Academia de Ciências, e Lukas Novak, da Faculdade de Artes da Charles University.

Embora Halik, junto com o bispo tcheco de Plzeň, Tomas Holub, tenha se levantado em defesa do papa logo após a publicação da Amoris laetitia, opondo-se também a uma carta crítica anterior dirigida ao papa por quatro cardeais, os principais dignitários católicos tchecos permanecem cautelosos em seus comentários.

Os signatários da carta aberta incluem o bispo Vaclav Maly e vários outros representantes da Igreja tcheca e acadêmicos, bispos da Áustria, Hungria, África do Sul e também Marie-Jo Thiel, presidente da Associação Europeia para a Teologia Católica.

A carta diz que o papa conseguiu restaurar a cultura do ministério cristão na Igreja Católica Romana, baseada nas suas raízes relacionadas a Jesus, cuidando das pessoas e da natureza feridas.

A última palavra no tratamento dado às pessoas deveria ser uma palavra misericordiosa, e não uma interpretação legalista do Testamento, escrevem os autores, acrescentando que eles compartilham o ponto de vista do papa sobre a Igreja como mãe e pastora.

Eles pedem que ele não permita ser desviado do seu caminho e expressam o seu apoio a ele.

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