Bispos suíços criam fundos para casos de abuso sexual prescritos

Mais Lidos

  • Papa Francisco em Marselha: no meio de uma crise migratória, uma visita muito política

    LER MAIS
  • Mudança climática tornou tempestade mortal na Líbia 50 vezes mais provável

    LER MAIS
  • Da escola neoliberal à educação democrática. O papel da filosofia na revolução democrática da educação. Artigo de Christian Laval

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

15 Dezembro 2016

A Conferência dos Bispos da Suíça criou um fundo indenizatório especial para as vítimas de abuso sexual clerical cujos casos prescreveram.

A reportagem é de Christa Pongratz-Lippitt, publicada por National Catholic Reporter, 13-12-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa

As vítimas que foram abusadas anos atrás e cujos casos, segundo o direito estatal e o direito eclesiástico, estão prescritos são particularmente preocupantes para os bispos suíços, disse Dom Charles Morerod à imprensa no último dia 5 em Sião, Suíça.

“Por muito tempo, a Igreja fez vista grossa a estas vítimas que se encontram em situações particularmente difíceis e que não receberam nenhum tipo de indenização”, disse Morerod, presidente da Conferência dos Bispos do país. A Conferência decidiu criar um fundo para aquelas vítimas que não têm mais o direito de buscar uma reparação judicial.

Os bispos dispuseram uma soma inicial de 500 mil francos suíços (493 mil dólares) para o fundo especial. Todas as dioceses suíças, a União dos Superiores Maiores Religiosos da Suíça e outras organizações católicas no país estão contribuindo para o fundo. Ainda segundo Morerod, também foi criada uma comissão independente para decidir sobre a quantidade de indenização que cada vítima deverá receber.

Muitos dos casos registrados datam da década de 1950. Mesmo assim, os bispos suíços e superiores religiosos disseram que era positivo ouvir cada relato de abuso sexual cometido pelo clero ou funcionários da Igreja. Eles pediram às vítimas que continuem a denunciar tais casos à justiça, pois merecem justiça mesmo se o abuso tenha ocorrido muito tempo atrás.

Antes da coletiva de imprensa, todos os 11 membros da conferência episcopal, representantes do superiores gerais e uma delegação das vítimas reuniram-se na Basílica de Valère, em Sião, para uma cerimônia penitencial. A basílica do século XII, situada sobre uma colina, tem sido um lugar de peregrinação “para a qual as pessoas trazem seus fardos e suas lutas há séculos”, disse Morerod.

Morerod falou ainda uma “tolerância zero” e uma “transparência completa” estão sendo exigidas quando se trata de abusos sexuais na Igreja. O prelado agradeceu ao público por pressionar a Igreja no tocante ao tema.

Uma das vítimas presentes na cerimônia, uma mulher na casa dos 50 anos, se apresentou e relatou sua história de vida. Seu pai era um padre e ela acabou tendo quatro irmãos, todos com mães diferentes. Os bispos e superiores religiosos juntaram-se a ela dizendo: “Rezemos para que o abuso sexual clerical jamais possa ser varrido para baixo do tapete, minimizado ou relativizado”.

Em seguida, os bispos se ajoelharam e, liderados por Morerod, rezaram: “Um pecado grave cometido por membros da Igreja, mas facilitado por certos padrões de comportamento e pensamento na Igreja, veio à luz. O pecado possui vários níveis: o ato abusivo, o silêncio cúmplice e a falha em prestar auxílio às vítimas. Sentimo-nos responsáveis e agradecemos as vítimas por abrir nossos olhos”.

Pela terceira vez, em 2014, a Conferência dos Bispos da Suíça atualizou as suas orientações contra abusos sexuais. Estas agora incluem grupos religiosos e atividades que não estavam anteriormente sob a responsabilidade das dioceses. Os novos funcionários da Igreja precisam se submeter a uma checagem do histórico criminal. As novas diretrizes também visam garantir uma maior transparência quando os padres são movidos de uma diocese para outra.

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Bispos suíços criam fundos para casos de abuso sexual prescritos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU