Peru. Investigada, ex-primeira-dama ganha cargo na FAO e deixa o país

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Por: João Flores da Cunha | 24 Novembro 2016

A ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia deixou o país após ser nomeada para um cargo na FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. A surpreendente indicação gerou polêmica no país e reclamações do governo peruano porque Heredia é investigada por atos de corrupção em torno da presidência de seu marido, Ollanta Humala (2011-2016). A FAO é comandada pelo brasileiro José Graziano da Silva. A nomeação foi anunciada no dia 21-11.

No dia seguinte, ela viajou para a Suíça, onde fica a sede da Organização das Nações Unidas – ONU na Europa. Ela atuará em Genebra, como enviada da FAO junto à ONU. Até o dia 16-10, ela estava legalmente impedida de deixar o Peru por conta do processo por lavagem de ativos ao qual está respondendo no país.

O cargo na FAO lhe garante imunidade perante a Justiça suíça, mas não frente à peruana. Em 2013, ela exerceu a posição de embaixadora especial da FAO.

José Graziano foi eleito como diretor-geral da FAO em 2011, e reeleito em 2015. Sua eleição, obtida graças ao apoio majoritário de países da África, foi considerada uma vitória da política externa impulsionada pelo governo Lula, que buscou projeção internacional para o Brasil. Graziano foi ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, entre 2003 e 2004, tendo coordenado a implementação do programa Fome Zero.

O Ministério de Relações Exteriores do Peru emitiu um comunicado em que expressa “o desagrado e o protesto do governo peruano por uma decisão que pode ser interpretada como uma interferência a uma investigação fiscal em curso” no país. A chancelaria peruana pediu que a nomeação seja reconsiderada pela FAO.

Nadine Heredia está sendo investigada em um inquérito sobre o suposto financiamento ilegal das campanhas eleitorais em que seu marido se candidatou a presidente, em 2006 e 2011. O próprio Humala também é investigado por suspeitas de corrupção em obras que ocorreram em seu governo. Uma delas é o Gasoduto Sul Peruano, que tem participação majoritária da empreiteira brasileira Odebrecht.

O Ministério Público do Peru esclareceu que a saída do país de Heredia deveria ser comunicada não à Promotoria, mas sim ao juizado em que responde legalmente pelo processo – o que foi cumprido pela ex-primeira-dama. No entanto, ela deve comparecer a cada 30 dias perante o juizado no Peru, e não pode alterar seu domicílio sem comunicar as autoridades. Assim, a Promotoria peruana estuda revogar o atual regime de Heredia por infração nas regras de conduta. A partir disso, sua pena provisória poderia evoluir para prisão preventiva.

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