Herberto Helder na oração inter-religiosa desta semana

Imagem: Pixabay

Mais Lidos

  • Para a professora e pesquisadora, o momento dos festejos natalinos implicam a escolha radical pelo amor, o único caminho possível para o respeito e a fraternidade

    A nossa riqueza tem várias cores, várias rezas, vários mitos, várias danças. Entrevista especial Aglaé Fontes

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

Natal. A poesia mística do Menino Deus no Brasil profundo

Edição: 558

Leia mais

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

10 Março 2017

Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Por meio de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora - MG.

Húmus


(Foto: Faustino Teixeira | Arquivo pessoal)

Vê tu a árvore: uma camada de flor – um grito,
outra camada de flor – outro grito.
Sob o fluido elétrico, o quintal
tresnoita. Até o escuro se eriça. Há diálogos
formidáveis na obscuridade.
Nesta primavera há duas primaveras – perfume,
ferocidade. Turbilhão azul sem nome.
O sonho irrompe como haste de cactos, pélago
desordenado.
- Eu sou a árvore e o céu,
faço parte do espanto, vivo e morro.

Fonte: Herberto Helder. Poemas completos. Porto: Porto Editora, 2014, p. 231


Herberto Helder | Foto: Ecclesia

Herberto Helder de Oliveira (1930 - 2015): Além de poeta, foi jornalista, tradutor e radialista. Também escreveu para diversas revistas e é visto como o mais importante poeta português da segunda metade do século XX. Sempre recusou receber prêmios e honrarias, assim como não gostava de aparecer em fotografias e nem de conceder entrevistas. Tem uma extensa obra publicada, com mais de 30 livros, entre eles, Poesia – O Amor em Visita (1958); A Colher na Boca (1961); A Cabeça entre as Mãos (1982); Servidões (2013); A Morte Sem Mestre (2014); Poemas Completos (2014). Escreveu seu último livro, Poemas Canhotos (2015), um pouco antes de falecer. Além destes, Letra Aberta foi publicado em 2016, um anos após sua morte, somente com poemas inéditos do escritor, recolhidos dos seus cadernos, onde já constava o título Letra Aberta.