Antes que seja tarde

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22 Março 2019

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lc 13,1-9 que corresponde ao 3° Domingo de Quaresma, ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Já tinha passado bastante tempo desde que Jesus se tinha apresentado na Sua cidade de Nazaré como Profeta, enviado pelo Espírito de Deus para anunciar aos pobres a Boa Nova. Continua repetindo incansavelmente a sua mensagem: Deus já está próximo, abrindo caminho para fazer um mundo mais humano para todos.

Mas é realista. Jesus sabe bem que Deus não pode mudar o mundo sem que nós mudemos. Por isso esforça-se em despertar nas pessoas a conversão: “Convertei-vos e acreditai nesta Boa Nova”. Esse empenho de Deus em fazer um mundo mais humano será possível se respondermos acolhendo o Seu projeto.

Vai passando o tempo e Jesus vê que as pessoas não reagem à Sua chamada como seria o Seu desejo. São muitos os que vêm para o ouvir, mas não se abrem ao “Reino de Deus”. Jesus vai insistir. É urgente mudar antes que seja tarde demais.

A dada altura conta uma pequena parábola. O proprietário de um terreno tem plantada uma figueira no meio da sua vinha. Ano após ano, vem procurar frutas e não consegue encontrá-las. A sua decisão parece a mais sensata: a figueira não produz frutos e está a ocupar inutilmente o terreno, o mais razoável é cortá-la.

Mas o encarregado da vinha reage de forma inesperada. Por que não a deixar ainda? Ele conhece aquela figueira, ele viu-a crescer, cuidou-a, não a quer ver morrer. Ele mesmo dedicará mais tempo e mais cuidados, para ver se dará frutos.

A história é interrompida abruptamente. A parábola fica em aberto. O dono da vinha e o seu encarregado desaparecem de cena. É a figueira que decidirá seu destino final. Entretanto receberá mais cuidados do que nunca daquele agricultor que nos faz pensar em Jesus, “aquele que veio para procurar e salvar o que foi perdido”.

O que precisamos hoje na Igreja não é apenas introduzir pequenas reformas, promover o “aggiornamento” ou cuidar da adaptação aos nossos tempos. Precisamos de uma conversão a um nível mais profundo, um “coração novo”, uma resposta responsável e decidida à chamada de Jesus para entrar na dinâmica do Reino de Deus.

Temos que reagir antes que seja tarde demais. Jesus está vivo no meio de nós. Como o encarregado da vinha, Ele cuida das nossas comunidades cristãs, cada vez mais frágeis e vulneráveis. Ele alimenta-nos com o seu Evangelho, sustenta-nos com o seu Espírito.

Devemos olhar para o futuro com esperança, ao mesmo tempo que vamos criando esse novo clima de conversão e renovação que tanto necessitamos e que os decretos do Concílio Vaticano não conseguiram até agora consolidar na Igreja.

 


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