Semiose e midiatização, um modo de interpretar o mundo

Mais Lidos

  • Da escola neoliberal à educação democrática. O papel da filosofia na revolução democrática da educação. Artigo de Christian Laval

    LER MAIS
  • Mudança climática tornou tempestade mortal na Líbia 50 vezes mais provável

    LER MAIS
  • Vattimo, pós-verdade e o cristianismo presente e futuro

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

Por: Ricardo Machado | 13 Dezembro 2016

A segunda atividade de conferências do I Seminário Internacional de Pesquisas em Midiatização e Processos Sociais, intitulada Semiose e Midiatização contou com a presença dos professores pesquisadores Mário Carlon, Universidade de Buenos Aires - UBA, na Argentina, Lucrécia Ferrara, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP, e Ana Paula da Rosa, Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos. O evento ocorreu na tarde da segunda-feira, 12-12-2016, no Auditório Central da Unisinos.


Mário Carlon (à esq), no centro o mediador do debate, Ana Paula da Rosa e Lucrécia Ferrara (Foto: Ricardo Machado/IHU)

Tendo como eixo central os debates em torno das semioses, isto é, dos processos de produção de sentido em perspectiva com a midiatização, a primeira conferencista a apresentar sua fala foi a professora Lucrécia, que logo no início fez questão de demarcar as radicais diferenças entre a mediação e midiatização. “Considerar essas diferenças nos leva a entender que as tecnologias, embora interfiram em nosso cotidiano, elas não o determinam”, acentua a pesquisadora, que reconhece a inauguração de um novo espaço heterotópico de mentes, espaços e linguagens.

“Esse novo espaço é público, mas paradoxalmente não demanda consenso, porque parece destituído de intenções. Nisso, o receptor se transforma em público. No novo espaço público é preciso não pensar nos indivíduos, mas nos processos de individuação, não na subjetividade, mas nos processos de subjetivação. Nesse sentido, temos que pensar não na técnica, mas tecnicidade, sua dimensão social. Essa é a complexidade dos sistemas sociais”,afirma Lucrécia.

O humano convertido em meio


Mário Carlon

Desde o cenário argentino, o professor e pesquisador Mário Carlon da UBA, recuperou o pensamento de Eliseo Verón para falar dos processos de midiatização. Nesse sentido, antes de apresentar seu estudo de caso sobre as últimas eleições presenciais em seu país de origem, ela retomou uma espécie de classificação ampla, inspirada nos estudos Verón, sobre os processos de midiatização. “Na sociedade mediática (as modernas) são os meios que apresentam os acontecimentos. Na sociedade em midiatização (as pós-modernas) são os próprios atores sociais quem o fazem. E nas sociedades contemporâneas há a era hipermidiatizada. Vivemos um momento em que todos são enunciadores e enunciatários”, explica. “Esse é um modelo não-antropocêntrico”, complementa.

“A campanha do presidente Macri, na Argentina, foi tratada como exitosa no (jornal) La Nación por conta de sua presença no Facebook. Ele teria se convertido, assim, em um meio de comunicação”, destaca. “Isso serve de exemplo para chamar atenção ao fato de que grande parte dos candidatos que se centram nas redes sociais se convertem, eles mesmos, nos próprios meios”, amplia.

Circulação e Midiatização

A última conferência do dia foi proferida pela professora Ana Paula da Rosa, que chamou atenção para os processos de circulação, tema que tem dedicado às suas pesquisas. “O imaginário é um produto da cultura que é produzido por imagens que temos “dentro de nós” em confluência com as imagens técnicas. Isso ocorre na midiatização, que funciona como uma articulação de processos sociais em dispositivos técnicos, isto é, a própria circulação”, analisa.

Nesse sentido, ao conectar a perspectiva da circulação com a midiatização, a pesquisadora sustenta que “a midiatização é a complexificação das relações sociais”. Para tentar esclarecer, Ana Paula  trouxe o exemplo do menino Aylan Kurdi, cuja imagem rodou o mundo, depois que foi encontrado já sem vida em uma praia da Turquia. “Nosso pressuposto é que as fotografias e os vídeos acionam profundas estruturas do nosso social, fazendo emergir imagens interiores, de modo que tendam à autonomização ao se tornarem os próprios acontecimentos”, postula. “A construção simbólica tem dois aspectos essenciais: o laço social profundo no imaginário coletivo; e a valorização que os meios de comunicação dão a uma dada imagem transformando-a em símbolo. Isso ocorre por meio de um processo intermediático, que é atravessado pela midiatização”, assinala.

I Seminário Internacional de Pesquisas em Midiatização e Processos Sociais

O evento ocorre entre os dias 12 e 15 de dezembro da Unisinos, em São Leopoldo, com as conferências principais sendo realizadas no Auditório Central. Para consultar a programação do evento clique aqui.

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Semiose e midiatização, um modo de interpretar o mundo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU