Diplomática e combativa: as duas faces da geopolítica da Igreja

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10 Janeiro 2012

No discurso de início do ano aos embaixadores, Bento XVI se calou sobre a China. Mas o Pontifício Instituto para as Missões Exteriores grita em voz alta. E nomeia como "homens do ano" dois bispos que desapareceram nas prisões, por ódio à fé.

A reportagem é de Sandro Magister, em seu sítio, Chiesa, 09-01-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Como todos os anos depois das festas natalinas, Bento XVI recebeu em audiência na manhã desta segunda-feira, 9 de janeiro, o corpo diplomático credenciado junto à Santa Sé.

Para encontrar o papa, na Sala Regia do Palácio Apostólico, havia 115 chefes de missão, acompanhados por 60 esposas. Um recorde: em 2011, havia, respectivamente, 112 e 51. Outros 160 diplomatas compunham as delegações. Quem saudou o Sumo Pontífice em nome de todos os Estados foi o decano do corpo diplomático, o embaixador de Honduras, Alejandro Emilio Valladares Lanza, e o vice-decano, o representante do Principado de Mônaco, Jean-Claude Michel.

A Santa Sé é a segunda no mundo, depois apenas dos EUA, em número de países com os quais mantêm relações diplomáticas. São hoje 179, sem contar as relações com as organizações internacionais.

Entre os pouquíssimos países nos quais não está credenciado nenhum representante pontifício, estão a China e a Arábia Saudita.

Desde o ano passado, pela primeira vez, os italianos já não estão mais em maioria entre os núncios apostólicos. E haverá ainda menos no futuro, dada a preponderância de novos núncios estrangeiros até agora nomeados por Bento XVI.

O quadra estatístico mais atualizado do aparato diplomático da Santa Sé foi publicado no jornal da Conferência Episcopal Italiana, Avvenire, assinado por Gianni Cardinale, no domingo 8 de janeiro, véspera da audiência. Leia aqui o texto, em italiano

No seu discurso ao corpo diplomático, Bento XVI reservou uma atenção especial ao futuro das jovens gerações de todo o mundo. Defendeu a vida nascente e a família, a liberdade de educação e a liberdade religiosa. Lembrou as agressões contra os cristãos na Nigéria e o assassinato do ministro paquistanês Shahbaz Bhatti, católico.

Este é o link para o texto do discurso na íntegra.

Indo do Norte da África ao Oriente Médio, do Iraque à Síria, da Somália aos Grandes Lagos, o papa citou nominalmente os lugares de inúmeros conflitos.

Sobre outros locais críticos, ao contrário, silenciou, por uma prudência que é típica da diplomacia vaticana.

Em particular, não falou da China.

A China é um país que detém muitos primados. Um dos quais é emblemático. É o único país do mundo em que dois bispos estão na prisão por causa da sua fé, e não se sabe nada deles, o primeiro há 14 anos, e o segundo há 11.

A Santa Sé nunca denunciou esse fato à luz do sol, nem exigiu em público a sua libertação.

Mas a agência online Asia News, do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras, especializada na China e muito lida nesse país, decidiu, nos últimos dias, atribuir precisamente a esses dois bispos o reconhecimento de "homem do ano". (veja a matéria aqui.)

Sobre esse país que, em um futuro próximo, será a nova superpotência mundial, é justo dizer toda a verdade.

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