''Francisco começou uma mudança de paradigmas'', afirma Hans Küng

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09 Dezembro 2013

O Papa Francisco começou uma "primavera católica", e o seu impulso reformador poderia chegar até a abolição da obrigação do celibato para os sacerdotes: quem defende isso é Hans Küng em entrevista à revista Spiegel.

A nota é de Giacomo Galeazzi, publicada no blog Oltretevere, 08-12-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Para o teólogo suíço, "a simplificação do vestuário, as modificações no protocolo, uma linguagem completamente diferente não são exterioridade. Francisco começou uma mudança de paradigmas".

Küng compara o papa argentino a João XXIII, que, ao contrário dele,fez "as reformas 'en passant' e sem um programa". O teólogo se diz convicto de que o Papa Francisco é capaz de introduzir modificações radicais, porque, "do ponto de vista jurídico, ele tem mais poder do que o presidente dos Estados Unidos".

"Se ele quisesse", observa o teólogo, "poderia abolir o celibato da noite para o dia. Eu não acho que essa questão possa ser adiada, porque, a cada dia que passa, há menos padres. Eu não sei como se pode assegurar o cuidado dos fiéis na Alemanha na próxima geração. A base da Igreja está pronta para essa reforma [do celibato]".

Küng teme que, no Vaticano, as reformas possam encontrar resistências e que haja "um retorno para trás como na Primavera Árabe": "No Vaticano e na Igreja, existem grupos poderosos que gostariam de inverter o sentido da marcha, porque temem pelos seus  próprios privilégios".

O teólogo também criticou a decisão de santificar João Paulo II, que definiu de "o pontífice mais contraditório do século XX".