Por: André | 25 Novembro 2013
A casa de pedra sobre a qual o povo guarda sua alma diante de Deus, mas também o corpo de uma pessoa, na qual o Senhor fala e o coração escuta. Segundo indicou a Rádio Vaticano, o Papa Francisco refletiu, nesta sexta-feira, na homilia matutina da missa na Capela Santa Marta, sobre estas duas dimensões (paralelas na vida cristã) do conceito do tempo sacro.
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Fonte: http://bit.ly/1c9Euxg |
A reportagem é de Domenico Agasso Jr e publicada no sítio Vatican Insider, 22-11-2013. A tradução é de André Langer.
O Pontífice explicou que o templo é um lugar sagrado no qual o mais importante não é o ritual, mas “adorar o Senhor”. E Francisco insistiu no lugar do ser humano, que, enquanto “templo do Espírito Santo”, deve ouvir dentro de si a Deus, para pedir-lhe perdão e segui-lo.
O ponto de partida da sua reflexão desta sexta-feira foi a passagem do Antigo Testamento no qual Judas Macabeu consagra novamente o templo destruído pelas guerras. O Templo, observou o Papa, é uma “referência para a comunidade, uma referência do povo de Deus”, aonde se vai por muitos motivos e um deles, afirmou, é superior aos demais: “O Templo é o lugar ao qual a comunidade vai para rezar, para louvar o Senhor, para dar graças, mas, sobretudo, para adorar: no Templo adora-se o Senhor. E este é o ponto mais importante”.
E também é “válido para as cerimônias litúrgicas: nesta cerimônia litúrgica, qual é a coisa mais importante? Os cantos, os ritos (bonitos), tudo...?” Não. O mais importante, destaca o Papa, “é a adoração: toda a comunidade reunida vê o altar no qual se celebra o sacrifício e adora”.
Mas Francisco considera (e o disse “humildemente”) que “talvez nós, os cristãos, perdemos um pouco o sentido da adoração, e pensamos: ‘Vamos ao Templo, nos reunimos como irmãos’ (isto é bom, é bonito!), mas o centro está ali onde está Deus. E nós adoramos a Deus”.
Por isso, o Pontífice fez duas perguntas: “Nossos Templos lugares de adoração, favorecem a adoração? Nossas celebrações favorecem a adoração?” O Filho de Deus, indicou Francisco citando o Evangelho do dia, afasta os que fazem negócio, os que consideravam o Templo como um lugar de negócio e não de adoração. E depois, na vida cristã há outro “Templo” com relativa sacralidade: “São Paulo nos diz que nós somos templos do Espírito Santo. Eu sou um templo. O Espírito está dentro de mim. E também nos diz: ‘Não entristeçamos o Espírito do Senhor que está dentro de nós’”. “E também aqui – acrescentou Francisco – talvez não possamos falar, como antes, da adoração, mas de uma espécie de adoração que é o coração que vai buscar o Espírito do Senhor dentro de si, e que sabe que Deus está dentro de si, que o Espírito Santo está dentro de si. O escuta e o segue”.
Francisco insistiu em que seguir a Deus implica numa constante purificação, “porque somos pecadores”: é necessário, pois, “purificar-nos com a oração, com a penitência, com o Sacramento da reconciliação, com a Eucaristia”.
Depois acrescentou que “nestes dois templos (o templo material, o lugar da adoração, e o templo espiritual dentro de mim, onde habita o Espírito Santo), nestes dois templos nossa atitude deve ser a piedade que adora e escuta, que reza e que pede perdão, que louva o Senhor”.
“E, quando se fala da alegria do Templo – afirmou –, fala-se disto: toda a comunidade em adoração, em oração, dando graças, louvando. Eu em oração com o Senhor, que está dentro de mim porque eu sou ‘templo’. Eu, escutando, disponível”. “Que o Senhor – concluiu Bergoglio – nos conceda este verdadeiro sentido do Templo, para poder prosseguir em nossa vida de adoração”.