Sustentabilidade de fachada: o outro lado da COP30 em Belém. Entrevista especial com Juliano Pamplona Ximenes Ponte

Enquanto Belém se prepara para receber líderes mundiais com obras bilionárias, comunidades seguem sem saneamento, sob o risco de remoções, gentrificação e invisibilidade

Foto: Fernando Frazão | Agência Brasil

Por: Letícia Fagundes e Patricia Fachin | 23 Junho 2025

Faltando alguns meses para a realização da COP30, Belém passa por um processo intenso de reformas e intervenções urbanas sob a promessa de modernização e protagonismo climático. A capital paraense será o centro das atenções globais em 2025, reunindo chefes de Estado, organizações internacionais e lideranças da sociedade civil. Porém, por trás das obras e do discurso ambiental, uma cidade desigual segue com problemas estruturais que ameaçam ser apenas maquiados e não resolvidos.

Com um dos piores índices de cobertura de saneamento básico, Belém está entre as dez cidades com os piores índices de saneamento básico no Brasil, segundo o Ranking do Saneamento 2024. A capital paraense ainda convive com esgoto a céu aberto em bairros povoados e com carência de infraestrutura em mais da metade da sua região metropolitana. Mesmo assim, os investimentos de cerca de R$ 7 bilhões previstos para a COP concentram-se em ações pontuais voltadas ao embelezamento de áreas centrais e projetos voltados ao turismo e à circulação de autoridades.

A promessa de “legado sustentável” começa a ser questionada à medida que se observam a localização e o perfil das obras em andamento: grandes avenidas reurbanizadas, mercados reformados para valorizar o potencial turístico e construções que visam impressionar os visitantes. Enquanto isso, programas de urbanização de favelas, regularização fundiária, acesso à moradia digna e saneamento seguem à margem do planejamento.

Em bairros centrais, como o entorno do Ver-O-Peso e do Mercado de São Brás, o que se vê é a preparação de uma cidade vitrine: iluminada, policiada, limpa e segura, mas apenas em áreas específicas. As regiões mais pobres seguem enfrentando a precariedade habitual. O risco de gentrificação avança e o aumento dos aluguéis e remoções indiretas silenciam comunidades historicamente presentes no centro urbano.

O impacto não é apenas social. Obras viárias de conexão com a BR-316 e intervenções em áreas sensíveis como o Parque do Utinga já provocam desmatamento, poluição, perdas de biodiversidade e pressão sobre populações tradicionais. A vegetação urbana da região metropolitana continua desaparecendo em ritmo acelerado, sem que haja planejamento ambiental estruturado. Efeitos semelhantes já foram observados em outros grandes eventos, como o Fórum Social Mundial – FSM, realizado na cidade em 2009.

A COP30 é anunciada como um marco de transformação urbana e ambiental, mas até o momento a lógica predominante tem sido a da cidade-cenário: intervenções pontuais para atender aos olhos de fora, sem transformação duradoura para quem vive ali. O discurso de sustentabilidade muitas vezes esbarra no interesse de grandes grupos econômicos, incorporadoras imobiliárias e empreiteiras, que lucram com um modelo de crescimento desigual.

Ao lado disso, saberes amazônicos, técnicas tradicionais de construção e a experiência das universidades públicas seguem sendo pouco ouvidos. Há centros de pesquisa com foco direto na região, mas suas análises críticas ainda encontram resistência no poder público e são invisibilizadas pela narrativa dominante. Enquanto isso, termos como “soluções baseadas na natureza” ganham destaque.

Juliano Pamplona Ximenes Ponte (Foto: Arquivo pessoal)

O desafio colocado pela COP30 vai além de sediar um evento de relevância internacional. O Instituto Humanitas Unisinos – IHU entrevistou o professor adjunto na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará (UFPA), no Instituto de Tecnologia (FAU‑ITEC), onde também coordena o núcleo do Observatório das Metrópoles em Belém, Juliano Pamplona Ximenes Ponte. Juliano também é arquiteto e urbanista formado pela UFPA, com mestrado e doutorado em Planejamento Urbano e Regional pelo IPPUR/UFRJ.

Confira a entrevista.

IHU – Belém enfrenta graves problemas de saneamento, mobilidade e acesso à moradia digna. A COP30 está sendo uma oportunidade real de enfrentamento desses problemas ou há um descolamento entre o evento e as necessidades reais da população?

Juliano Pamplona Ximenes Ponte – A COP30, em Belém, se apresenta como um megaevento típico, mas em menor escala sem grandes obras como metrôs, arenas esportivas ou novos aeroportos. Das cerca de 40 obras envolvidas, muitas já estavam no radar dos governos municipal e estadual, e outras são intervenções pontuais com forte apelo visual, principalmente em bairros centrais.

Apesar disso, trata-se de um volume inédito de recursos para uma cidade com histórico de orçamentos limitados e baixa capacidade de investimento. Algumas obras, como a reforma do Canal São Joaquim e do Ver-O-Peso, respondem a demandas populares. Outras, como a reurbanização de avenidas estratégicas e a criação da Vila COP30, são claramente voltadas à circulação de autoridades e turistas, com foco na imagem da cidade, iluminação, segurança, vigilância, mas pouco foco em soluções estruturais ou sustentáveis.

A linguagem urbanística dessas obras é, muitas vezes, árida: pouca vegetação, ausência de espaços de permanência e nenhum avanço real em termos de saneamento ou integração ambiental.

Em áreas como o Mercado de São Brás, o investimento visa mais à gentrificação do que à valorização do uso popular histórico. Já obras prioritárias, como programas de urbanização de favelas especialmente na Região Metropolitana de Belém, onde mais de 55% da população vive em comunidades precárias seguem negligenciadas.

O Pará tem um dos piores índices de cobertura de saneamento básico entre estados com grandes municípios. E embora já haja planos diretores para água e esgoto prontos, faltam investimentos e atualizações. Seria mais coerente com o espírito de um evento climático garantir acesso universal à água tratada e ao saneamento do que promover reformas cosméticas nas áreas centrais. Algumas ações, como a promessa de um sistema BRT integrado, são positivas, mas não suficientes diante das urgências sociais e ambientais da cidade e da região.

IHU – Quais são os principais impactos socioambientais imediatos que você tem observado com as obras e reformas preparatórias para a COP30 em Belém?

Juliano Pamplona Ximenes Ponte – Belém ainda conta com poucas redes de coleta e tratamento de esgoto. Fora a estação da Bacia da Estrada Nova, as demais estruturas atendem basicamente áreas centrais, ignorando comunidades como a Vila da Barca, à beira da Baía do Guajará. Há registros de impactos diretos, como o lançamento de efluentes da obra da Doca justamente nessa favela.

Observa-se também uma valorização artificial dos imóveis e do aumento de aluguéis, além da concentração dos benefícios urbanos em áreas de maior renda, deixando de fora os bairros mais densos e vulneráveis. As obras vêm causando interdições, isolamento de trechos urbanos, poluição e esvaziamento de espaços públicos, o que tem gerado episódios de violência urbana.

No entorno metropolitano, as obras viárias estão promovendo desmatamento e perda de fauna, agravando um processo já intenso de degradação ambiental, a região perde cerca de 1/6 da sua vegetação por década. Isso compromete o solo, a umidade do ar, a água doce superficial e a biodiversidade. A expansão da malha viária, feita sem avaliação adequada de impacto e sem considerar alternativas, aprofunda os riscos ambientais e sociais.

IHU – Está ocorrendo a efetiva participação popular nas decisões sobre as obras e projetos da COP em Belém? Como esta participação pode ser benéfica para as obras?

Juliano Pamplona Ximenes Ponte – Durante a gestão de Edmilson Rodrigues (2021-2024), houve uma maior abertura à participação popular em projetos como o restauro do Mercado de São Brás, a reforma do Ver-O-Peso e obras de macrodrenagem em bacias periféricas como a da Estrada Nova e a do Mata-Fome-Paracuri. Essas intervenções foram mais conectadas com as demandas da população.

Em contrapartida, o governo estadual, com mais recursos e apoio federal, tem executado a maior parte das obras, de caráter mais estruturante, mas com impactos urbanísticos, fundiários e socioambientais significativos. Muitas dessas obras não nasceram de demandas populares, ainda que tenham passado por mecanismos formais de consulta, como o Planeja Pará e o Concidades-PA. Algumas estavam há décadas nas listas de prioridades e foram viabilizadas agora, graças aos recursos trazidos pela COP30, cerca de R$ 7 bilhões em investimentos públicos e privados de interesse público, como os oriundos da Itaipu Binacional.

Apesar disso, essas intervenções poderiam ter sido melhor divulgadas e discutidas com a população. Um processo mais transparente e participativo permitiria ajustes importantes, reduzindo impactos negativos, especialmente sobre comunidades vulneráveis, e fortalecendo a legitimidade das ações. A participação popular não só garante mais justiça social como também aumenta a eficiência e a sustentabilidade das obras.

IHU – Existe uma promessa de “modernização da cidade” pela COP30 para Belém. Quais são os riscos deste legado ser excludente ou reforçar desigualdades da cidade?

Juliano Pamplona Ximenes Ponte – Como em outras modernizações de matriz capitalista, a que se observa em Belém tende a aprofundar desigualdades sociais e espaciais. Os maiores benefícios recaem sobre as elites econômicas e grandes empresas, muitas de fora do Estado, enquanto os impactos negativos recaem sobre pequenos empreendedores e populações periféricas.

Boa parte das obras ocorre em áreas nobres, que já são valorizadas, intensificando a especulação imobiliária num mercado historicamente concentrado. Belém é uma capital de 1,3 milhão de habitantes, com uma região metropolitana de 2,4 milhões, que há décadas deixou de ser uma cidade de médio porte. No contexto amazônico, ela é um centro de polarização de serviços públicos e privados, dada a escassez de infraestrutura semelhante nas cidades vizinhas.

A lógica fundiária da cidade está profundamente enraizada na concentração de terras: cerca de 60 famílias ou grupos empresariais detêm boa parte do território urbano, muitas vezes originado de doações históricas de terras públicas que se transformaram em patrimônio privado altamente valorizado. Como não há concorrência fundiária relevante na região, Belém se tornou um mercado de ganhos altos e fáceis com a terra urbana.

Essa concentração fundiária se conecta diretamente à modernização excludente. A integração da Amazônia ao restante do país durante a ditadura militar, por exemplo, desmantelou a indústria local e consolidou a região como um mercado consumidor do Sul e Sudeste. A ausência de investimento público consistente, somada às crises econômicas, acentuou o papel da especulação imobiliária como forma passiva e rentista de obtenção de lucros.

Hoje, essa estrutura desigual de poder, marcada pela influência de grupos imobiliários e pela captura política de instâncias decisórias, como as Câmaras de Vereadores, produz uma cidade pensada para as elites. Sem um planejamento voltado à inclusão e distribuição equitativa dos benefícios urbanos, o legado da COP30 corre o risco de reforçar esse modelo excludente.

IHU – Em que medida a lógica de grandes eventos como a COP pode induzir processos de gentrificação e deslocamento de populações periféricas em Belém? Já há algum indício?

Juliano Pamplona Ximenes Ponte – Megaeventos como a COP costumam seguir um padrão: injeção massiva de recursos públicos, obras com foco em criar corredores visuais de prosperidade e modernidade, e requalificação de serviços para atender a padrões internacionais. Isso inclui desde capacitação em setores como hotelaria e transporte até a ampliação de vagas de hospedagem, muitas vezes exploradas por redes e plataformas privadas, como a ReMAX.

Essas estratégias criam uma cidade temporária, higienizada, segura e visualmente atraente, mas artificial. Trata-se de uma gentrificação clássica, que transforma áreas de interesse histórico e cultural, sobretudo centrais, afastando a população de baixa renda. Isso começa com a chegada do comércio e serviços, e frequentemente é impulsionado por artistas ocupando imóveis em decadência, o que eleva o valor dessas áreas.

Belém já vivenciou processos parecidos com programas como o Monumenta-BID, o PAC Cidades Históricas e o FSM de 2009. O Centro Histórico da cidade, por exemplo, passou a registrar constante valorização imobiliária e rotatividade de moradores, com saída de artistas e população pobre. A Planta de Valores da Prefeitura confirma que essas áreas figuram entre as mais caras da cidade.

Portanto, o processo de gentrificação em Belém não é novo, mas está sendo intensificado com os investimentos da COP30, especialmente em projetos com perfil concentrador de benefícios e regressivo do ponto de vista social.

IHU – Há evidências de que populações tradicionais, indígenas ou ribeirinhas estão sendo afetadas por essas intervenções? De que forma?

Juliano Pamplona Ximenes Ponte – Sim, embora os impactos ainda estejam em fase inicial, há dois casos mais evidentes. O primeiro envolve as obras nos lagos Bolonha e Água Preta, dentro do Parque Urbano do Utinga, na zona Leste da cidade, área sensível e de importância ecológica. O segundo está ligado às intervenções viárias de conexão com a rodovia BR-316 e aos sistemas urbanos de Belém, Ananindeua e Marituba.

Essas obras afetam comunidades ribeirinhas e quilombolas, não apenas em termos ambientais, mas também fundiários e socioeconômicos, elevando o valor da terra e alterando o uso do solo. Isso gera pressões diretas e indiretas sobre modos de vida tradicionais, comprometendo a permanência, o território e os direitos dessas populações.

IHU – A COP30 pode reforçar o protagonismo da Amazônia nas agendas climáticas, mas há o risco de instrumentalização política e econômica da região. Como você acredita que é possível equilibrar visibilidade internacional e autonomia local?

Juliano Pamplona Ximenes Ponte – O principal problema está naquilo que Ailton Krenak já apontou: as conferências ambientais, como a COP, acabam dominadas pela lógica empresarial, não necessariamente em número de participantes, mas no conteúdo das pautas. Trata-se, no fundo, de negócios, com uma abordagem fria e reducionista da economia capitalista, frequentemente insensível e até autoritária.

Exemplos disso são os discursos e as ações imediatistas, como nos compromissos de descarbonização. Países como a Noruega prometem se descarbonizar internamente, mas mantêm um comércio exterior baseado em transporte altamente poluente e continuam provocando impactos ambientais em países como o Brasil, como no caso de Barcarena, no Pará.

A Amazônia ainda é tratada como um cenário passivo, uma floresta a ser preservada ou explorada, mas raramente como um território habitado por pessoas com história, cultura e direitos. Ignora-se que 75% da população amazônica vive em áreas urbanas. Fala-se em estradas, petróleo na margem equatorial, mas pouco se discute sobre royalties justos, fundos soberanos ou estruturas permanentes de governança ambiental que possam, por exemplo, suspender atividades econômicas diante de riscos ambientais.

Enquanto esse tipo de subterfúgio continuar predominando, a Amazônia seguirá sendo usada como vitrine, sem enfrentar de fato a lógica predatória do capitalismo global. Ainda que a visibilidade aumente, ela tende a ser caricata e instrumentalizada, sem fortalecer a autonomia da região.

IHU – Como você avalia o papel da Universidade Federal do Pará e de outros centros de pesquisa neste processo? Há diálogo com o poder público?

Juliano Pamplona Ximenes Ponte – O poder público tem, nos últimos anos, se aproximado mais das universidades públicas, inclusive contratando estudos e consultorias. Quem historicamente nos ignora são as grandes empresas e os bancos, que muitas vezes financiam campanhas de desvalorização das universidades públicas, exaltando instituições privadas.

Basta observar o noticiário: economistas e especialistas de escolas privadas como o Insper e a FGV têm muito mais espaço, enquanto pesquisadores das públicas são pouco ouvidos, especialmente quando o tema é política ou economia. Nos EUA, há uma dinâmica semelhante, embora haja resistência, como a de Harvard contra Trump. Ainda assim, o ataque direto às grandes universidades públicas, como a da Califórnia, é raro.

Na UFPA, há centros sendo criados com foco direto na Amazônia, como o Centro de Bioeconomia, que reúne diversos pesquisadores comprometidos com uma agenda regional. Esses centros tentam inserir as demandas locais no debate global de forma qualificada e propositiva. No entanto, os governos frequentemente conservadores resistem a ouvir nossas análises críticas, justamente porque nosso papel é questionar, apontar falhas e propor alternativas com base na experiência.

No governo Lula, há mais abertura. Sempre houve, e esperamos que isso se amplie, inclusive com a recomposição dos nossos orçamentos, ainda insuficientes frente à importância do trabalho que realizamos.

IHU – É possível pensar uma infraestrutura de baixo impacto ambiental, inspirada nos saberes amazônicos, para acolher delegações e eventos da COP30?

Juliano Pamplona Ximenes Ponte – Fala-se muito em “soluções baseadas na natureza” (SbN). O termo é simples, comunica bem, mas é conceitualmente questionável. O que deveríamos buscar é uma transformação mais profunda: cidades com infraestrutura urbana de baixo impacto, menor geração de resíduos e melhor desempenho ambiental.

Isso, no entanto, confronta interesses econômicos e seria menos lucrativo para empreiteiras, para as cadeias globais de petróleo, gás, aço e cimento. Implicaria também repensar a posse da terra, adotando uma gestão mais coletiva, baseada em bacias hidrográficas e instrumentos clássicos do urbanismo como o controle de densidade populacional e construtiva.

Não basta pensar na escala do edifício, como fazem muitos arquitetos; é preciso pensar na escala urbana e regional, repensando toda a cadeia produtiva do ambiente construído, com foco em conforto térmico, ventilação e iluminação passiva, reaproveitamento de materiais e redução do consumo energético.

Hoje, o uso de infraestrutura verde e de bioengenharia é muitas vezes superficial, quase como uma grife estética, sem de fato alterar a lógica predatória que privilegia concreto e asfalto. É preciso romper com essa lógica para que soluções mais justas e sustentáveis sejam viáveis.

IHU – Que exemplos de projetos ou soluções urbanas integradas ao território amazônico poderiam ser referência para a COP30 em Belém?

Juliano Pamplona Ximenes Ponte – As referências mais consistentes são aquelas tradicionais, já enraizadas no território. No contexto amazônico, destacam-se as palafitas aplicadas tanto em residências quanto em espaços públicos, o uso de madeira local, fibras naturais e cerâmica, que oferecem bom desempenho ambiental para as condições regionais.

Com mais pesquisa e desenvolvimento, essas técnicas podem inspirar novas formas de ocupação urbana, especialmente considerando que 75% da população amazônica vive em áreas urbanas. Essas soluções também têm potencial para orientar estratégias de regularização fundiária. No entanto, nada disso é possível sem enfrentar as profundas desigualdades econômicas que estruturam o espaço urbano. Sustentabilidade, nesse caso, passa necessariamente pela justiça social.

A pauta é essencialmente política. Trata-se de discutir como queremos viver, garantir um futuro digno e, sobretudo, quais derrotas precisamos impor àqueles que historicamente detêm o poder sobre nossos territórios e nossas vidas.

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